Capítulo 2

5 0 0
                                    


Caminho por entre a mata olhando seu arredor, arvores e mais arvores preenchem todo o caminho. O homem de rosto machucado que se chama Leonard me acompanha com uma lança de madeira que é utilizada para pesca. Procuramos restos do avião que nos poderão ser uteis e se possível mais sobreviventes.

-Por aqui Anelise. - Ele aponta para uma gruta. - Pode ser um abrigo de sobreviventes.

Seguimos em direção a enorme gruta feita de pedra negra e coberta por plantas. O local é de imensa escuridão, ascendo a ponta de uma tocha improvisada com o isqueiro achado no paletó de um cadáver. E mesmo assim o fogo não parecia ser o suficiente para aquele lugar, como se a luz fosse sendo engolida pouco a pouco pela escuridão.

-Esse lugar é assustador. - Falo baixo. - Ninguém teria coragem de ficar aqui.

-Não vamos entrar muito. - Leonard ascende sua tocha na minha. - Isso é bizarro.

Caminhamos seguindo em frente já que não podíamos enxergar mais além , passo a mão pela parede sentindo-a esquentar a cada passo.

-Estranho...- volto alguns passos sentindo a temperatura. - Leonard, veja isso.

O homem que está na frente volta até onde estou com rosto preocupado.

-O que houve? - Pergunta.

-A rocha esquenta conforme nos aprofundamos...

-Impossível. - Ele sorri. - Vamos continuar.

Seguro na mão do homem e a coloco onde a minha esta e empurro-o para que vá sentindo a temperatura mudar.

-Isso é impossível. - Murmura boquiaberto.

-Pois é. - Olho para a imensidão escura. - Acho melhor sairmos daqui.

Concordando ele olha mais uma vez para a parede e seguimos nosso caminho de volta. Seguimos nosso caminho até a praia em silencio o que já era uma coisa comum entre os sobreviventes, falávamos o necessário e depois cada um se trancava com suas lembranças do pesadelo que passamos. As vezes tentávamos agir como se nada estivesse errado, principalmente quando a pequena Bianca estava conosco, mas todos nós sabíamos que as chances de sermos encontrados eram bem escassas.

Montamos um abrigo do lado oposto da praia longe de onde o avião caiu, e aproveitávamos tudo o que podíamos para conseguir manter todos bem, mas a nossa maior preocupação era a criança. Revezamos para entreter a menina para que não sentisse a falta da mãe, cujo o corpo foi encontrado um pouco depois de acordei. A noite a pequena acordava aos gritos e soando, se jogava nos braços de quem estivesse ao seu lado e chorava até adormecer de novo.

Essa responsabilidade não era o suficiente para me fazer não imaginar como estariam meus pais ao receber a notícia da queda e ver o rosto da minha mãe dizendo que não viveria sem mim, me cortava o coração.

Sento na areia macia longe das pessoas, mesmo me sentindo sozinha fico o mais longe que posso de cada sobrevivente com medo de sofrer com a perda de alguém. A fome e a sede estavam a espreita de nos, bebíamos cocos e comíamos peixes, mas conforme os dias passavam podíamos ver a perda de peso em cada rosto ali.

Por quase não termos proteção do sol nossas pelas já estavam queimadas e o cabelo ressecado, o sal da agua do mar fazia a pelo rachar e os lábios já criavam feridas.

-Anelise? - Chama Madalena.

Uma senhora de 70 anos e a mais velha das sobreviventes me chama.

-Sim?

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jul 31, 2017 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Locked- Locked Out of HeavenWhere stories live. Discover now