as próprias chamas;

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Como um vulcão em erupção. Poderíamos explodir a qualquer instante, liberando nossas cinzas no ar – mas danificando apenas aquele que não entediam o nosso amor.

Nosso amor era destrutivo para todos, exceto para nós. Talvez por estarmos dentro da situação e nunca a vê-la como um todo. Mas eles sabiam, ah sim, eles sabiam como aquilo tudo doía.

Mas, querida, nós sempre fomos do tipo de deixar as dores para serem sentidas mais tarde – quando nossos corpos já estavam exaustos, e nossas mentes nubladas.

Como uma bomba-relógio. Nós fugíamos da explosão entretanto, logo voltávamos para o início novamente. E, quando ela explodia, davámos-nos as mãos e recolhíamos os nossos destroços, prontas para o próximo caos que iria vir.

Sempre fomos daquelas que não se importavam até que tudo fosse jogado aos ares; e talvez esse tenha sido o nosso maior defeito, afinal. Mesmo que, no fundo, o considerássemos uma qualidade. Daquelas que apenas um grupo seleto saberia identificar como algo bom.

Porém, no momento em que sumistes levando todas nossas pequenas bombas contigo, eu me dei conta de que estava na hora de tudo acabar.

Sim, estava mais do que na hora de tudo explodir, ser jogado aos ares, ser um espetáculo final. Mas eu sabia que, mesmo que para os outros fosse o final, eu sempre iria te ver dançando no meio das labaredas. Tu eras o gatilho de todas as explosões a nossa volta.

Bomba-Relógio » lisa centricWhere stories live. Discover now