Conveniência 24 horas

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Bem no instante que Erika saia do estacionamento com seu carro, um outro veículo em alta velocidade acabava de chegar, e de lá saíram cinco homens armados e mascarados para um assalto. Já entraram anunciando disparando um tiro para o alto. Todos se jogaram ao chão, Dario quando percebeu o assalto imediatamente também se jogou ao piso gelado e arremessou seu crachá de gerente para baixo de uma prateleira assim não seria identificado. Em casos assim o gerente é sempre o alvo dos bandidos.

Os bandidos eram violentos e batiam em quem estivesse na frente, aquele que parecia ser o líder usava uma máscara de palhaço e segurava em suas mãos uma escopeta. Foi em direção a um funcionário que se chamava Ênio. Amigo de Dario e também colega de pensão. Enquanto foi até ele os outros bandidos abriam os caixas para pegar o dinheiro e bebidas importadas na sessão de vinhos.

— Onde está o gerente seu mongo? - Perguntou o bandido desferindo um tapa na face de Ênio.

— Eu não sei, já deve ter ido embora.

— Não minta para mim seu lixo, quem sabe abrir o cofre?

— Ninguém aqui, só o banco possui a chave – Dizia Ênio tremulo e gaguejando.

Ênio foi jogado ao chão e chutado no estômago em seguida. Sem paciência o assaltante gritou novamente com ele.

— Pois bem meu irmão abra esse maldito cofre antes que eu espalhe seus miolos com a minha "12", anda logo!

— Mas já falei que não faço ideia da senha.

— Seu merda, abre logo essa porra! Anda logo!

Quando ele terminou de falar desferiu um forte chute em Ênio o fazendo rolar de bruços ao chão, com o pé fez Ênio virar de barriga para cima e subiu com os dois pés em cima de seu peito, Ênio começou a chorar e disse gaguejando:

— Eu desisto, vai, me mate logo, eu não sei a droga da senha.

O assaltante apontou a enorme arma no rosto de Ênio e Dario não pôde aguentar. Decidiu então se revelar como gerente da loja, embora não soubesse também a senha. Queria ver se com diplomacia conseguia convencê-lo a deixar todos ali com vida, mas quando tomou a atitude de levantar-se, ouviu uma voz de ódio.

— Ei vagabundo!

O bandido se assustou com a voz e se virou para trás surpreso.

— É você mesmo, vagabundo!

Dario olhou surpreso vendo um homem desconhecido enfrentado o bandido. Era Craig falando, e Desmond estava ao seu lado, ambos estavam com duas caixas de cerveja em cima da esteira do caixa impacientes e com raiva pois o assalto os atrapalhavam de realizar a compra.

O assaltante saiu de cima de Ênio, lhe dando a oportunidade de respirar, e foi lentamente em direção aos dois.

— Mas o que significa isso aqui? Será que é tão difícil hoje em dia fazer um assalto assim? Escuta aqui meu irmão, você está notando que isso aqui é um roubo e que tenho uma arma quase maior que você? Tem noção? – Disse surpreso.

Craig apenas inclinou um pouco seu pescoço para responder.

— Pouco me importa o que você veio fazer, se é uma droga de assalto então faça logo, mas não fique enrolando, tem pessoas aqui querendo fazer compras e você está nos atrasando com essa sua conduta amadora!

— Mas que porra é essa? É a primeira vez que alguém desarmado tem a coragem de me dizer algo assim! Mas embora eu tenha gostado de você é melhor deitar logo nesse chão junto dos outros antes que eu perca a esportiva!

Desmond saiu de perto de Craig e se aproximou a frente do caixa onde o assaltante estava, parou e o encarou.

— Por que não pega sua grana, seus amigos, e o pouco de respeito que você ainda tem no mundo do crime e vai embora?

O homem enfurecido não conseguia crer que não os intimidava.

— Quer saber de uma coisa seu merda? Eu vou embora sim, mas não por causa de vocês e sim porque essa merda de mercado não tem nada de valor para mim, só as bebidas que meus manos já estão levando para o carro, então eu vou, mas antes vou levar as joias do seu amigo baixinho, não é grande coisa mas devem valer de algo.

Ao terminar de falar foi caminhando com a arma descansada ao ombro em direção de Craig, mas ao passar por Desmond deu uma parada repentina e começou a olhar em seus olhos.

— Você tem uma cara de fracassado, é grande, mas não deve saber o que fazer com seu tamanho e aposto que nem pegar sua mulher direito sabe.


O assaltante começou a debochar com risadas de Desmond, mas uma coisa ele não esperava, em um movimento inesperado foi atingido com um grande soco no estômago fazendo um barulho parecido com o de uma bola quando é chutada. No mesmo instante ele soltou a arma ao chão levando as duas mãos a barriga já com a boca sangrando e totalmente sem ar, se ajoelhou aos pês de Desmond sujando seu sapato com sangue.

— Mas..., mas o que foi isso? Nunca senti tanta dor em minha vida – Disse com dificuldade.

— É melhor procurar um médico logo, pois acho que rompi alguns de seus órgãos.


Quando seus parceiros perceberam que havia algo errado começaram a correr com a guarda baixa em direção ao caixa, rapidamente Craig saltou para cima da arma que havia caído ao chão a pegando rapidamente deixando os outros assaltantes imóveis.

— Sumam daqui insetos, peguem esse verme caído aí no chão e desapareçam daqui eu não quero vê-los novamente hein! Mexam-se! – Disse Craig.

Sem acreditar no que viu e com a boca aberta Dario pensava em como era possível terem rendido os criminosos sem esforço algum.


Os assaltantes pegaram seu líder e saíram do local o carregando quase morto. Em seguida todos os clientes que estavam deitados levantaram-se batendo palmas pela atuação de coragem dos dois.

— Ok senhores, obrigado! Mas não foi nada de mais – Disse Desmond

— É, agradecemos, mas já chega – Disse Craig já irritado com o alvoroço.

As palmas continuaram por todo o ambiente então Craig já muito irritado e com raiva levantou a arma e disparou um tiro para o teto.

— Eu disse chega, porra! Agora alguém pode nos vender essas bebidas? Por gentileza? – Disse em voz branda.

Dario não tinha certeza se eram boas pessoas ou não, mas em forma de gratidão dirigiu-se ao caixa onde os dois se encontravam e disse que não precisavam pagar as bebidas, pois ficariam por sua conta em agradecimento pelo que haviam feito.

— Não agradeça, não somos heróis. Não fizemos por vocês, só queríamos beber logo, mas agora porque não chamam a polícia? Foram embora, mas levaram pertences da loja – Disse Desmond.

— Polícia? Vocês estão meio desavisados meus amigos, não são daqui certo? A coisa anda estranha por aqui, as autoridades parecem que desistiram da cidade. Sem polícia, bombeiros e hospitais! Agora estamos em um local que não pertence a ninguém, ou melhor pertence a esses bandidos – Respondeu Dario desanimado com a situação.

Desmond deu uma bela golada em sua cerveja já paga por Dario e depois perguntou:

— Mas o que tem esta cidade? Um pouco que andamos por aqui vimos a total desorganização e descontrole! E eu sei que o Brasil não é um país de primeira, mas... isto aqui é o lixo do banheiro do diabo! Para ficar ruim tem que melhorar muito.

— Vamos Desmond já deu nossa hora, cansei disso aqui, até mais perdedores! - Disse Craig levando as cervejas e a arma deixada pelo bandido.

Após toda aquela situação caótica os poucos clientes foram embora correndo para casa, mas os jovens delinquentes não se acanharam e continuaram com o festival de bebidas e drogas.

Ênio foi o funcionário mais abalado, sempre foi um rapaz muito desprovido de beleza, baixa estatura e bem magro, usava óculos e andava encurvado por falta de postura, sem motivação alguma para nada e o pior ainda era virgem! Sequer conseguia chegar perto de uma mulher sem tremer. Seu único sonho era terminar os estudos de engenharia e não ser zombado por todos, mas ao menos na pensão era respeitado, ali encontrou amizade e foi acolhido com o mais parecido de uma família que já pudesse ter tido, já que foi abandonado quando criança. Dario era seu melhor amigo, talvez o único verdadeiro.

Dario ficou muito preocupado com o estado mental do amigo e o mandou voltar para a pensão onde moravam.

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⏰ Last updated: Aug 04, 2017 ⏰

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Os Implícitos Craig e Desmond - Guerra UrbanaWhere stories live. Discover now