Capítulo 4: Nova casa

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-Nossa nova casa Spike, temporariamente - Falei olhando para o teto, mas se não fosse temporário? Agora eu viveria aqui? Nos anos 60?" pensei, eu ainda não estava achando lógica de como voltar para o meu tempo... Eu precisava da caixinha de músicas, de fato, porém aonde estaria ela? Talvez ainda nem tivesse sido inventada, é talvez eu tenha que esperar ela ser inventada... mas eu encontrei ela na obra ao lado da minha casa, será que ela não está exatamente lá? Bom, estando ou não estando não custa dar uma olhada por lá. Então seria isso o que eu faria! Acordaria mais cedo, pois não teria como acha-la agora no escuro da noite. Perdido em meus pensamentos adormeci. 

TOC TOC TOC TOC 

Acordei assustado com um barulho de alguém batendo na porta. Me levantei meio zonzo e abri.

-Você ainda está dormindo?? -Falou o Marcos indignado.

-Ahm? Mas ainda é cedo! -Falei procurando por um relógio.

-Não, nove horas, está na hora de abrirmos! Ficou biruta? 

-Nove horas?? - Eu tinha perdido minha oportunidade de ir procurar a maquina do tempo -Desculpe, acabei dormindo demais.

-Tudo bem, se arruma, vou abrir e fazer o seu café da manhã, você come rapidinho e começa a trabalhar ok? -Ele falou.

-Ok, já vou descer. -Falei fechando a porta e correndo para me trocar. Coloquei o uniforme e desci rápido. -Pronto! -Falei ofegante.

-Supimpa! Come lá rapidinho e vem. -Ele mandou, e foi o que eu fiz. Logo já estava atendendo algumas mesas, limpando outras, passando pano aonde derrubaram um suco e tudo mais. Na hora do almoço subi para ver como Spike estava, já que estávamos naquela casa, e era rapidinho para eu ir vê-lo sempre que achasse necessário, achei melhor deixá-lo lá. Quando cheguei me deparei com a maior bagunça! Havia uma almofada, ou o que sobrou dela, no chão com todo o forro para fora, tinha forro de almofada por tudo quanto era lugar da casa! Fechei a porta e fui entrando e andando lentamente desviando dos vestígios de almofada. Quando olhei para o cantinho da parede, lá estava Spike, com a parte da frente inclinada e me olhando com um pouco de receio:

-E então? Vai me contar o que a almofada te fez?? -Falei bravo, mas ainda sim, em um tom de brincadeira, ele ainda ficou me olhando por mais um tempo, olhou em volta, foi perto da almofada destruída e largou o pedaço de forro que havia em sua boca. -Bem, vou ter que limpar isso depois... -Coloquei comida para ele, e deixando toda aquela bagunça daquele jeito mesmo desci para almoçar. No final da tarde o Marcos falou:

-David, vou ter que sair. Me ajuda a fechar? 

-Claro! -Falei e já fui limpando as coisas e assim que o ultimo cliente saiu, Marcos foi junto. Peguei Spike e aproveitei que ainda estava claro para ir até o local onde eu achei a caixinha de músicas no futuro. Saímos da lanchonete e fomos andando, logo cheguei próximo a minha casa. Andamos praticamente a mesma quantidade que fizemos naquele dia até a obra, porém, obviamente, ali não havia uma obra, e sim, uma casinha recém pintada, na frente tinha um portão branco que ficava na altura da minha cintura, ele envolvia grama e algumas flores, no centro um caminho levava até a casa, que por sua vez, era bem grande, com duas pequenas varandas no andar superior. Fiquei observando a casa... talvez a caixinha pertença a dona da casa. "Eu preciso saber quem mora aí" pensei e tomei coragem para tocar a campainha. Abri o pequeno portão e andei até a porta da casa. DIM DOM, após alguns minutos uma moça, aparentemente de uns trinta e poucos anos, tinha o cabelo chanel com as pontas enroladas e usava um vestido azul com bolinhas brancas:

-Olá! O que deseja?

-Olá, boa tarde... bem eu... -Eu não tinha pensado no que falar, e agora? Poderia dizer que estava fazendo uma pesquisa sobre... bem, sobre o que eu poderia perguntar? 

-Você...? -Falou rindo simpaticamente.

-Bem, eu tenho que fazer uma pesquisa para a escola, eu moro aqui perto e precisava perguntar isso para algum vizinho. A pesquisa é sobre... TELEVISÃO! É rapidinho.

-Claro, quer entrar?

-Ahm, não sei, ele pode entrar? -Falei me referindo a Spike. 

-Claro que pode! 

-Obrigado -Falei, ela abriu caminho e nós entramos. Sentamos no sofá, Spike sentou-se no chão ao meu lado. A sala era bem organizada, havia dois sofás, umas prateleiras com livros e outras com alguns enfeites. 

-Pode perguntar! -Falou sorrindo.

-Está bem... você possuí mais de uma televisão?

-Não, para que eu ia precisar de duas televisões?

-Concordo, mas tem gente que gosta de deixar uma em cada cômodo... Quantas pessoas dividem a tevê? 

-Só eu, se bem que minha irmã passa mais tempo aqui do que na casa dos nossos pais, então nós duas... -Ela continuou falando e eu tentei ver se via algo parecido com a caixinha por ali, mas não avistei nada, ela parou de falar e ficou me olhando, então eu falei:

-Entendi... bem... a -Foi interrompido.

-Você não deveria estar anotando essas coisas?

-Ah, é que eu esqueci o papel, mas tudo bem, eu consigo lembrar! Quando eu chegar em casa já anoto. Já tem, ou tem interesse em ter uma tevê colorida?

-Televisão colorida? Mas de onde você tirou isso? Que absurdo! Só existem televisões com imagem incolores. Ficou Biruta? -Ela falou intrigada, então eu me lembrei que a televisão só foi chegar no Brasil por volta dos anos setenta... 

-Ah não, foi só para saber o que você acharia se existissem televisões coloridas, mas não existem... 

-Eu acharia bem legal, ver tudo como eu vejo no dia a dia, com cores deve ser mais alegre.

-Concordo, bem é isso. Muito obrigado! -Falei me levantando.

-Imagina, não foi nada! -Falou se levantando também e indo em direção à porta. -Até mais -Falou em quanto eu saia.

-Até, obrigado de novo. -Falei  e fui embora um tento quanto decepcionado, mas essa caixinha tem que estar por aqui! Eu vou achá-la! Farei uma lista das pessoas que podem estar com a caixinha! Continuei andando em direção a lanchonete e fui observando as pessoas, Spike veio caminhando junto a mim. Uma senhora caminhava na minha direção, "poderia ser ela... como será que ela chama... aonde será que ela mora?" pensei, é isso pode ser mais complicado do que parece. Observei mais algumas pessoas, porém não tinha como eu saber qual delas era a dona da caixinha. Poderia ser qualquer uma... Voltei a lanchonete, entrei e subi com Spike para o apartamento. Amanhã eu continuarei a minha busca pela caixinha de músicas. 

A caixinha de músicaWhere stories live. Discover now