Capítulo 13

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13

Fecho os olhos, mesmo diante de um mundo decadente, corrupto e começo a visualizar um novo mundo... uma realidade totalmente diferente que se delineia dentro de mim. Já a antevejo, com os olhos de fé, desfrutando de todos os seus benesses.

Quando estou me sentindo cansada, fraquejada, e as minhas mãos estão trêmulas, pesadas; tenho a companhia de amigos(a), comungam a mesma fé, com as mãos diligentes e amorosas sustentam as minhas mãos, como se elas fossem levar plumas a esvoaçarem. Recobro minhas forças e me sinto amada e amparada por eles(as). Êxodo 17:12
(Aimara Shinfler)

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No final da noite, estavam todos na sala, assistindo televisão. Meu apartamento não era dos maiores, mas acomodava todos facilmente, Luke sentava no meu extremo, papai no meio, com olhar de gavião e mamãe concentrada na televisão.

— Papa e mama, não é querendo expulsá-los, mas trabalho amanhã é preciso dormir.

— Sim, esqueci que estávamos na sua "cama". — papai se levantou, mas então retornou a sentar.

— Vocês dois, quero só ver, dormirei de porta aberta, nada passa batido por mim. — com essa ameaça, papai e mamãe vão pra o quarto, eu os sigo, para pegar os lençóis de cama, enquanto Luke pega o seu colchão.

Após arrumar a cama de Luke e a minha, nos deitamos, como já era de praxe, assistimos Grey's Anatomy.

— O que seu pai disse sobre nós? — questiona baixinho.

— Ele não aprova, mas também não me proibirá, já não tenho dezessete anos e sei o que fazer da minha vida.

— O que você quer? Não sei se posso te oferecer um futuro. — minha mão escorrega do sofá, batendo em seu peito, ele a pega e acaricia.

— Eu imagino que não posso mesmo, mas fico contente de viver o presente.

— Eu já disse que não pode se apaixonar.

— Isso é uma merda. — resmungo

— Por quê?

— Porque você se apaixonara por mim, primeiro. — ele deu risada, então beijou meus dedos.

— Eu não sei, mas de qualquer forma, saiba que não posso garantir um futuro e nem o passado, mas o presente, eu quero estar com você aqui, morando nesse apartamento, sendo "pai" do Marley e trabalhando na escola. — Luke fez uma pausa. — Uma vida normal.

— Você pode ter tudo isso, basta ficar aqui comigo e tentar.

— Eu gostaria disso. — após suas últimas palavras, pega minha mão novamente, então a coloca no meu estômago.

*****

Acordei atrasada novamente, todos já haviam saído, um bilhete em cima da bancada de Luke, informando que fora para seu primeiro dia de trabalho. Arrumei-me rapidamente e peguei um táxi para chegar mais rápido na escola.

Entrei na minha sala de aula, todas as crianças sentaram em seus devidos lugares.

— Bom dia, crianças.

— Bom dia, professora Johnson. — coloquei minha pesada bolsa em cima da mesa.

— Hoje faremos algo diferente. Peguem uma folha e escrevam uma mensagem para alguém ao seu lado, pode ter poemas, partes de uma música, ou o que vocês quiserem.

— Mas professora, não tem ninguém do meu lado — comenta Luíza, sentada na última fileira.

— Então escreva para mim e eu escreverei outra para você. — todos da sala começaram a fazer carta, isso me deixou contente.

Senhor Perigoso - DEGUSTAÇÃO - 1º - Série SenhoresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora