{Capitulo 40}

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*P.O.V Carolina*

O jantar até decorria muito bem, por sinal, tirando o facto de André pouca ou nenhuma atenção nos ter dado! Começava seriamente a arrepender-me de lhe querer dar uma segunda oportunidade. Mas, estaria eu a exagerar?!

-Eu tenho que ir lá fora rapidinho. Eu volto já!- o moreno dos olhos castanhos disse, despertando a atenção de todos.

Como estava de frente para o grande vidraçal que o restaurante possuía, podia ver André no exterior, e confesso que quase me saltou o coração fora, quando vi uma morena super linda a chegar à sua beira e abraca-lo.

De imediato me desculpei e saí disparada em direção à casa de banho quando senti as lágrimas quererem sair. Entrei na primeira cabine disponível e tranquei a porta deixando-me escorregar pela mesma e puxei os meus joelhos para o meu peito.

Será que aquela rapariga era a que agora fazia o seu coração bater mais forte? Será que ele me tinha esquecido de vez? Então porque é que ele me tinha prometido que ia esperar por mim?

Eram tantas perguntas, todas sem resposta e, o meu coração e a minha mente num turbilhão de emoções.

Os meus pensamentos são interrompidos por duas batidas na porta da cabine em que me encontrava.

-Está ocupada!- disse para que a pessoa percebesse.

-Carol, saí daí por favor!- ouvi a voz de André dizer do outro lado da porta.

-Uma pessoa já nem pode vir á casa de banho é?- pergunto um pouco rude.

-Mas eu sei que não vieste aqui por necessidade. Eu estava a entrar no restaurante quando vi que te dirigiste para aqui, e notavasse que não estavas bem.- o seu tom de voz era calmo.- O que o tens Carol?

-O que me nasceu!- respondi seca e irónica e revirei os olhos.

-Carol.... Podes sair, por favor?- o moreno pediu e ouvi-o suspirar no fim.

-Já vou!- respondi curta e pus-me em pé, pegando num pouco de papel higiénico e limpando os meus olhos, que quase de certeza estavam borratados, e não querendo deixar indícios de que estivera a chorar.

Destranquei a porta da cabine e passei reta por André querendo sair dali, mas o moreno impediu-me, segurando o meu braço.

-O que se passa Carol?!- o olhar dele era de preocupação.

-Nada!- respondi e soltei o meu braço com um pouco de força.

-Foi alguma coisa que eu fiz? Tu não estavas assim!

-Além de não me teres dado atenção o jantar todo, alias nem a mim nem a ninguém, ainda sais a meio para ir ter com uma gaja qualquer?! Achas isso pouco?!- irritei-me um pouco e o moreno sorriu de canto. Mas quê?!

-Primeiro, eles sabiam sobre o que eu estava a tratar durante a jantar, com o meu primo!- ele fez questão de frisar que era com o primo que falava.- Segundo, a rapariga que viste abraçada a mim é a namorada do meu primo Hugo! Terceiro e não menos importante, ele veio-me trazer uma coisa que eu lhe pedi, para ti!- e dito isto, o moreno pega num belo ramo de rosas vermelhas que estavam em cima do lavatório, no qual eu não tinha reparado e entrega-mo com um enorme sorriso no rosto.

Nesse preciso momento senti-me estúpida por ter pensado que o moreno podia ter quebrado mais uma das promessas que me tinha feito, mesmo eu sabendo que ele estava arrependido.

-Eu... Eu nem sei o que dizer André! Obrigada!- disse sorrindo e encostando mais as rosas ao meu peito, cheirando-as.

-Não tens que agradecer! E não precisavas de ter ficado com ciúmes!- ele dá uma risada e eu acompanho-o.

Por instantes esqueço-me que estávamos no wc feminino e que alguém podia entrar a qualquer momento, e deixo-me levar pela imensidão dos seus olhos castanhos. Num ato repentino puxo o moreno para mim e colo os nossos lábios num beijo cheio de saudades e desejo. Separámo-nos em busca de ar, e vi André abrir um enorme sorriso, repetindo o seu gesto.

-Já tinha saudades dos teus beijos!- o moreno admite e eu sorrio.

-É. Eu também!

Decidimos sair da casa de banho antes que alguém decidisse entrar e voltamos para a mesa onde os outros nos olhavam com sorrisinhos nos rostos.

O jantar continuou muito divertido e eu não podia estar mais contente, embora tivesse que voltar, eu iria aproveitar todos os momentos.

No fim de jantar Afonso e Joana insistiram em ir a um bar, mas como eu estava um pouco cansada da viagem preferi ir para casa.

-Eu vou com a Carol, para ela não ficar sozinha!- ouvi o meu moreno dizer e abri um enorme sorriso, seguindo-o em direção ao carro.

-Não precisavas de vir comigo, podias ter ido divertir-te um pouco!- digo ao colocar o cinto de segurança.

-Não estou muito no clima para festas, e ainda por cima amanhã tenho treino logo de manhã!

-Mesmo assim André!- guincho e o moreno da-me um sorriso reconfortante.

-Eu vim porque eu quis, está bem?!

Apenas assenti e dirigi o meu olhar para fora da janela, vendo as casas e as arvores ficarem para trás.

-Hmm, não queres entrar?- perguntei ao moreno enquanto tirava o cinto.

-É melhor não! Não quero incomodar!

-Não incomodas nada! Aliás fazes-me companhia e eu aproveito para falar contigo!- digo com um sorriso e o moreno assente, tirando também o seu cinto e saindo do carro.

Abro a porta e dou espaço para o moreno entrar em casa, seguindo para o sofá, mas antes parei para por as rosas em água.

-Queres falar comigo sobre o quê?- o moreno pergunto quando chego à sala.

-Sobre nós...

-Ouve Carol, eu sei que te magoei mas eu juro que não o queria fazer, eu só...- o moreno começa a disparar.

-Calma André!- interrompo-o.- O que eu te quero dizer é que acho que este tempo nos fez bem, acho que deu para por as ideias no lugar, e eu tomei uma decisão!- continuo.

-E que decisão foi essa?- André pergunta um pouco a medo.

-Eu amo-te André, e acho que não faz sentido continuarmos separados. Eu acredito em ti quando dizes estar arrependido! Eu perdoo-te André!- digo e logo vejo o moreno abrir um sorriso enorme

-Eu amo-te tanto Carol, não tens ideia! Obrigada, eu prometo nunca mais te desiludir!- o jogador diz e logo cola os nossos lábios num beijo urgente.

A nossa felicidade era visível e nessa noite fizemo-nos companheiros um do outro num sitio onde nos pudéssemos amar sem interrupções e onde apenas quatro paredes eram testemunhas do nosso grande amor.

I Hate Loving You {André Silva}Where stories live. Discover now