Ligando para a casa dos Grey

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Faltavam apenas alguns breves minutos para a hora do intervalo.

— Não acho que a Susan vá me entregar o número da casa de Emily, as informações são confidenciais — disse para Gregg.

Susan Jordan é a nova funcionária da secretaria da escola. Eu digo nova no sentido de ser nova aqui na escola, porque né, ela aparenta ter uns oitenta anos. Ela tem cabelos curtos e grisalhos, uma berruga no lado esquerdo da boca e usa óculos do tipo fundo de garrafa. Uma vez, logo quando ela entrou, no ano passado, por causa de uma aposta, idiota, eu perguntei quantos anos ela tinha. A resposta foi "Não é dá sua conta". Mas tarde soube pela professora de Artes, a fofoqueira, que ela tinha setenta e sete anos.

— Então vamos tentar pelo jeito difícil.

Eu conhecia aquele olhar do Gregg, sabia que vinha encrenca por aí. E eu gostava disso. Gregg acabou de reanimar meu passado. Nunca fui o melhor aluno da classe nem nunca tentei ser. Sempre que havia confusão na escola, meu nome estava lá no meio. Eu já pinchei armários, joguei bomba de odor desagradável no laboratório de química, me meti em algumas brigas, e até já bati boca com o diretor. Mas de uns dois anos para cá, eu parei de aprontar bagunças.

Eu não aprontava por simplesmente gostar. Tinha um motivo. Meu pai, para ser mais exato. Eu precisava chamar atenção, eu necessitava disso. Minha mãe sempre era chamada aqui. Mas ela não impedia que eu aprontasse de novo. O meu objetivo era que minha mãe contasse para meu pai, e quando ele percebesse que eu não havia parado, ele teria que permanecer lá em casa. Mas isso não aconteceu. Ele não deu importância para mim. Então eu parei, já que não estava sendo vantajoso em nenhum dos lados para mim, tanto na escola como com meu pai.

— Vamos aproveitar o intervalo e vamos entrar na secretaria.

, mas, precisamos da senha do computador.

— Espere — disse Gregg mexendo em seu celular — Aqui está! Estou te enviando.

Meu celular vibrou. A mensagem de Gregg chegou. Destravei meu celular e abri a mensagem. "1232sfs"

— Não me diga que essa é...

— Sim, essa é a senha.

— Como você a conseguiu?

— Tenho meus contatos.

— Quais contatos seriam esses?

— Os contatos que frequentaram uma festa, deram de cara com a professora de artes bêbada e eles a perguntaram a senha e ela simplesmente deu.

— Preciso que me passe o número deles depois — digo me levantando, pois o sinal acabou de tocar.

Beleza, eu já tenho a senha do computador. Agora é só eu ir até lá e pegar o número de Emily. Gregg e eu seguimos pelo corredor até chegarmos à secretaria. Susan estava acabando de sair, assim como mais alguns funcionários que ficam lá também. Apresamos em entrar.

— Ok, estamos aqui.

— Eu vou ficar no outro computador ajudando você a procurar.

— Certo. Quanto mais rápidos sairmos daqui melhor.

Fui ao computador que Susan fica. Sentei-me na cadeira giratória e estralei os dedos. O computador já estava ligado. Achei ótimo, porque os computadores da escola são um pouco antigos e demoram muito para ligar. Ficaríamos o intervalo inteiro aqui se precisássemos ligá-los. Eu digitei a senha e então a área de trabalho apareceu. Uma imagem de pinguins no gelo estava na tela. Fui com o mouse até o ícone das pastas. Uma janela abriu, em seguida cliquei em "Documentos". Uma serie de pastas estavam ali. Comecei a procurar alguma que possivelmente possa estar às fichas dos alunos.

Você É Minha CuraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora