Finnaly me

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Dou passos assustados para trás enquanto vejo Nathan trancar a porta atrás dele. Uma onda de pavor percorre o meu corpo quando eu entendo o que ele quer fazer.
Não!
Já roubaram coisas demais de mim, e minha virgindade não vai ser roubada também!
Quando tento correr para o banheiro, Nathan agarra meus cabelos e me joga no chão, tirando uma arma da sua calça. Sinto outro arrepio, e fico ainda mais apavorada.
-Olha aqui, sua puta: você é minha! Eu vou fazer o que eu quiser, e você vai deixar, e vai deixar de bico caladinho- fala Prescott segurando meus cabelos enquanto eu ainda permaneço no chão, e eu sinto seu bafo de bebida e drogas.
As mãos nojentas dele adentram a minha blusa, e eu me esforço para não gritar. A possibilidade de ser estuprada me apavora, mas ser estuprada e baleada me parece pior ainda.
Nathan cambaleia para trás para tirar sua calça e eu vejo a minha chance. Começamos a brigar pela arma enquanto damos joelhadas um no outro. Ele consegue colocar o cano da arma em mim por um segundo e eu gelo com a possibilidade de levar um tiro.
Consigo arrancar a arma dele, mas ele tira uma faca do bolso. Ele avança em cima de mim, cortando meu braço.
Não tenho escolha.
Atiro nele.
Prescott cai agonizando no chão, e eu vejo a vida sair de seus olhos. Me tornei uma assassina.
Não!
Foi auto defesa, não tive culpa!
Escuto o som de gritos e passos de pessoas fugindo do meu prédio. Aparentemente, o barulho de tiro acordou todo mundo. Não é algo extremamente surpreendente, mas me deixa alerta e ainda mais apressada.
Termino de arrumar a bolsa com minhas coisas e fujo da universidade antes que alguma autoridade chegue aqui. Não posso ser presa.
Enquanto corro pela floresta, tento tirar de minha cabeça a imagem de Nathan morrendo. Não sou forte o bastante para lidar com isso. Não sou forte o bastante para lembrar que tirei a vida de outro ser humano.
Paro ao ver uma linha de trem. Me lembro de mim e uma amiga de infância, Max. Nós costumávamos apostar corrida em cima das linhas do trem durante a madrugada, a única hora em que eu podia fugir da mansão Price e brincar com minha única amiga. Minha família nunca aprovou nossa amizade, pois ela era apenas uma "não rica".
Essas poucas lembranças boas da minha infância me dão um impulso, me fazendo subir na linha do trem. Eu sinto meus pés descalços (perdi as sapatilhas durante a corrida na floresta) em contato com o metal levemente enferrujado e por um segundo, sinto que está tudo bem.
Começo a andar de braços abertos, com a mochila pesando em minhas costas. Eu não sei para onde eu vou. E no fundo, não me importo. Me viro e tiro uma última foto do horizonte, e deixo minha câmera no chão. Eu não preciso mais dela. A única coisa de que eu preciso sou eu mesma, e meu único destino é a Lua.

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Eae.....
Eu acho que ninguém vai chegar a ler isso, já faz tanto tempo que eu escrevi o primeiro capítulo.
Eu só sentia que eu tinha que terminar a história, sabe.
Desculpa se ficou uma merda.

Beijo na bunda (* 3 *)

Chloe PriceOnde histórias criam vida. Descubra agora