CAPÍTULO 16 - O Rio

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Marcos acordou e conversamos um bom tempo sobre a carta, ele me deu algumas ideias de onde nós poderíamos encontrar os outros presentes, até que caímos no sono.

A manhã seguinte foi tranquila, uma caminhada longa até chegarmos a um grande rio de lava que separava as terras dos Murlocks dos domínios sombrios de Molvack. 

Os demônios saltaram sobre a lava caindo bem no meio do rio que devia ter uns 6 metros de comprimento de ponta-à-ponta, e atravessavam-o como se fosse a coisa mais refrescante do mundo.

Seus corpos carrancudos caminhavam pela lava calmamente, porém, depressa.

-Venha Sá, vamos pular as pedras. 

Assenti mas só conseguia pensar que Marcos está louco se acha que eu vou passar por cima dessa lava fermente.

Olhei para o rio e realmente, havia um caminho de pequenas pedras que traçava as duas pontas. Marcos pulou por elas devagar mas sem parar até ficar bem no meio do grande rio de lava.

-Vem Penélope!

Eu fui até a beira do "rio" e senti meus pés esquentarem só de se aproximaram da borda, olhei para Marcos, ele me esperava a uns 5 pulos de distância. Os Murlocks já haviam passado completamente e nos esperavam com um olhar de desaprovação o outro lado.

Enchi o peito e pulei para a primeira pedra, consegui. E fui pulando, uma, duas até que... eu cai.

Meu pé escorregou em uma pedra em frente a de Marcos e eu cai em direção a lava. Por um momento pareceu que tudo congelou e o vermelho da lava consumiu minha visão, o colar da rainha Flora saltou do meu peito e brilhou forte, meus pensamentos emaranhados. Um breu total, me vejo ao lado dos Murlocks já do outro lado do "rio".

Marcos me encarou sem entender o que acabara de acontecer. O olhei empatizando de sua surpresa. Como eu estava prestes a morrer e em um passe de mágica estou salva? 

Marcos pulou pedra por pedra até nos alcançar e continuamos a caminhada. Entramos em uma floresta escura, ela cheirava a magia negra, não, eu não conheço o cheiro de magia negra, mas, me lembrava muito ao quarto escuro dos fundos do orfanato a noite e a sensação nostálgica de sentir que serei atacada a qualquer momento.

Marcos viu meu sofrimento enquanto tentava criar fogo esfregando dois gravetos um no outro e se aproximou. 

-Oi, rainha dos teletransportes.-Ele se sentou ao meu lado e estendeu a mão para pegar os gravetos.

Sorrindo de canto para ele, entreguei os gravetos.- Oi Marcos.

Marcos logo criou o fogo, mas fomos repreendidos por um murlock que nos contou sobre o perigo de fazer fogo nessa floresta, ele falou algo sobre criaturas que guardam as terras de Molvack e blá blá blá. A noite estava muito fria, vi Marcos dormindo encostado em uma árvore próxima, me aproximei dele devagar e encostei meu corpo no dele. Ele era quente e aconchegante.

A noite passou num triscar de olhos. 

-Vamos, acordem. A aurora já chegou.


As Crônicas da Terra de Prata (Wattys2017)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz