Você Não Soube Me Afastar (Concluído)

Capítulo 37

ANNABELLE

 Olho para minha mãe que está me olhando com uma pena bem notável em seu olhar, e eu não gosto disso, sei que não estou a mulher mais bela do mundo, mas me incomoda que as pessoas sintam pena de mim. Isso pode parecer algo bobo de minha parte, na verdade eu sei que é algo muito bobo, afinal ela e a minha mãe, é impossível que ela não sinta pena ao ver a sua filha em uma cama de hospital com o rosto machucado, e é por esse motivo que ainda não falei nada para ela, estou tentando relevar essa situação para não acabar deixando minha mãe magoada comigo, ela não merece isso. Eu sou mãe, e não sei como reagiria ao ver a minha ruivinha em uma cama de hospital, ficaria descontrolada, e minha mãe até agora se manteve controlada. 

— Quer algo para comer filha? — Papai pergunta muito atencioso.

— Não estou com fome. — Digo segurando na mão do Ben que está sentado ao meu lado na cama brincando com os meus fios de cabelo suavemente.

De todas as pessoas que estão aqui ele é o único que me deixa calma e confortável. Eu o conheço muito bem e sei que ele ainda muito mexido por tudo que aconteceu, posso ver isso em seu olhar triste que me parte o coração. Dói saber que ele sofreu por mim.  

— Mamãezinha. — Ouço a voz da minha filha e sorrio.

Com muito esforço convenci o médico para deixá-la entrar, claro que ela não vai ficar por muito tempo aqui.

Evelyn a trás até mim e a coloca sentada em minhas pernas.

Evy foi buscá-la na casa dos avós do Ben a pedido meu, eu precisava ver o meu pedacinho do céu. E nesses momentos que podemos ver quem são os nossos verdadeiros amigos. Pelo que o meu esposo falou ela está aqui há um bom tempo, infelizmente o Wesley  não pode vir, pois teve que ficar cuidando das duas bebezinhas para ela vir. Se eu fosse casada com um homem como o Wesley jamais deixaria ele como babá de duas crianças tão pequenas. Ele é louco. 

— Oi minha vida. — Abraço a Luna.

— Mamãe tá com machucado. — Diz apontando para o meu rosto. — O que conteceu? — Pergunta.

 Olho para o Ben sem saber o que dizer para a Luna, não posso simplesmente dizer que foi um homem que me agrediu. Ela ainda é muito pequena para entender tudo.

— Filha, a mamãe caiu. — Ben diz respirando fundo, sei que ele não gostou nem um pouco de dizer que eu cai. — Agora temos que cuidar muito bem dela e do seu irmãozinho ou irmãzinha.

— Vou cuidar da mamãe. — A pequena diz passando sua mão em meu rosto.

 — A vovó estava com saudades. — Minha mãe diz pegando a Luna nos braços.

 — O que foi? — Ben pergunta. 

— Só estou cansada. — Escoro a minha cabeça em seu ombro. — E estou me sentindo enjoada com esse cheiro, nosso pequeno não me da descanso.  Já estou ficando louca com esses enjôos, parece que nunca vão acabar. — Faço uma careta para ele que sorri de lado.