Capítulo 4

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Dor latejante, sufocante. Agora a bebida da noite anterior o incomodava. Não a bebida de fato, mas a quantidade ingerida. Sufocou um gemido enquanto lentamente levantava de sua cama e praticamente se arrastava até o banheiro. Sabia que tinha exagerado na noite anterior, mas a ligação de Cressida, falando, reclamando, só fez sua vontade de beber aumentar. Um banho. Era isso o que precisava, urgentemente. E remédio. Quem sabe voltar a dormir? Seu travesseiro extremamente macio, sua cama convidativa. Balançou a cabeça levemente, o que só aumentou o latejar. Não! Tinha que se arrumar. E fazer o que quer que estivesse programado em sua agenda. Sabia que teria que ir logo para o treinamento em Anglesey, mas ainda deveriam haver algumas obrigações reais em seu cronograma. E umas férias. Lembrava-se que logo ele teria uma folga. E aquela ideia de Skippy pareceu mais atrativa do que antes. Talvez, só talvez, alguns dias em Las Vegas não fariam mal a ninguém.

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Não sabia definir seu sentimento aquela manhã ao chegar ao Buckingham Palace e começar seu treinamento. Liz Thomas não parecia aprovar muito a sua contratação, mas não expressou seu descontentamento em voz alta.
– O treinamento consiste em duas etapas. - ela lhe explicava. - Aqui no Buckingham você vai ser instruída sobre o básico principal em todo e qualquer trabalho para a coroa. Quando você estiver preparada então irá para ao Kensington, trabalhar para a Duquesa. Entenda que essa é a segunda etapa. Você vai ser treinada lá também. - Renata concordou com a cabeça.
Se encaminhavam para alguma sala de serviço, andando por uma rede de corredores que mais pareciam um labirinto.

- Antes de começar a trabalhar, você deveria se mudar para as dependências de empregados...
- Não posso manter a minha residência? - perguntou.
- Se você cumprir com o seu horário...
- Recebo algumas visitas da minha família. Seria estranho ter que pedir para que parem de me visitar sem explicar o motivo.
- Sua família não sabe que você vai trabalhar para a Família Real?
- Não. Achei que quanto menos eles souberem, mais seguro.
Liz ficou admirada. Aquela senhorita tinha acabado de ganhar um pouquinho do seu respeito.

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Gostava de eventos sociais. Adorava o glamour dos vestidos, os perfumes das mulheres, a elegância dos homens. A única coisa que desagradava Rebecca Shaw era ver que apenas Rachel, sua filha mais velha, parecia compartilhar dessa sua adoração. Renata e Matthew sempre ficavam emburrados todas as vezes que compareciam a esses eventos. Matthew ainda era pior, já que chegava ao ponto de levar seus videogames portáteis e se isolava em algum canto. A mãe deu graças aos céus quando o filho entrou para a faculdade.
- Algo que a preocupa? - Joseph apareceu ao seu lado com uma taça de champanhe.
- Só pensando nas crianças...
- Que de crianças, nossos filhos não têm mais nada.
- Não importa a idade, sempre serão meus bebês.
- E o que te distraiu da festa?
- Renata. Ela começou um novo trabalho hoje.
Joe concordou com a cabeça.
- Uma hora você teria que aceitar o fato de que ela não queria trabalhar na empresa.
- Essa não é a questão. - contestou Rebecca. - O que me incomoda é que ela não me passou nem mesmo o nome do hotel em que vai trabalhar.
- Essa é a minha filha! Assim você não faz ligações inconvenientes no trabalho dela.
- Joseph!
- Aceite Becky! Você simplesmente é uma mãe coruja, que fica em cima dos nossos filhos a cada passo que eles dão. Você quer controlar cada decisão e cada coisa que eles fazem. Só Rachel é tola o suficiente de deixar você tomar o controle da situação.
A resposta daquele renomado advogado deixou a mulher boquiaberta. Uma coisa que devemos todos concordar é que as pessoas simplesmente não respondiam Rebecca Shaw. Ela era uma força da natureza por si só, tão descontrolável quanto um furacão. E Joseph Shaw dar uma resposta para a esposa era simplesmente um sinal claro de que o apocalipse se aproximava, além de, obviamente, ser uma demonstração clara de quem realmente mandava na Família Shaw.
Provavelmente prevendo que ali haveria algum assunto para fofoca, e tentando esquecer do fato de que sua própria vida era o atual assunto dos círculos de conversa, Margareth Tulson se aproximou e ficou parada "analisando" o salão. Qualquer resposta que Rebecca tivesse para dar ao marido, foi silenciada ali. A senhora Shaw poderia adorar falar da vida de suas amigas, mas definitivamente não gostava quando a sua vida era o assunto das conversas.
- Olá Maggie. - cumprimentou com um sorriso enquanto fazia um sinal para o marido se afastar. - Como vai?
- Muito bem obrigada. - mentiu a senhora Tulson. - E você?
- Ótima!

Efeito MorphailWhere stories live. Discover now