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Acordei assustada, não reconhecendo o quarto onde estava. Logo as memórias me vieram, e eu suspirei aliviada. 

Fazia duas semana em que havia deixado Nova Orleans. James dividia um apartamento com alguns amigos, que aceitaram de bom grado minha presença.

Aos tropeços segui para cozinha em busca de café. Sthan e Jake riam divertidos de algum programa que passava na TV. James estava na cozinha, com um xícara de café ao seu lado esperando por mim.

-Bom dia- beijei sua bochecha e me sentei ao seu lado.

-Bom dia- ele sorriu- conseguiu dormir bem?

Desde o momento que sai daquela cidade, toda vez que fechava os olhos pra dormir acabava tendo sonhos com o bastardo, todos perturbadores.

-Quem consegue dormir bem quando se tem dois idiotas rindo desse jeito?- brinquei, me desviando da verdade.

-Você não está bem, Liz - ele acariciou meu rosto- me diga o que eu posso fazer pra você se sentir melhor?

-Eu não sei - fitei a xícara colorida- sinto como se...faltasse algo, uma parte de mim. O quão estranho isso é?

-Você mudou, passou por muita coisa -ele me fitou- está tudo diferente. Mas isso não é ruim, você tem a chance de recomeçar agora.

-Recomeçar- repeti- parece bom pra mim.

-Podemos ir a qualquer lugar - ele me deu um selinho-você escolhe.

Enquanto eu tomava meu café James falava dos vários lugares que poderíamos ir. 

Mas algo estava errado. Eu me sentia errada. Até beijar James parecia errado. Mesmo estando longe de toda a loucura de Nova Orleans, longe dele, cada vez que fechava os olhos era como se ele estivesse ali do meu lado, me assombrando.

Mas eu não deixaria isso me afetar, eu me dedicaria ao máximo para esquece-lo, pra ser feliz.

...

-Desde de quando você bebe Bourbon?- James questionou.

A musica alta o obrigava a falar mais alto ainda. O amontoado de pessoas se balançava de acordo com a batida, aquilo era familiar.

-Refinei meu gosto para bebidas- dei de ombros.

Seu olhar disparou da cerveja em suas mãos para o copo na minha, meio confuso.

-Vamos dançar- ele disse, entrelaçando sua mão na minha e deixando as bebida de lado.

Enquanto dançávamos, algumas memórias me vieram a mente. Kol e eu dançando, Klaus me olhando com um ira assustadora. Sorri, eram apenas memórias, nada daquilo importava mais.

Pra provar pra mim mesma que aquilo era passado, me virei de frente para James e o beijei como se minha vida dependesse disso.

E aquela sensação que me fazia querer perder a cabeça, ela não estava ali. Me afastei dele um pouco decepcionada.

-O que foi?- ele perguntou em duvida.

-Preciso de mais Bourbon- disse, dando um beijo na sua bochecha e me distanciando.

O que havia de errado comigo? Porque tudo não podia ser como era antes?

Com a cabeça a mil entrei no táxi, sem me importar em avisar James. Precisava dormir um pouco, colocar as ideias em ordem.

O caminho foi rápido até o apartamento. No momento que eu coloquei os pés pra fora do carro senti um arrepio estranho.

Tudo bem, talvez eu só estivesse sendo paranoica, era só uma brisa gelada a noite, não havia nada de errado nisso.

Ainda sem ascender a luz, me livrei dos meus sapatos e da minha jaqueta. Procurei as cegas interruptor, ainda não havia decorado onde ele ficava.

Sem estar no meu melhor equilíbrio, escorreguei em alguma coisa no chão.

-Mas que...

Fiquei estática assim que as luzes se ascenderam, havia escorregado em sangue. 

Os corpos despedaçados dos meus mais novos  colegas de quarto não eram a coisa mais assustadora na sala.

Klaus estava sentando tranquilamente na poltrona, sorria divertido, os lábios ainda vermelhos de sangue.

-Sentiu minha falta, Sweetheart?






Forever Yours  - Klaus MikaelsonWhere stories live. Discover now