CAPÍTULO XI

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Alfonso, feliz, por causa do vôo que conseguira antecipar, iria chegar em casa bem antes do previsto. Na direção do carro, que havia deixado no estacionamento do aeroporto antes de partir, ele antecipava o prazer que seria rever a família. A poucas quadras de casa, seu coração começou a bater forte dentro do peito e ele disse para si mesmo:

— Você está muito, muito ansioso. Acho melhor se conter um pouco, rapaz.

Mas Alfonso não conseguiu se conter. Após estacionar o carro diante de casa, correu para o portão, sem ao menos pensar em colocar o veículo na garagem. Porém, ao entrar no jardim, foi tomado pelo pânico ao ver o carrinho de Dani.

"Meu Deus, será que o meu filho está lá dentro? Como Anahí teve coragem de deixá-lo sozinho, com o Lucky por perto? Esse animal pode atacá-lo."

Alfonso, enquanto pensava, corria, e realmente Dani se encontrava dentro do carrinho. Ele pegou o menino no colo e gritou para Lucky que começara a festejar a sua chegada:

— Saia daqui!

Em passos largos, Alfonso entrou em casa e encontrou Anahí desligando o telefone.

— Meu amor, mas que surpresa maravilhosa. Você chegou mais cedo!

Antes que ela se aproximasse, Alfonso vociferou:

— Mas quanta irresponsabilidade! Você enlouqueceu?

— Sobre o que... sobre o que você está falando?

— Como pôde deixar o meu filho lá no jardim, sozinho com aquele cão?

— Mas o Lucky é manso, ele...

— Eu não quero saber de nada! — Alfonso estava transtornado. — Você não podia ser tão irresponsável! Não quero o meu filho correndo qualquer tipo de risco! Onde está a Neila? Ela é paga para tomar conta do Dani.

— Neila foi fazer algumas compras para mim.

— Eu não acredito no que vi. Jamais passou pela minha cabeça que você pudesse sequer imaginar em deixá-lo sozinho com aquele cachorro.

— Dani ficou sozinho com ele por pouquíssimo tempo. Vim atender o telefone, e era engano.

— Pois não atendesse o telefone.

— Me dê o Dani, vou trocar as fraldas dele.

— Não. — Alfonso se negou a entregar-lhe o bebê. — Eu mesmo troco o meu filho, se for preciso.

Sem mais nada dizer, Alfonso subiu as escadas com Dani nos braços.

Ao voltar, cerca de dez minutos mais tarde, encontrou Anahí sentar no sofá da sala de estar.

— Como está o Dani?

— Meu filho dormiu.

— Mas ele tinha de mamar.

— Ele mama quando acordar.

— Não quero que me trate dessa maneira. Eu não mereço.

— E eu não quero, sob hipótese alguma, que volte a ser irresponsável com o meu filho.

— Pare de se referir ao Dani como se fosse só seu filho. Ele também é meu, será que se esqueceu? E você não está sendo justo comigo.

— Já parou para pensar no que fez? Já parou para pensar no que aquele cachorro poderia fazer ao garoto?

— Lucky é muito manso.

— Será? Será que ainda vai tentar justificar a sua atitude, Anahí? O que você fez foi imperdoável.

UM PRESENTE INESPERADOWhere stories live. Discover now