Seis

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Voltei ao meu quarto. Não tinha nenhum resquício de Dara Lincoln ali. Deitado em minha cama, comecei a pensar na loucura que tinha acabando de acontecer em menos de dois dias. Fiquei tão focado no que tinha acontecido, que só reparei que estava amanhecendo quando a luz do sol bateu em meu rosto. Meu corpo doía. Ele gritava para ficar mais na cama e dormir. Assim como os meus olhos, que decidiram ficar pesados. O brilho do sol fazia com que eles ardessem.

Me arrastei para fora da cama, e foi cambaleando ao banheiro. Escovei os dentes. Tomei banho. Me vesti para escola. Peguei a minha mochila e sai do quarto.

Parei em frente ao quarto de America e dei duas batidas na porta. Meri abriu a porta do quarto e sussurrou "Vai na frente". E foi quando ouvi minha mãe gritando.

- Loganland! - Suspirei e foi em direção a minha morte devagar.

- America Toslei, andem longo! - Olhei para trás, e lá estava a minha pequena irmã mais velha. - Não quero que vocêsse atrasem para a escola.

Continuei andando na frente. Rezei para que ela não reparasse os meus olhos inchados de sono. Desci a escada, reclamando do barulho que estava fazendo. E ela começou a bater em mim, quando terminei de descer a escada. Fugir para cozinha.

Me sentei na cadeira da cozinha e me servi de ovos fritos e bacon. A minha mãe ainda berra do pé da escada para America.

- Bom dia, Sargenta Toslei. Já acordei! - Quando Meri respondeu, mãe entrou para a cozinha.

Ela colocou mais ovos fritos, torradas e bacon no meu prato, enquanto America se sentava ao meu lado.

- A senhora sabe que não vou comer tudo isso, né? - Indaguei, mas ela ignorou.

Ela parecia cansada, como se a viagem rápida que fez a tivesse esgotado.

- Estou pensando seriamente em colocar vocês dois em um colégio interno. - Ela fuçava os armários atrás de algum.

- Mas a senhora nos ama e não faria isso. - America deu um dos seus sorrisos que faria qualquer um esquecer o que estaria pensando, menos eu.

De tanto ela usar isso comigo, criei uma imunidade.

- Além do mais, com quem você iria gritar? - Falei em tom de brincadeira, e a vi sorrindo.

Eu queria ver a assim. Feliz.

Colocou dois copos de achocolatado na mesa, depois mais um prato com torradas, geleia de morango e biscoitos para America. Depois colocou o seu avental para lavar a louça suja da noite anterior.

Comecei a comer rápido, precisava falar com Dara.

- Cuidado, Logan. - America bebericava o achocolatado percebendo que eu comia com mais pressa do que o habitual. - Você pode morrer engasgado. - Revirei os olhos e dei uma última garfada no resto de bacon em meu prato e já me levantei.

- Tenho que ir. - Fui até a minha mãe e depositou um beijo em sua bochecha. - Não sou igual America, que gosta de chegar atrasada. Tchau, mãe! - Olhei para America, que fez careta.

Nósnão seríamos irmãos se não nos alfinetar-se. Peguei a mochila no encosto da cadeira e sai com muita pressa.

Não vi a caminhonete de Austin. Então mandei mensagem dizendo que tinha saindo de casa e que ele me pegasse no caminho. Quando estava um pouco afastado de casa um carro preto de luxo parou do meu lado. Dara.

Ela estava linda com uma blusa de lá bege e calça preta. Os cabelos soltos em ondas. E um óculos de sol.

- Fiu Fiu - Assobiou. - Quer dar uma volta no meu possante? - Indagou brincalhona.

- Sério? - Levantei uma sobrancelha e cruzei os braços com um sorriso nos lábios.

- Deixa eu me divertir, Logan. - Sorriu para mim. - Quer carona?

- Vai continuar a agir assim? - Indaguei.

- Você vai ter que descobrir. - Ela abriu a porta do carro e eu entrei.

Dara cheirava a café e bala de menta. Os seus olhos amarelos escondidos pelo óculo escuro estavam atentos a estrada. A urgência de estar com Dara havia passado. Liguei o rádio.

- Você ainda não disse o motivo pelo qual veio morar aqui na cidade. - Eu estava atrás de alguma música boa, mas infelizmente, depois de passar por todos os canais de rádio desisti.

- Pareceu certo vir a uma cidade como essa, em que quase ninguém sabe onde fica ou nome.- Aquele meio sorriso não era para mim.

A expressão em eu rosto mudou. Olhei para frente e estávamos quase perto da escola quando ela parou o carro.

- Desce. - Pediu.

- O quê? - Olhei para ela confuso.

- Sai do meu carro. Agora! - Gritou.

Abri a porta e sai. E ela nem sequer olhou para mim. Apenas manobrou o carro e voltou pelo caminho que havíamos feito. Fiquei sem reação até ver a caminhonete de Austin se aproximando.

- Você saiu da sua casa as 4 horas da manhã? - Austin parou o carro do meu lado. - Vamos logo, dude. Tenho que convidar uma garota antes de Guilhermo para festa da Alison. - Entre e ouvi ele tagarelar sobre a festa e sobre a semifinal.

A Menina De Ouro | As Chaves: UMOnde as histórias ganham vida. Descobre agora