15 - Lamento

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Passei a noite inteira chorando e adormeci quase de manhã.

Acordo suando frio e me desvencilho das cobertas.

"Ah, não acredito." meus cabelos estão ensopados.

Levanto-me e respiro fundo.

Passo as mãos no rosto e suspiro.

Olho pela janela e a chuva cai fortemente.

Vou para o banheiro e preparo meu próprio banho.

Fico um pouco a mais, tentando tirar aquela tensão horrível e quase insuportável do meu corpo.

Eu quero aquela sensação de novo. Quero ouvir Gael daquele jeito, totalmente amável e grosso, ao mesmo tempo. Sexy.

Depois de umas duas horas, chamo Nina, que me ajuda com o vestido.

Eu tenho um almoço com Marcus mais tarde. Estava ansiosa.

Respiro fundo e saio do quarto. Desço as escadas e vou em direção à cozinha.

A mesa está colocada, mas vazia.

Suspiro.

Não que eu esperasse encontrar Gael lendo um jornal e me recebendo com um "bom dia", mas pelo menos alguma companhia.

Não era aquela vida que eu queria.

Chamo Nina e quando ela chega, peço para que ela se sente.

"Senhora?", ela parece alheia.

"Sente-se. Vamos tomar café. Esqueça isso de 'senhora', eu já disse. Somos amigas. Minha vida já é uma droga. Não precisa me lembrar que estou ficando velha."

Nina tenta segurar, mas não aguenta, e ri.

Sorri por isso.

"Eu não deveria."

"Nina, sou sua patroa. Sente-se e coma comigo."

Ela reluta, mas cede.

É divertido estar Nina.

Ela estava meio travada no início, mas depois começou a falar com um papagaio e rir sem parar.

"Sim, é verdade. Quando aconteceu isso, eu tinha apenas dez anos e papai ficou louco. Imagine só, quebrar uma estátua da esposa mal amada de um barão? Foi o fim."

Nina gargalhou quando contei uma das histórias mais loucas da minha curta vida. Quando fui à festa da minha madrasta e quebrei sua estátua, literalmente. Era ela, numa estátua. Eu odiava aquilo. Papai brigou comigo na frente dela, mas quando ficamos sozinhos, ele riu e me agradeceu. Amo papai.

"E você? Não tem um namorado? Trabalha aqui há muito tempo pelo que percebi."

"Não, senhora." ela encolhe os ombros.

"Ah, por favor. Não desperdice sua juventude trabalhando para um homem ridículo com esse meu marido. Vá atrás de alguém que a faça feliz."

Nina parece assustada.

"Senhora?".

Cale a boca, Rebeca.

"Bem." tossi. "O que quero dizer é que, bom, você precisa de um homem. Não que isso seja obrigatório." Será que Nina já tinha sentido aquilo que senti na noite anterior? Toda mulher deveria. "Enfim, namore um pouco. Posso te dar cobertura para o ridículo do meu marido não perceber sua ausência."

Nina ri e assente.

"Obrigada, senhora."

"Nina, sem 'senhora'. Só Rebeca está bom."

Ela sorri.

"Certo, Rebeca."

Fruto Proibido (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now