Capítulo 1: o Terreno vizinho

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-Spike! Ei garoto! Vamos passear?? -Falei para o meu cachorro que logo pulou cima de mim, peguei minhas chaves, sua coleira e saí. Era um domingo ensolarado e se não fosse pela poeira, que vinha da obra próxima à minha casa, o dia estaria perfeito. Continuamos (Spike e eu) andando, passamos próximos a obra, eles derrubaram a casa enorme aonde a Dona Lúcia costumava morar antes de falecer, então os filhos acharam que o melhor seria vender a casa. E assim foi, agora vão construir mais um prédio. Eu estava meio perdido em meus pensamentos, quando Spike puxou a coleira da minha mão e saiu correndo para o terreno da obra, eu logo corri atrás dele, quando consegui finalmente alcança-lo, ele estava cavando a terra:
-Spike! O que você está fazendo? Saí daí! -Falei e puxei-o para trás pegando novamente sua coleira, olhei para o enorme buraco que ele havia cavado e olhei feio para Spike, que choramingou e tentou voltar para lá, o segurei. Olhei novamente o buraco cavado e notei algo meio brilhante lá no meio, cavei um pouco mais e consegui puxar o objeto, mas antes que eu pudesse identifica-lo alguém gritou:
-Ei rapaz! Você não pode ficar aí, é perigoso! -Me virei, porém não avistei o dono daquela voz, ainda sim, falei:
-Desculpe, meu cachorro correu pra cá, então eu vim atrás dele.
Não obtive resposta, guardei o objeto e caminhei em direção à rua.
[...]
-Mãe Chegamos! -Falei fechando a porta e tirando a coleira de Spike, que foi correndo beber água. Fui para o meu quarto e me lembrei do objeto que havia encontrado, então sentei na cama e tirei-o do bolso. Era uma coisa redonda e estava muito suja, tentei passar a mão para limpa-la, porém não surgiu efeito algum. Fui então até a pia da cozinha e a lavei, com um pouco de água e sabão, então surgiu uma bela caixinha arredondada, dourada com detalhes prateados e em uma de suas laterais havia um pequeno deslize que tinha a forma de uma nota musical. Tentei abri-la para ver o que tinha lá dentro, porém não consegui, ela parecia estar trancada... Peguei uma faca e tentei força-la, mesmo assim, nada.
-Oi filho, o que está fazendo? -Perguntou minha mãe chegando na cozinha.
-Spike achou uma coisa lá no meio da obra, eu limpei, porém não consigo abrir -Contei entregando-lhe o objeto.
-HM... -falou analisando a coisinha brilhante- Pra mim parece uma caixinha de músicas, sabe a sua vó tinha uma bem parecida, eu adorava aquela caixinha, porém minha mãe ficava sempre com a chave pendurada em uma correntinha que estava sempre em seu pescoço, então eu mal podia ouvi-la tocar.
Fui ao chaveiro para ver se ele conseguiria fazer uma chave para eu poder abrir aquela caixinha, mas ele falou que não conseguiria, pois era um objeto meio antigo. Resolvi então, voltar ao ponto inicial. Chegando na frente do terreno da obra soltei Spike e fomos até o buraco onde a caixinha costumava estar, ajoelhei no chão e comecei a cavar, Spike me olhou meio confuso, mas logo copiou-me. Cavamos bastante, porém não achamos nada, então eu desisti. Seria impossível mesmo encontrar uma chavinha que poderia estar em qualquer lugar do mundo, isso se ela ainda existisse, pois aquilo deve ter décadas. Não fazia sentido continuar ali procurando por algo que poderia nem existir. Peguei Spike e fomos para casa.

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