Tobias' não é realmente um dos melhores nomes, mas estava mais perto que a outra e no fim das contas nem parece tão mal. Assim, Nazavo entra e vai olhando as roupas de lá. Roupas muito normais para a região. Nobres, mas normais.
- Posso ajudá-lo?
- Nazavo quer roupas bonitas. Não essas roupas daqui.
- Senhor, temos ótimas roupas aqui. Já viu nossos ternos?
- Nazavo não quer terno!
- Desculpe, senhor Nazavo. Aguarde um momento, por gentileza.
Ele entra e pouco depois vem um outro homem, certamente o gerente.
- Pois não, senhor?
- Nazavo já disse o que quer: roupas bonitas!
- Perdão, senhor, já deu uma olhada no que temos por aqui, nas vitrines...
- Claro que Nazavo olhou!
- Nada agradou?
- Não. Nazavo quer roupa bonita.
- Pois é o que temos. São as melhores roupas que se pode achar em Diwed e se não gostou delas, nada podemos fazer a respeito.
- Nazavo vai embora dessa loja idiota!
A equipe da loja não demonstra qualquer reação enquanto observa Zand deixar a loja. Nem sempre se ganha...
Resta então a outra loja, a tal de Zwonz. Quem diria... Zand frequentando uma loja de roupas dessas... Não que não pudesse pagar por roupas tão caras em outras ocasiões. É que Zand nunca simpatizou com a Aristocracia.
Aos primeiros passos já nota a diferença para a primeira loja. O uso de manequins, por exemplo. Vitrines bem maiores e uma variedade bem maior de roupas. Roupas de todos os cantos...
Nazavo pára diante de um manequim. Um tipo de túnica de seda dourada e preta. Sem mangas, com algumas dobras do ombro esquerdo ao lado direito da cintura. Uma faixa para a testa como que trançado das mesmas cores.
- Deve ficar bem em você. - Nazavo se volta e vê, surpreso, a mesma mulher que entrara na loja de jóias dos Drell. Seu olhar firme no manequim e Zand a observa por uns instantes. Seus olhos são negros e tem um brilho especial. Nariz pequeno e sobrancelhas delicadas. Seus lábios mostram um leve sorriso antes de falarem mais uma vez.
- Experimenta! - Ela se volta para Nazavo. - Você está na Hotelaria Raposa da Lua, não é?
- Sim, Nazavo está lá. Como soube?
- Nazavo... Um nome diferente. Prazer, sou Rubi. Acho que era você quem vi entrando lá logo cedo.
- Sim, Nazavo esteve lá.
- Sinto muito, mas preciso ir. Está bem chata esta cidade, você não acha? Se você descer para almoçar no bar da Raposa, podemos conversar um pouco. Se você quiser.
- Claro. Nazavo vai sim.
- Então até mais. Rubi vai esperar Nazavo ao meio-dia. - Pisca o olho com um sorriso leve e deixa a loja, com classe e postura impecáveis.
Nazavo permanece parado. É a habilidade de Zand de perceber como as pessoas são ou pelo menos suas intenções. Está em choque com Rubi. Ela é muito diferente de tudo. Traços e jeitos tão delicados, mas ao mesmo tempo não esconde que sabe o que quer e é forte o bastante para conseguir.
- Pois não, senhor, posso ajudá-lo? - É uma jovem vendedora, tirando Zand de seus pensamentos.
- Sim, Nazavo quer provar essa roupa.
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Escarlate
FantasySeria só mais uma história de cavaleiro e dragão, não fosse o cavaleiro um ex-bardo e o dragão um antigo e mal resolvido caso de amor.