46 - Visitinha

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"O que está fazendo aqui?" Grace parece atônita ao me ver parada na porta, então logo começa a rir, deixando-me aliviada. "Venha cá, minha querida", me puxa para um abraço cheio de carinho. "Sentimos muito sua falta. Muito mesmo."

Me afasto, sorrindo.

"Também senti de vocês. Como você está? E a Nina, a Ava e o Theo?".

"Todos muito bem. Theo e Nina estão mais próximos agora. Bem mais."

"Acho que meu plano surtiu efeito" dou um sorriso, acompanhada por ela.

"Entre" me chama. "O que veio fazer aqui?".

"Pensei que seu patrão houvesse proibido minha entrada" tiro as luvas, muito cansada da viagem desconfortável de cinco dias. Foi a única forma de vir, na carruagem de correio. Um desconforto inigualável. Estou toda dolorida.

"Você parece cansada" Grace lamenta, me olhando de cima a baixo. "Seu vestido está…".

"Imundo, eu sei" dou um sorriso. "Desculpe, eu não vou demorar. Só preciso falar com ele um instante."

"Com quem?" ela parece surpresa imediatamente.

"Com o seu patrão. Ele deve estar aqui, já é quase noite e, pelo que lembro, gosta de estar no escritório durante esse tempo."

"Rebeca, eu não sei se… Seria uma boa ideia." Grace parece apreensiva, mas eu não estou preocupada com isso.

"Ele pode me expulsar, se quiser, mas preciso dar a informação que tenho a ele. É para seu próprio bem pessoal."

A governanta me avalia um tempo, como se travasse uma briga com o subconsciente, então finalmente assente.

"Está bem, minha querida. Eu vou avisá-lo de que você está aqui e quer vê-lo."

"Não quero" corrijo. "Preciso."

Grace concorda e então gesticula para eu seguí-la, percorrendo o corredor que nos levará à porta do escritório de Gael.

Pode parecer algo completamente insano de se fazer, mas eu realmente - apesar de estar muito magoada com tudo e como se deu -, preciso fazer isto. Posso ter sido expulsa, humilhada e, de certa forma, muito insultada, mas eu o amo. Eu amo Gael. E nada vai mudar isso, porque eu quero o seu bem, o melhor para ele, e sempre vou querer.

Grace faz um sinal para que eu espere enquanto entra para anunciar minha chegada.

Me escoro na porta de mogno e tento fazer meu coração parar de dar tantas marteladas compulsivas e audíveis. Estou ansiosa.

Ouço uns cochichos e barulhos, ficando agoniada, e então ela retorna, dando-me um sorriso carinhoso mas com pesar ao mesmo tempo.

"Eu…" respira fundo. "Sinto muito, Rebeca, ele não quer vê-la."

De repente toda a minha agonia é substituída por raiva. Pura e completa raiva.

"Como ele ousa?" questiono, indignada. "Dê-me licença, Grace" peço, com o intuito de que ela deixe a porta.

"O que vai fazer?" agora está com medo.

"O que deve ser feito."

Abro a porta e entro, fechando-a imediatamente com um estrondo. Gael levanta a cabeça em um susto, e então imediatamente levanta-se ao me ver.

"O quê…" começa.

"Cala a boca" o repreendo. "Cala esta maldita boca. O mínimo que você pode fazer é me ouvir, seu maldito! Depois de tudo o que me fez passar, é o mínimo. Então você vai calar esta sua boca inútil e me ouvir, e só assim eu vou ir embora, mas não vou voltar enquanto não disser tudo que tenho para falar."















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Agora o bicho vai pegar

Gosto assim. Aproveita e pega algo pra jogar na cabeça dele, Rebeca kkkk

Até, amores <3

Fruto Proibido (CONCLUÍDO)On viuen les histories. Descobreix ara