Conto Três... Quando o amor transborda♥

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"Você é a minha queda, a minha musa. Minha pior distração, meu ritmo e melodia. Não posso parar de cantar, está tocando uma música em minha cabeça para você... Porque tudo em mim ama tudo em você. Amo suas curvas e todos os seus limites. Todas as suas perfeitas imperfeições. Dê tudo de você para mim, eu te darei meu tudo. Você é o meu fim e meu começo. Mesmo quando perco estou ganhando, porque te dou tudo de mim. E você me dá tudo de você... Me dá tudo de você." ♥♥♥ All For Me, John Legend ♥♥♥

Drew

                  Chegar em casa e encontrá-la vazia e silenciosa, nem sempre é um bom sinal. Geralmente é porque uma das crianças está doente — o que acontece com menos frequência agora, devo ressaltar —, mas Mia sempre me avisa quando saíra da sua rotina por algum motivo. Então, o meu instinto sempre me leva a pensar o pior, ao abrir a porta da nossa sala e não encontrar nada. Eu não me preocupo em ligar a luzes, enquanto caminho pela sala e depois pela cozinha, ambas preenchidas com uma quietude sufocante. Até mesmo o quintal está vazio, sem o nosso cão agitado e saltitante. Talvez Mia tenha saído com as crianças e o cachorro — o que parece difícil de crer, já que ela não consegue conduzir Bolt sozinha —, e Noah com seis anos e Chloe com dez; não ficam atrás. 

 Deixando as minhas chaves sobre a mesa, eu subo as escadas com pressa, não me preocupando em tirar o meu casaco, como faço todas as noites. Passo primeiro pelo quarto da Chloe, a porta está entreaberta, o quarto completamente vazio, apenas um livro jogado sobre a colcha lilás. Desde que aprendeu a ler, Chloe devora os livros, isso deixa a sua mãe extremamente orgulhosa. É apenas mais uma das coisas para Mia se gabar. O quarto de Noah está fechado e eu piso em algumas peças de montar, assim que abro a porta. Totalmente vazio e bagunçado, o que não significa nenhuma novidade. Sinto como se estivesse espionando a minha própria casa, quando olho no banheiro do corredor e enfim vou até o meu quarto — o que deveria ter feito desde o início. Mia está em frente à janela e mesmo tendo ouvido os meus passos e certamente o barulho da porta sendo aberta, não se vira para mim.

— Esquecemos de pagar a conta de luz? — eu pergunto, enfim tirando o meu paletó e o jogando sobre a cama.

— Não. — ela nega com um sorriso na voz.

Embora as luzes estejam apagadas, as velas perfumadas que ela adora — e eu odeio —, estão acessas sobre o parapeito da janela e iluminam parcialmente o ambiente. Eu não me mexo e ela também, olhando pela janela, enquanto eu a observo com atenção. Seu cabelo está solto, caindo pelos ombros e parando no meio de suas costas. Durante esses anos em que estamos juntos, ela os cortou apenas uma vez; eu a acho linda de qualquer forma, porém ela prefere mantê-los longos.

— Por que estamos no escuro então? E onde estão as crianças?

— Na sua mãe. — ela conta, ficando de lado e sorrindo para mim — Você se esqueceu de que dia é hoje?

— Quinta feira, onze de maio. — falo com voz calma e olho em meu relógio de pulso, antes de completar com um sorriso — Oito e vinte da noite.

— A data, Drew... Que data especial é hoje?

— Nenhuma. — coloco as mãos nos bolsos, quando ela se vira totalmente em minha direção — Hoje é um dia comum.

— Não posso acreditar que você se esqueceu. — ela finge descrença, colocando a mão esquerda sobre o peito — Estou tão magoada, Drew.

— Não me esqueci de nada, meu amor... Hoje não é o nosso aniversário de casamento, namoro ou qualquer outra coisa. Muito menos o aniversário das crianças... Nem mesmo o dia em que nós nos conhecemos.

Nosso Doce Amor... Contos de Minha Doce MeninaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora