Capítulo 23 - O Que Faz Aqui, Fêmea?

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Assim que a porta do seu quarto se fechou, ele lutou contra o movimento de suas pernas que o impulsionavam para frente. Algo naquela mulher, tinha deixado o seu interior revolto, como se repentinamente acendesse dentro dele um imã de atração tão forte, que não pudesse ser desligado. Ela havia olhado para ele, como se tivesse compreendido cada uma de suas palavras, ditas anteriormente para Leila. O seu interior se revirou, por puro nervosismo, se dando conta de que aquilo não poderia ser verdade, já que ele tinha desligado o Implante Tellemocular. E certamente, ela não poderia ter entendido uma palavra do que tinha sido dito ali, mas não podia negar que apenas o mero pensamento daquela pequena mulher assustada e decidida, olhando para ele, como se soubesse de fato a verdade, o assustasse como nunca tinha feito antes. Ele repassava uma vez e outra as suas últimas palavras, enquanto lembrava-se da expressão de desgosto e algo mais em seu rosto. Aquilo lhe deixou com uma sensação de angústia se construindo em seu peito, uma pressão que lhe comprimia, causando uma dor interna aguda e incessante.

Ninguém... Ninguém... Ninguém...

Ele não sabia porque, mas o fato daquela mulher se descrever como ninguém, de certa forma o enfurecia. Queria gritar através daquela Nave, até poder alcança-la e retirar dela todas as informações que pudesse, assim como tinha tentado fazer com as outras, mas o fato dos seus companheiros de Nave, estarem protegendo cada uma delas, mantinha a tarefa dele difícil de se aproximar mais do que o necessário.

Seu coração estava batendo tão rápido, que ele se perguntou se a pressão interna da Nave, não estava prestes a lhe causar uma explosão cardiotorácica. Então ele começou a rir, quando de fato entendeu, o quão bom era aquilo para os seus planos. Finalmente, havia uma mulher vagando sozinha pela Nave e, ele estava disposto a busca-la e dar prosseguimento aos seus desejos... E ainda como bônus, ela tinha algo do qual ele precisava para adiantar as suas pesquisas...

A humana carregava um pequeno embrulho, do qual tinha ouvido Valiancy falar, sem dar muita atenção para o fato... A mulher e o pequeno bebê em seus braços, eram o caminho mais prático ao qual ele estava pensando em percorrer, pois eles estavam ao alcance de suas mãos e, estariam a sua mercê, assim que os encontrassem.

Sem perder tempo, nem mesmo para vestir a sua camisa, ativou o comando de voz pelo telecomunicador e abriu a porta, saindo em busca da humana. Ele não fazia ideia de onde ela havia se escondido, mas a encontraria e faria com que ela o ouvisse e fizesse parte de seus planos dali por diante. Ele se recusava a voltar a pensar na hipótese de que ela tinha entendido algo do que ele tinha dito, porque aquilo era simplesmente cientificamente impossível. Ele seguiu pelo corredor por onde imaginou que ela pudesse ter seguido, e aquilo, só o levaria a um lugar... Ao salão de treinamento da Nave.

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Leila

— Leila estava furiosa com toda a sua situação vivida nas últimas semanas. Desde o seu sequestro, até o seu quase resgate, ela sentia estar vivendo em meio ao caos e a confusão. Comparando a sua pacata vida de humana com a sua atual situação, a deixava ainda mais confusa sobre a sua situação real. Leila não era uma pessoa de seguir à risca todos os mandamentos da Igreja, mas ela podia jurar que aquilo era algum tipo de missão ao qual ela estava destinada e não tinha conseguido captar a mensagem.

Deus, se o Senhor está aí... por favor, me dê uma luz aqui! Eu sei que não sou nenhuma santinha e que errei um pouco na vida cometendo alguns pecados, mas eu sou humana. E como o Senhor bem sabe, já nasci do pecado! Então, por favor... me dê uma mãozinha aí, o que o Senhor deseja de mim? — Ela inclinou os olhos para o teto da Nave, como se pudesse ver através da coisa de metal.

SADISTIC - PRISÃO DO AMOR - VOL 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora