Uma História de Amor Sem Fim

II *

O dia hoje vai ser muito longo, tenho aulas de manhã e de tarde e ainda queria arranjar um bocadinho de tempo para ir ao ginásio. Acordo cedo, tomo um banho rápido, vesti-me e preparo os cadernos e livros que são necessários para o dia de hoje na faculdade. Hoje fiquei de me encontrar com as minhas colegas de curso. A Tamara e a Liv.

A Tamara conhecia no primeiro dia de aulas, estávamos a sentir um misto entre o medo e a curiosidade do que se encontrava ao nosso redor, pois era tudo novo e diferente. A Tamara vive numa república aqui na faculdade, ela não gosta muito de lá viver, por causa das colegas com quem tem de partilhar a casa, mas era a única solução que tinha, porque ela não é de Nova Iorque, mas sim, do estado da Florida. Ela só visita os pais na altura do Natal e nas férias de verão. Não consigo imaginar o que é viver sem a nossa família por perto. A Tamara é a miúda mais engraçada e divertida que alguma vez conheci, adora ler, fazer maratonas de séries e de filmes, ouvir música, passear pela cidade e escrever. Ela escreve alguns textos, a Tamara diz sempre que não tem muito jeito, mas não parece nada disso. Ela consegue ver sempre o lado positivo das coisas más que nos acontecem por vezes e, é capaz de transmitir isso através de palavras que para as outras pessoas é sempre muito difícil.

Quanto à Liv, ela era uma rapariga muito tímida e reservada até a conhecermos, depois transformou-se de tal maneira que nem parece a mesma. Eu e a Tamara só começamos a aproximarmo-nos da Liv apenas no segundo ano do curso, até então só a víamos nas aulas, ela costumava andar sempre sozinha com os seus fones nos ouvidos. Pouco depois de ter descoberto a Liv, ela começou a namorar com o Matthew, que estuda gestão financeira, e que também, já se conheciam antes de entrarem na faculdade. O Matthew é um verdadeiro cromo, conta piadas sobre tudo, e bem, às vezes não têm assim muita piada, mas de uma coisa tenho a certeza ele adora a Liv, mais do que tudo. É daqueles amores de universidade que vão durar a vida toda.

Quando chego à cozinha para tomar o pequeno almoço, encontro os meus pais já sentados à mesa.

- Bom dia! -, digo-lhes dando um beijo a cada um deles.

- Bom dia, meu amor! -, cumprimenta-me o Pai Landon.

- Bom dia! Dormiste bem? -, pergunta-me o pai Nathan.

- Sim dormi. -, respondo enquanto me sento na mesa ao pé deles.

- Agora só falta o teu irmão Cesar, é sempre o mesmo, depois nunca tem tempo para tomar o pequeno almoço em condições. -, fala o pai Landon. Ele é sempre o mais preocupado quanto ao que comemos e se comemos, acho que esta preocupação deve-se ao facto de ele ter um restaurante.

- Não te preocupes, se ele não vier, entretanto eu vou chamá-lo, eu acho que já está acordado á pouco ouvi um barulho vindo do quarto dele. -, comenta o pai Nathan.

As nossas manhãs aqui em casa são sempre assim, o Cesar é sempre o último a ficar pronto, o pai Landon sempre aflito com ele e o pai Nathan a acalma-lo.

Tomo o pequeno almoço e despeço-me dos meus pais e ouço todos os recados que me têm a dar, como: conduzir com cuidado, não chegar tarde, e até o pai Landon convida a mim e às minhas colegas de curso, a Tamara e a Liv, para irmos almoçar ao Grand River. Já é um hábito nosso, quando tenho aulas durante o dia todo, costumamos almoçar quase sempre no restaurante dele.

Saiu e para variar nunca consigo me despedir do Cesar. Entro no elevador em direção à garagem. Não gosto muito de andar de elevador, mas não tenho outra hipótese, vivemos no 10º andar e são muitos degraus para descer e subir. Ás vezes, em brincadeira aposto com o Cesar a ver quem consegue chegar ao nosso apartamento em primeiro, mas são muito poucas as vezes em que não desistimos a meio e quando conseguimos terminar ficamos sem fôlego durante algum tempo.