Capítulo 23

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Aaron

Os dias tem passado lentamente. Hoje ainda é dia 10 de fevereiro. Nesses poucos dias tenho me controlado para não pegar o primeiro vôo direto para o Brasil e ir buscar Isabella, e traze-la para junto de mim. Todas as noites tenho sonhado com este dia. Agora eu compreendo a falta que ela me faz, o seu sorriso espontâneo, sua sinceridade, o calor do seu corpo que senti poucas vezes no meu foram motivos para me apegar a cada detalhe dela. Se eu me encontrasse com ela, eu me jogaria aos seus pés e pediria o seu perdão. Ela é o tipo de mulher que preciso em minha vida, sei que ela me deixaria um pouco doido com o seu jeito de maluquinha as vezes, mas mesmo assim eu me sentiria feliz ao lado dela. Eu sinto um sentimento quente em meu peito que me faz pensar nela todos os dias, é algo que me traz uma sensação tão boa, mas tão dilacerante ao me fazer lembrar que eu não a tenho.

Pego um dos meus ternos que encontro jogado sobre a cômoda no apartamento de Dafny, quando o viro, um envelope branco cai no chão. Abaixo-me e o pego, vejo que é o envelope que uma universidade no Brasil mandou me convidando para palestrar para uma turma de Arquitetura e Urbanismo. Droga! Como não lembrei disto antes? Aqui está o motivo para que eu possa estar indo ao Brasil.

Sinto meu telefone vibrar em meu bolso. Quando o pego leio na tela o número do corretor de imóveis.

— Sim. - respondo ao atender.

— Sr. Miller, a mansão acaba de ser desocupada. - ouço a voz do senhor de idade que me vendeu uma mansão de 15mi de dólares. - Os antigos donos acabam de terminar de carregar o caminhão. A casa está pronta para ser limpada e mobiliada.

— Muito obrigado, Jeremy. Estarei mandando uma equipe de limpeza ainda hoje. - respondo com calma. - Tchau. - desligo a chamada.

Mal coloco o telefone no bolso e ele já toca novamente. Desta vez é Dafny quem me liga.

— Maninho. - ela diz com manha, então já sei que algo aconteceu.

— Sim, Dafny. - respondo impaciente. O dia no escritório foi um inferno hoje. Estamos tendo alguns problemas com falta de confiança dos novos clientes por conta do vexame que aconteceu no casamento que graças aos Lobos não ocorreu.

— Poderia vir me buscar no hospital, por favor? - ela pergunta delicada. Abro a boca para falar, porém, sou interrompido. - Eu sei que você vai perguntar pelo meu carro, mas sinto em dizer que ele acabou de ferver o motor.

— Como você fez isso? - pergunto desconfiado. Não se é fácil ferver um motor assim, mas do jeito que Dafny dirige, ela consegue até fundir o motor brincando.

— Não sei, eu estava dirigindo, aí do nada começou a sair fumaça do capô. - ela explica.

— Está bem, estou indo. - desligo e saio do quarto andando em direção a sala onde pego as chaves do meu carro.

Fecho o apartamento e desço até a garagem. Entro no carro, coloco o cinto de segurança, e após ter ligado o veículo saio em direção a avenida principal. Ligo o som do carro onde toca  The Scientist do Coldplay, a letra entra em minha cabeça, me fazendo pensar tudo que aconteceu nos últimos meses e que tem tudo a ver com o que sinto agora.

Tell me you love me
(Diga que me ama)
Come back and haunt me
(Volte e me assombre)
Oh, and I rush to the start
(Oh, e eu corro para o começo)

Nobody said it was easy
(Ninguém disse que seria fácil)
Oh, it's such a shame for us to part
(É uma pena nos separarmos)
Nobody said it was easy
(Ninguém disse que seria fácil)
No one ever said it would be this hard
(Ninguém jamais disse que seria tão difícil)

Meu Amado Inimigo Supremo [ COMPLETO ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora