01 - Hanna Beckier

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Eu amarrava meus cadarços e tentava desamassar meu vestido preto por cima das pedrinhas de metais quando pude ouvir.

- Próxima, por favor. - A mulher falou abrindo a porta.

A menina da minha frente que usava um vestido rosa pink curto - que não combinava nada com o lugar - caminhou rapidamente em direção a mulher ate adentrar na sala e se ouvir o barulho da porta fechando.

A ideia de que depois que ela saísse de lá eu seria a próxima me deixava cada vez mais nervosa e como consequência minhas unhas já desbotadas sumiam a cada vez que as colocava na boca.

Tentando me distrair olhando para a decoração daquele lugar eu me impressionava, era a primeira vez que havia visto um lugar assim, com cores escuras predominantes e estátuas antigas. E o mais bizarro e impressionante era a iluminação feita por velas esculpidas e lustres cristalinos.

E o que eu ainda não havia falado, os risinhos persistentes atrás de mim, estavam óbvios que eram de deboche. Alguma coisa contra o meu estilo gótico pobre? Fiquei com vontade de perguntar, mas parecia muito patético.

Não demorou muito e eu pude ouvir novamente.

- Próxima. - a mulher abriu a porta.

Respirei fundo antes mesmo de começar a andar em direção a sala tão esperada, ouvindo os risinhos mais altos ainda, mas aquilo não me incomodou tanto quanto o rosto frustrado da garota rosa pink saindo da sala.

Tentando não ficar mais nervosa ainda apressei o passo para a sala preta ate conseguir ouvir o mesmo barulho da porta se fechando atrás de mim.

- Bem, senhorita... - ele falou olhando no papel em sua mão. - Hanna Beckier.

- Sim. - respondi estupidamente rápido ainda percebendo a paisagem do local.

Uma mesa longa com três cadeiras ocupadas por obviamente três pessoas. Eram homens que pareciam ter a mesma idade, jovens, com mais ou menos uns 20 anos. O da esquerda quase se deitava na cadeia de tão relaxado que estava, batendo com a caneta na mesa ele suspirava olhando para o teto.

O do meio parecia concentrado e olhava para o papel com a ficha que eu havia preenchido antes de entrar na sala. Já o da direita parecia um pouco estressado, estava de cabeça baixa com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos na testa tampando a visão de sua face.

Sem duvidas essa foi a visão que me deu certeza de que nada nessa sala seria fácil.

Sem me esquecer do que eu iria fazer ali eu me posicionei a distância perfeita do microfone que se encontrava no meio da sala segurando fortemente na barra do meu vestido preto enquanto escutava suspiros de tedio.

- Certo. - O homem do meio continuou. - O que você acha que que vale a pena nos mostrar Srt. Beckier?

- Eu... eu vou lhes mostrar a minha voz!

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Como um comecinho de história que quase não se mostrou nada.

O quê acham? Prometo que o próximo capítulo vai ser um dos melhores!

Pôr da LuaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora