O Despertar

53 11 7
                                    

Todos os alimentos que Foxine guardava nas gavetas de baixo do armário já estavam começando cozinhar a secos, já que lá onde se encontrava os mantimentos não tinha água presente, as carnes que ali se encontravam não tinham mais uso e estavam todas secas a ponto de endurecimento absoluto, estavam como um coro de algum animal que foi morto a dias e não foi cuidado ou refinado. Arrozes e feijões que foram colhidos recentemente estavam e que guardados em uma tigela de argila de cor amarronzada começaram a pular de suas vestiduras, mais pareciam dançar ao saírem saltitando, a tigela onde se encontrava os mesmos começou mudar de cor, seu fundo e as laterais mais baixas estavam começando a ficar preta, parecia que estava em um forno, porém já tinha passado o ponto de tira-lá.

Todos os móveis presentes pareciam pegar fogo com uma excessão, sem ter o próprio fogo presente, a casa parecia estar sendo afogada por chamas, porém não tinha as fumaças e destroços caindo como de um incêndio comum já que. Flaimer cada vez mais intensificava seu calor corporal de alguma forma inacreditável, era uma coisa assombrosa de se ver e estar presente ao mesmo tempo. Foxine não parava de andar rumo a criança peculiar, parecia que ela não sentia dor alguma, mas aquela linda e bela pele branca que às vezes até parecia ser albina, já começava a demonstrar marca da agressão do calor, sua pele estava começando a ficar engelhada a ponto de soltar o seu corpo, seus braços estavam começando a sagrar misteriosamente de alguma forma como se o calor tivesse penetrado sobre suas entranhas e começasse a socar de dentro para fora sem que sua pele sofresse perfurações que pudesse a deixar com cicatrizes.

Seu rosto já estava começando a sofrer o mesmo efeito, começava a sangrar misteriosamente sem que o mesmo fosse cortada ou algo que a machucasse e fizesse-a sangrar de modo ocasional. Foxine em pouco tempo já se encontrava coberta de sangue a cena era macabra. Uma mulher caminhando rumo a seu filho em um calor absurdo, era uma condição habitual que poucas pessoas conseguiriam resistir por muito tempo, não tinha explicação de como Foxine aguentava tal temperatura. Nem seu corpo respondia por si próprio. Seus músculos começaram a se despender e instantaneamente já não conseguia mover seus braços e pernas, imediatamente Foxine caiu fazendo um barulho enorme como se fosse um disparo de alguma arma pesada ou até de um canhão furioso engasgado de pólvora.

Anna viu aquela cena que mais parecia ser algum ritual macabro. Ver Foxine cair junto ao chão em cima de sua própria lagoa de sangue, com seus membros todos dobrados mais pareciendo estar quebrados e suas pernas já não dando mais sinais de movimento algum, seus braços estavam exaustos e pareciam que estavam mais magros que o normal. Anna não podia fazer nada já que estava mais fraca que sua amiga e sua visão e seus demais sentidos estavam comprometidos -a mesma também se encontrava no chão- estava trêmula com seus olhos entre abertos, prestes a desmaiar e parecia que combatia essa opção, não queria desmaiar e deixar sua amiga ali ensanguentada deitada naquele chão sujo e quente sobre seu próprio sangue, seria motivo de fraqueza para Anna, e ela sabia que não era fraca e nem poderia exitar naquele momento e deixar sua amiga em um estado de inadimplência.

Todas duas se encontravam em estado de degradação, lutavam contra a temperatura e por suas próprias vidas. Anna de algum modo começou a rasteja sobre aquele chão de madeira desgastado e quente que às vezes era até possível ver algumas fumaças de vapor sair entre as brechas do chão de madeiras, aos poucos conseguia ficar cada vez mais perto de Foxine, ela se deslocava em uma velocidade até razoável, a cada vez que Anna colocava a mão no chão para se impulsionar para frente sua maior força era efetivada, porém não surtia muitos resultados já que estava fraca de mais.

Foxine olhou para trás com toda a sua face encharcada de sangue e via sua amiga se sacrificando usando de suas últimas forças para salvar-la, a mesma  se sentiu em obrigação de acabar com tudo aquilo, tentar resolver o que estava além de seu alcance e seu conhecimento de simples e qualquer camponesa era como uma obrigação naquele momento. Foxine girou seu rosto e focou seu olhar em Flaimer e pôs uma simples frase em sua cabeça que no momento era essencial para lhe dar motivos de continuar com tudo aquilo "–Meu objetivo agora é tentar resolver toda essa confusão que nos envolveu.", de um modo inesperado Foxine começou a se rastejar pelo chão da sala, Anna ao ver Foxine voltar a se locomover ficou espantada com o ocorrido, achava que Foxine tinha esgotado todas as suas forças quando viu a mesma colidir ao chão com tanta agressividade poucos minutos atrás.

O Filho do Fogo [ Em Revisão]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora