VII - O Fim de Clarice

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Clarice estava com seu corpo quase todo dentro da víbora negra, a víbora já tinha a engolido do peito para baixo. Ela já não se incomodava de estar sendo engolida aos poucos, só se incomodava com a digestão, ela sentia muita dor no seu pé, era como se estivesse andando em cima de brasa.

- Está sentindo, Clarice? Está sentindo a morte chegar?

Sem respostas.

- A mulher dos cabelos de fogo vai ser devorada! A mulher dos cabelos de fogo nunca vai conhecer o amor.

Sem respostas.

- A dor é tão grande que não consegue responder? É uma pena que só falta eu avançar duas vezes.

Clarice sentiu um calafrio e a serpente avançou mais um pouco. Agora a serpente engoliu Clarice até o pescoço, a serpente estava cara a cara com Clarice, como a serpente queria que fosse ao final. Clarice podia sentir a respiração da víbora, sentir o seu corpo dentro da serpente, ver aqueles olhos amarelos de perto.

- Corrigindo, cabelinhos de fogo... só falta eu avançar mais uma vez, não é emocionante? E adivinha... seus amigos não têm tempo de te salvar.

Clarice estava deprimida, pensando que seus amigos já estavam mortos, mas a sorte dela é que esta serpente era muito tagarela e quando falou "Seus amigos não tem tempo de te salvar" isto deu a ela ânimo, o que fez a serpente se engasgar, obrigando-a a recuar um pouco até seus peitos. Agora usando as palavras da serpente pra tirar onda dela, Clarice fala.

- Corrigindo, ainda falta avançar duas vezes! – Clarice não estava muito animada, seu corpo do peito pra baixo estava dentro da serpente.

Leonardo estava ao lado de uma gruta que ficava numa floresta totalmente diferente da que ele estava antes, esta floresta era mais aberta tinha mais flores, abelhas flutuavam de flor em flor. Leonardo imaginou que dali em diante seguiria seu caminho sozinho, mas quando ele se preparou para entrar na gruta seus amigos apareceu diante dele gritando como loucos com as mãos no peito.

Abraçaram-se. Foi um abraço de alívio... Depois de passar por um lugar todo em branco, muito complicado, que mais parecia ser um pesadelo, se sentiram aliviados de se verem livres daquele mundo, já Leonardo, não se esquecia das palavras daquela boca que flutuava "Quando chegar ao último desejo, você tem de confiar na pessoa mais importante deste lugar. Agora vou indo...". Quando ainda acontecia o abraço, Nick se queixou bem baixinho, estava nervoso, ele falava baixo com medo de alguma coisa além dos amigos escutar.

- Pessoal... não é que eu queira meter medo não, mas eu estou sentindo alguma coisa lambendo meu pé.

Essa não! Estava bom demais pra ser verdade. O alívio foi dando lugar ao medo.

- Eu não acredito, todo lugar reserva uma surpresa pra nós? – Perguntou Dick.

Ainda abraçados, eles continuaram falando, sussurrando.

- Será que é alguma coisa perigosa? – perguntou Maurício.

- Eu não sei! Vamos fazer assim... no três nós olhamos. – falou Nick.

Os quatro falavam ao mesmo tempo...

- Um, dois... três!

No três se viraram gritando, pensavam que gritando iriam afugentar qualquer criatura. A surpresa foi grande quando eles viram que a criatura que estavam com tanto medo era um simples cão vira-lata.

- Mailow - gritou Nick.

- É impossível! Como Mailow veio parar aqui? – perguntou Dick.

- Eu não sei... milagre? – falou Nick.

MUNDO IMPOSSÍVELWhere stories live. Discover now