Os Implícitos Craig e Desmond - Guerra Urbana

Conveniência 24 horas

No mesmo horário do casamento.

— Por que eu ainda aguento esse tipo de coisa? Anos de estudos e agora sou obrigado a suportar tamanha afronta - Pensava Dario enquanto um cliente discutia acintosamente salivando diretamente em seu rosto.

Dario sempre foi um simpático cidadão de Éden. Estudante do último ano de direito e gerente do supermercado irmãos Tutti. Homem esforçado e honesto, sempre optou pelo certo mesmo quando tinha tudo para fazer errado, era bem aparentado, branco, cabelo muito bem penteado com gel, e sempre estava de social, não importava qual a situação. Era cobiçado por muitas moças, mas há quem diga que talvez nem tanto por sua aparência, afinal seu nariz pontudo não era seu forte, mas sim porque se mostrava um homem com um futuro bastante promissor. Ali trabalhava a anos, começou como garoto de entregas até virar braço direito do dono, mas nos últimos meses o estabelecimento também estava sofrendo com os problemas da cidade, com o índice de violência subindo passaram a ocorrer assaltos violentos, tanto que ninguém queria mais trabalhar como segurança e muitos funcionários já não queriam o turno da noite por medo.
Com o quadro baixo de funcionários Dario estava trabalhando dobrado nas últimas semanas e a exaustão já era muito visível, pois sentia vontade de sair correndo e xingando todo mundo, e para piorar um ser mal-educado estava escarrando em sua face reclamando por uma diferença de trinta centavos em um produto.

"Cala a boca seu lixo! Vou enfiar este produto na sua goela e depois socar sua cara com vontade" - Pensou Dario para si mesmo.

— Senhor leve o produto de graça, é por conta da casa, não precisa mais discutir tudo bem? - Disse Dario para finalizar a cena infeliz de uma vez.

— É bom mesmo seu gerentezinho de merda! Viu só amor, eu disse que estava com a razão! – Saiu o homem empurrando o carrinho de compras com sua mulher.

Dario finalmente pode respirar aliviado após limpar seu rosto com um lenço, mas ainda estava muito estressado então foi a padaria que ficava próximo aos caixas e pegou um docinho, coisa que dificilmente fazia, mas decidiu degustar para dar uma aliviada em toda sua tensão.

O mercado estava cheio, mas não de clientes convencionais, estes eram minoria, quem se fazia presente mesmo eram jovens atrás de bebidas, muitos deles! No estacionamento ligavam os sons dos carros e faziam uma espécie de balada ali mesmo com muito álcool e drogas, eram mal-educados e gostavam de mexer com todo mundo, ao meio de toda esta confusão estava Erika com medo e apressada para sair do mercado logo, já havia comprado o que precisava, estava com uma sacola de remédios em mãos, mas aproveitou para comprar algumas outras coisas de que precisava, logo foi para o caixa e lá passou seus itens, mas enquanto fazia as transações para efetuar o pagamento notou um homem na fila que não parava de lhe observar, ela o achou muito atraente e também dava pequenas olhadas de leve para não ficar na cara, mas ficou um pouco distraída e derrubou o troco no chão, ao se abaixar aquele mesmo homem lhe ajudou abaixando-se com ela, logo recolheu o dinheiro e entregou em sua mão, dando um suave toque na palma causando um pequeno arrepio.

— Obrigada, você é muito gentil.

— Imagina isso não foi nada! Mas moça, não acha perigoso estar a uma hora dessas fora de casa? Já está quase escurecendo e existem muitos perigos nas ruas, ainda mais para alguém tão linda.

Erika Deu um pequeno sorriso com uma ajeitadinha no cabelo e respondeu.

— Não se preocupe, sei me cuidar muito bem, boa noite.

Erika chamava muita atenção, era uma mulher linda e muito bem vestida, sua pele branca era como neve, e seu cabelo comprido e preto, seu rosto era perfeito, sem qualquer marca, com um corpo muito bem cuidado, não havia imperfeiçoes, e acabou de deixar aquele homem babando, ela foi saindo pela porta principal, mas antes deu mais uma olhadinha para trás direto para ele.