Se rompendo

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Os dias que eles passaram no rancho foram incríveis. Nina havia adorado cavalgar,  pescar, conhecer os animais. Assim como a companhia de Rosa. Vitor havia sido gentil e carinhoso e passar as noites fazendo amor com ele eram a cereja do bolo.

Finalmente admitia que não importavam as lembranças. Ela estava irremediavelmente apaixonada por ele. Por seu loiro mandão e sexy. Também pudera o homem tinha uma bunda que devia ser proibida a homens.

Eles iriam embora no dia seguinte. Após dez dias no paraíso.

- Está sem sono? - A voz dele interrompeu os pensamentos dela, que se aconchegou mais perto e sorriu.

- Apenas pensando em como estou feliz.

Dando um beijo no pescoço dela ele disse:

- Eu sou feliz.

Ela se virou e o beijou.

- Eu te amo Vic.

- Também te amo Duende. Agora durma.

Na manhã seguinte após tomarem café e se despedirem de todos eles entraram no carro e seguiram viagem. Mas bem no fundo Nina sentia que algo iria acontecer e não seria bom.

***

A noite caía quando eles entraram nos jardins da casa de Carlo. Nina estava exausta e tensa.

Um carro vermelho esporte estava estacionado a entrada.

Enquanto se encaminhavam para a entrada Vitor lembrou de ligar o celular. E parou ao ser bombardeado com mensagens de Javier, Carlo e até mesmo Kane. Abriu a primeira e ao ler seu conteúdo quis puxar Nina, mas já era tarde.

Uma mulher abriu a porta e com voz estridente foi logo dizendo:

- Ora ora, se não é a minha querida filha. Não vai dar um abraço na mamãe querida?

Sem entender ela olhou de um para o outro e deu um gemido. Ela... sua... mãe estava morta... haviam lhe dito.... mas...

Gritando ela caiu no chão quando lembrou.

" Nina estava aguardando a sua vez de subir ao palco, estava nervosa com k toda criança de sete anos estaria. Sua mãe havia lhe dito que seu papa iria assistir e ela queria fazer bonito. Se ao menos conseguisse ler adequadamente.  Sua professora havia tentado lhe ensinar o texto e ela havia decorado a maior parte. Só esperava que não fosse tarde. Afinal sua mãe estava calma aquela semana. Nada de gritos ou surras. O que era um alívio ela pensou ao olhar pra cicatriz na não esquerda.

Finalmente havia chegado a sua vez. Ela ajeitou seu vestido e subiu. Recebendo um beijo da tia Mily.

Olhou para as pessoas a procura da mãe e a viu sentada de cara feia. Fumando. A cadeira ao lado dela vazia. Sentiu uma dor no peito mas respirou fundo e começou a falar.

- Mary tinha um carneirinho. Ele era branco como a neve...

De repente as palavras começaram a embaralhar na sua mente e ela se atrapalhou. Olhou assustada para a  mãe e a viu com ódio nos olhos. Enquanto as outras pessoas riam dela. Chorando ela correu do palco e desceu. Caindo no processo. Antes mesmo que pudesse se ajeitar fui agarrada pelos cabelos. Sua mãe.

Ela então foi arrastada pra fora da escola pelos cabelos enquanto a mãe dizia o quanto ela era nojenta,  um ser miserável e o quanto ela a odiava. Nina chorava baixinho quando o primeiro tapa veio.

- Para de chorar estúpida. Eu sabia que você iria me fazer passar vergonha.  Sua aberração. Por isso que seu pai não ama voce. Quem amaria um lixo. Defeituosa.

Ela havia achado que aquilo era o pior. Até chegarem em casa e ela ser acorrentada. Aí sim a dor começou.

Ela só havia voltado a escola duas semanas depois.

E essa havia sido sua vida até Javier e Vitor aparecerem. E ele. Carlo. Que ela havia descoberto. Era amante de sua mae. Casado. Sua mãe havia achado que engravidando teria acesso infinito ao dinheiro dele. E quando isso não aconteceu Nina havia pagado.

Claro que ela fingia bem e obrigava Nina também. Então quando eles apareciam ela era a melhor mãe do mundo e criança como era Nina havia acreditado a cada vez. Apenas para sofrer as consequências depois.

Até que perto dos dezesseis anos sua mãe havia passado de qualquer limite e ela havia ido parar no hospital. A polícia havia sido chamada e seu pai finalmente a tirado dali. Apenas para que ela sofresse na mão de uma madrasta ofensiva. "

***

Vitor ajudou Nina a se levantar enquanto Carlo discutia com a mulher a porta. Que ao passar por ela disse:

- Eu devia ter afogado você quando tive a chance. Adeus Carlo. Fique aí com essa coisinha.

Todos viram a mulher ir embora. Nina no colo de Vitor só conseguia chorar. Sua mãe estava solta e pelo jeito viva.

- Vitor....

Ele parou e olhou para ela.

- Calma amor.  Vamos subir

Ela foi colocada na cama por ele que a ajudou a trocar de roupa.

Vítor se virou em direção ao banheiro e foi parado pela voz dela.

- Eu lembro de tudo Vitor.

Lentamente ele se virou

- Tudo?

- Sim. Tudo. De você, do acidente. Eu sei quem é Shawnna.

- Me perdoa amor, a culpa é minha. - Ele chegou perto dela com medo de sua reação.

- Eu sei que não foi sua culpa amor. - Ela disse.

Nesse momento Carlo entrou no quarto. O olhar baixo.

- Ahh papai. O que ela queria?

Abraçando a filha Carlo disse:

- Ela não vai mais machucar você rouxinol.  - Ele chorou abraçado a sua menininha. Custasse o que fosse ele protegeria seus filhos.

- Eu me lembrei do acidente papai.

Após um banho onde Vitor a acalmou e vestindo uma camisola e robe ela desceu. Descer não era bem o termo. Afinal Vitor a carregava. Eles entraram na biblioteca e ela foi abraçada por cada irmã. Por Kane e por último Javier. Este tremia.

Ela então começou a contar como havia sido o acidente e tudo o mais que ela recordava.

- Pai o que me leva a dizer. Prometi uma entrevista com Roberta. Filha de uma amiga.

- Mas...

- Pai...

Sorrindo Cara disse:

- Então você lembra do Vitor?

Sorrindo Nina se virou pra ele que a abraçava e disse.

- Cada detalhe. Ah e eu sei cozinhar.

A sala inteira gargalhou.

- Sério.

Vitor sorriu e confirmou:

- Sim ela aprendeu.

Javier então disse:

- Preciso provar pra acreditar. Afinal Vitor ama tudo em você. Até comer feijão doce.

Já passava das duas da manhã quando todos se despediram e ela é Vitor subiram.

Pela primeira ele se sentia bem realmente. E prometeu a si mesmo que nada machucados seu duende. Nunca mais.

A abraçando ele apagou a luz e deixou seus pensamentos flutuarem e o sono chegar.

***

Nina recordou e agora parece que ela tem mais um monstro a rondar. Nossa história está chegando perto do fim e que fim será esse? Será feliz? Ou não?

MEU TORMENTO 02 - um amor esquecidoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora