Capítulo 15 - Mentira tem pernas curtas feito as da Lucy

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– Não acreditem! – ela gritou no microfone – É armação! É uma menina parecida comigo! Não acreditem!

Mas pelo visto seus fãs não concordavam. E após tantos dias defendendo a megera, finalmente os olhos deles se abriram. E não estavam nada satisfeitos.

A polícia foi chamada e rapidamente cercaram o prédio. A transmissão foi cortada, mas toda a população do país viu. A carreira de Lucy desceu tão rápido quanto subiu. Só que desceu a níveis subterrâneos.

– Eu vou acabar com você, Camila! E você, Alex! Eu vou destruir suas carreiras! Vou matar vocês!

– Não me diga – disse o delegado logo atrás dela – Pensei que só teria que conter algumas fãs excitadas, não que ia presenciar um crime.

– Delegado, que bom que o senhor apareceu! – virou-se para ele uma Lucy nervosa e histérica – Aquela bandida está aqui, olha! Prenda-a! Está aqui me ameaçando!

Ele coçou o queixo e olhou na minha direção.

– Na verdade, estou assistindo o vídeo desde o começo; afinal fui chamado quando disseram que haveria um atentado neste local e também para prender outra moça.

Lucy se virou para mim triunfante. Alex chegou por trás me abraçou, protetor.

– Há! Eu te disse que não sairia bem dessa, Camila! Posso estar indo pra cadeia e pra prestar depoimento, mas você vai comigo! E vai ficar lá por muito mais tempo que eu!

O delegado ergueu uma sobrancelha.

– Desde o princípio, acho que prendi a bandida errada. Não, meu bem, não estava me referindo à Camila Divana. Eu estava me referindo àquele elemento ali.

Ele apontou o dedo na direção de Megan. Aí já era eu que não estava entendendo mais nada. A empresária estava discutindo com os policiais e os seguranças, aparentemente não desconfiando de nada. Quando ele se aproximou, corri com Alex para ouvir as palavras que eu já esperava ouvir há tempos, mas pronunciadas para outra pessoa.

– Senhorita Megan Morella?

Ela se virou irritada.

– Sim? Estou um pouco ocupada no momento – e abriu um sorriso nervoso para o delegado.

– A senhorita está presa – ele retribuiu o sorriso – Não vai ficar mais tão ocupada.

Ela engasgou.

– Deve haver algum engano! Eu não fiz nada! Não tenho nada a ver com essa cantora farsante!

Lucy engasgou indignada também.

– Sua bruxa! Está despedida!

– Bom, eu tenho provas de que a senhora ameaçou Alex Chase, Camila Divana e sua família com uma arma.

– O quê? – a voz dela soou dois tons acima.

Diana aproximou-se de nós.

– Eu chamei os policiais.

Megan olhou para ela tão surpresa quanto eu. Minha sobrinha virou-se para mim sorrindo.

– Tia, lembra quando você me deu aquele urso a primeira vez em que cheguei ao Rio?

– Claro – sorri, mas depois fechei a cara – aquela porcaria tinha me custado um dinheirão porque eu não sabia que tinha... – meus olhos se iluminaram.

– ... uma câmera dentro. Eu usava para gravar minhas músicas. Nunca pensei que seria tão útil algum dia.

– Bem, agora compensou eu ter gasto um dinheirão.

Alex se adiantou e fitou Megan nos olhos.

– A propósito, Megan... eu me demito. Minha carta de demissão estará na sua mesa pela manhã – ele piscou um olho e sorriu – mas não acho que estará lá para ver.

O delegado chamou os guardas e carregaram Megan e Lucy aos berros para fora do estúdio, ainda gritando farpas uma para a outra. Não podia acreditar! Era um sonho se tornando realidade!

Meu celular tocou e já atendi chorando e eufórica.

– Alô?

– Cleo?

– Fuinha!

– Feliz? Eu disse que nós ia dar um jeito nela!

– Foram vocês? – meu coração suspirou agradecido.

– Tiririca tem um primo que é câmera aí na Globo. E Sensata conhece alguém aí que mexe com os vídeos. Eles adoraram a ideia de subir audiência, né? Nós é presa, mas é unida!

Alguém pegou o telefone dela.

– Oi, riquinha!

– Panela! Como conseguiram esse vídeo da polícia? Achei que não tivesse som!

– Eu tenho um cunhado que trabalha aqui na delegacia. E você acha mesmo que esses vídeos não têm som? Pelo menos os lá da nossa delegacia tem. Eles fazem as pessoas acreditarem nisso para não temerem uma confissão gravada. Claro, não dá pra usar num tribunal, mas é útil para descobrir ligações entre os presos. Ei, só nós sabemos disso, certo?

– Vocês... – dei um soluço – São demais! Muito obrigada!

– Imagina, Cleo! Um dia vamos passar para te visitar. Aquele mesmo endereço onde você estacionou ontem à noite, certo? O prédio vermelho?

– Hã... é... acho que sim.

– Vamos um dia aparecer lá de surpresa! Queremos comer coisa boa, hein?

– É... tá...

E desligou.

Coloquei a mão em meu peito. Meu coração batia descompassado. Aquele cardiologista viria em boa hora agora.

– Cleo? – perguntou Alex com um brilho divertido no olhar.

– É meu nome de guerra... digo, de detenta.

– Você tem amigas fiéis.

– Pena que não dá pra visitar...

– Acho que vai receber alguma visita em breve...

Eu sorri olhando para o telefone.

– Sim. Espero que sim.

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