Refeições em Família

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- Pode deixar, majestade, tivemos uma conversa com ele sobre tudo que aconteceu. Ele não vai retirar a aliança – Conclui.

- Parece que vocês se tornaram bem influentes nesse tempo que passaram fora – Kriss falou e eu não pude distinguir o tom que usava.

- Tudo graças a América! – Celeste disse – Todos sempre acabam escutando o que ela tem a dizer.

- Celeste – disse, meio sem jeito.

- É verdade! – Continuou – Vocês deviam ter visto como ela se saiu bem na negociação entre os ingleses e os italianos! Aquilo tudo só foi possível graças a ela!

- Você está exagerando Celeste – disse, totalmente corada.

- Fora as inúmeras propostas de casamento! – Ela falou e eu vi Maxon ficar sério novamente. – Só na Itália foram quantas mesmo? Cinco? – Falou pensativa – Isso mesmo! Cinco nobres pediram ela em casamento só nas últimas semanas! E um mais lindo que o outro!

- E você não se interessou por nenhum deles? – Kriss perguntou.

- Claro que sim! – Celeste respondeu por mim – Eu já disse que ela devia aceitar a proposta de Henrique logo!

- Henrique? – Amberly questionou.

- Henrique Muller, o segundo príncipe da Alemanha – comentei, ainda corada.

- Ele é muito lindo! Estava no meu casamento – Kriss comentou e vi Maxon ficar pouco à vontade com o assunto.

- Sim, ele é um amor de pessoa – respondi. Henrique e eu não éramos nada mais que amigos, havíamos nos conhecido no aniversário de Fedra e nos tornamos grandes amigos. Ele havia me proposto em casamento sim, mas como um acordo de amigos, já que ele havia perdido a garota por quem ele havia sido apaixonado por toda a vida.

- Muller? Um amor de pessoa? – Maxon falou – Vocês devem estar enganadas. O príncipe Henrique Muller que eu conheço não é nada disso – era obvio que ele estava irritado com o assunto e eu não pude deixar de sorrir com isso.

- É que talvez o senhor não tenha parada para escutar o que ele tinha a dizer – cutuquei. Vi ele ficar ainda mais irritado. Olhei para o lado e vi Celeste segurar a risada.

- Olha! A sobremesa chegou – Amberly disse, cortando o assunto e tentando dar fim ao clima tenso que estava sobre aquela sala.

- Escutou muito orgulhosa da gente – Celeste comentou baixinho para mim, enquanto a sobremesa era servida – Fizemos os dois pomposos perderam a linha já na primeira refeição.

- Não sabia que era para fazermos isso – respondi – Se não tinha me comprometido muito mais com a missão – brinquei e ela riu.

- Você gosta de torta de morango, América? – Kriss disse, falando sobre o prato de sobremesa que tinha sido servido. Olhei para Maxon, que estava com um sorriso vitorioso na cara e o fuzilei. Não ia deixar aquilo em branco.

- Até gosto – respondi – Mas nada supera a Banoff alemã! – Menti.

- Verdade! A culinária alemã é muito boa! – Amberly comentou.

- Nunca provei, mas ainda acho que nada supera essa torta – Kriss comentou – É a preferida de Maxon!

- Não só dele – Celeste comentou e eu não sei se alguém além de mim escutou.

- Se vocês me dão licença. Eu estou exausta da viagem e gostaria de descansar um pouco – comentei, me levantando e me retirando da sala de jantar. Fui para o meu quarto e minhas criadas não estavam lá e assim que cai na cama, eu adormeci.

- América? Você vai perder o jantar! – Anne disse, me acordando.

- Diga que vou pular o jantar, estou morrendo de sono – respondi nem eu sei como. No instante seguinte, eu já estava dormindo de novo.

- Meri? Trouxemos o seu jantar! – Lucy me acordou.

- Não estou com fome – respondi.

- Claro que está! Vamos deixa-lo aqui do lado – Mary disse. Porém, eu ainda estava me acostumando com o fuso horário e acabei dormindo de novo.

- América, agora você tem que acordar! – Era Celeste e ela parecia um pouco irritada.

- Eu não quero jantar! – resmunguei.

- Percebi isso ontem – ela disse. Ontem? – Vamos, temos que tomar chá com a rainha!

- Quem toma chá depois do jantar? – perguntei, meio perdida.

- Acorda América! Já é de manhã! – Falou, fazendo sinal para Anne abrir as cortinas. Assim que o sol bateu na minha cara, eu me escondi embaixo das cobertas novamente.

- Okay, eu entendi a mensagem – resmunguei. – Estarei lá em baixo em 30 minutos.

- Acho bom, porque não se deve deixar a rainha esperando – ela disse, brava, saindo batendo a porta.

Lucy, Mary e Anne fizeram milagre em meia hora, considerando que eu só levantei quinze minutos depois que Celeste saiu. Eu estava mesmo morta de cansada, a viagem havia sido cansativa e eu não consegui dormir nada.

- Você está linda América! – A rainha falou quando eu entrei no salão das mulheres, onde o chá estava sendo servido. Lucy escolheu um vestido florido para mim usar e decidi deixar meu cabelo solto. Mary fez uma maquiagem de leve e eu me sentia outra pessoa depois de uma bela noite de sono.

- Obrigado Majestade! – Agradeci, fazendo uma reverencia.

- Amberly, por favor! – Ela pediu e eu assenti.

- Amberly – me corrigi. Olhei ao redor e vi que nem Celeste, nem Kriss estavam ali ainda. – Onde estão Celeste e Kriss? Cheguei cedo demais?

- Não minha querida – ela falou e eu não pude deixar de me arrepiar pelo jeito com o tom da voz dela me lembrava de Maxon – Eu pedi para sua amiga enrolar a Princesa um pouco para nos dar privacidade.

- Oh – falei, me sentando de frente para ela. As criadas que estavam ali nos serviram chá e um pedaço de torta. Amberly então dispensou as criadas, deixando apenas eu e ela na sala.

- Esse castelo não foi o mesmo desde que você partiu – ela disse, olhando as criadas saírem. – Parece que todo funcionário do palácio sentia sua falta.

- Eu senti bastante falta das pessoas que eu conheci aqui – comentei – Fiz grandes amizades aqui, como a senhora disse que faríamos.

- Sentiu falta do meu filho também? – Ela perguntou, assim mesmo, na lata. Eu olhei para ela com os olhos arregalados e ela me olhava como uma mãe. – Você não precisa me responder, querida, eu vejo nos seus olhos o que você sente por ele.

- Eu conheci sua neta – falei a primeira coisa que veio na minha cabeça e que mostrava que eu sabia que eu não poderia ficar com Maxon.

- Kriss falou que ela simpatizou muito com você. Acho que ela até ficou com um pouco de ciúmes. A pequena Katherine não gosta muito de estranhos. – Ela respondeu.

- É uma linda menina e...

- América, eu sei que ainda ama meu filho. – Amberly falou, trazendo ele de volta para o assunto.

- Amberly... Eu...

- Minha querida, por favor escute o que eu tenho a dizer – ela pediu e eu fiquei quita. – Eu vejo meu filho sofrendo por você e nenhuma mãe quer ver isso. Eu vejo você sofrer por ele e isso me dói ainda mais. Ontem, quando você chegou aqui, eu pedi a Maxon para deixa-la seguir seu caminho, já que ele já tinha seguido o dele, mesmo que por obrigação. Mas eu vejo em seus olhos o quanto o ama e eu quero ajudar.

- Ajudar com o que? – Perguntei, meio perdida.

- Eu quero ajudar vocês dois a ficarem juntos.

Falling FateWhere stories live. Discover now