Capítulo 4: Nova casa

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Eu estava andando pela rua com Spike após ter trabalhado mais um dia, cada vez eu ficava mais preocupado com como voltaria para casa. De repente avistei a caixinha de músicas! Sim, a mesma que tinha me trazido aqui! Corri até ela, e conforme eu ia correndo a cidade ia ficando para trás, tudo ia sumindo e no lugar daquilo apareceram alguns relógios, sem parar de correr continuei indo na direção da caixinha, parei ao me dar conta que Spike não corria mais ao meu lado e havia ficado para trás, latindo, tentei voltar, mas uma espécie de esteira fazia com que eu continuasse indo em direção à caixinha de músicas, que estava crescendo, ficando cada vez mais alta, percebendo que não teria como voltar parei de andar e me movimento somente pela esteira. O casal que estava dançando dentro da caixinha de música se soltou e foi saindo da caixinha com o impacto deles pulando no chão eu cai, eles foram se aproximando de mim, que fui me esquivando para trás, tentando fugir e do nada surgiu a Vera atrás deles:
-David! -Ela falou.
-Vera! Cuidado! Eles vão pegar você! Sai daí! -Gritei, o casal gigante estava prestes a me bater ou sei lá e a Vera chegou antes deles, aproximou o rosto de mim e disse:
-David, acorda!! -Eu abri meus olhos de vagar e ela estava sentada ao meu lado balançando meu ombro com Spike em seu colo.
-O que ? -Falei assustado e confuso
-O Marcos me mandou aqui, ele disse que você precisa ir trabalhar. E a propósito, quem ia me pegar? -Ela falou rindo.
-Ah... Bem você me salvou -Falei e ela continuou rindo. 
-Acho melhor você ir, antes que o Marcos venha aqui te buscar.
-Sim, vou lá. Obrigado! -Falei me levantando, Spike e ela se levantaram também e foram atrás de mim. -Bom dia! -Falei para o Marcus.
-Bom dia, está atrasado, come e vem me ajudar. Obrigado Vera, vai querer alguma coisa? -Ele falou.
-Não obrigada, comi antes de sair de casa. Tenho que ir! - Falou se virando, mas nisso Spike estava atrás dela, que acabou caiu no chão tentando desviar dele, e este ficou todo preocupado com o que tinha "feito" a ela. Ajudei-a a se levantar por um momento notei que ela usava um colar, que deve ter saído para fora da blusa no momento da queda, na ponta havia um pingente com algo parecido com uma nota musical, não sei ao certo, foi muito rápido e não deu para ver direito. Spike ficou pulando em cima dela, que aceitou aquilo com um pedido de desculpas, logo se despediu e foi embora. Eu continuei trabalhando, servindo os clientes e limpando as mesas. No final do dia Marcos quis falar comigo:
-Ei rapaz, você é de onde? -Perguntou
-Ah, eu sou de uma cidade próxima daqui. -Menti
-E o que faz aqui?
-Estou visitando a minha avó, vim passar algum tempo com ela.
-Sua avó? E aonde ela mora?
-Na rua aqui de trás, por que?
-Sei, por que você estava na praça dormindo quando eu cheguei?
-Eu acabei chegando antes de abrir e resolvi... -Fui interrompido
-Para com isso, você está precisando de um lugar para ficar? -Ele perguntou -Se precisar eu posso te arranhar. Vou descontando aos poucos do seu salário até você se ajeitar, o que acha?
-Ah...
-Não vou aceitar um não como resposta! Se não aceitar, estará demitido -Falou brincando.
-Está bem, muito obrigado!!
-Por nada, vem vou te mostrar. É aqui na lanchonete mesmo, quase ninguém sabe que aqui tem uma casa em cima, é pequena, mas é boa. Meu pai que comprou aqui, e quando viemos não tínhamos condições de comprar uma lanchonete e uma casa, então aproveitamos o segundo andar e adaptamos para uma casinha. -Ele falava enquanto subíamos as escadas -Moramos aqui por um bom tempo, depois ele comprou uma casa a alguns quarteirões daqui e fomos morar lá. Aqui está, sinta-se a vontade! -Falou abrindo a porta, eu entrei. Era uma casa pequena de fato, mas muito bem cuidada e decorada. Logo em direção a porta de entrada havia um sofá encostado a baixo de uma janela, uma pequena (bem pequena mesmo) televisão em cima de um móvel que a deixava em uma altura boa, do lado esquerdo da sala havia uma porta, que deveria ser o banheiro, ao lado direito, um pouco mais afastado, para onde eu fui andando, uma mesa de jantar próxima a pia da cozinha, dos armários e do fogão e virando a direita novamente tinha o quarto, na verdade era uma cama e um guarda-roupas, haviam alguns quadros de pintura bonitos em uma parede que estava vazia. A casa era bem legal. Marcos vinha me seguindo e falou:
-Quando nos mudamos para a outra casa eu vendi uma das camas e algumas outras quinquilharias, para sobrar mais espaço. Deixo esse lugar aqui para alguma emergência, afinal nunca se sabe né?
-Muito obrigado Marcos! De verdade!
-Que isso, pelo menos assim você não tem desculpa para chegar atrasado no trabalho hein! -Falou dando risada. Depois de me mostrar como funcionavam algumas coisas na casa ele foi embora, Spike estava lá embaixo na lanchonete ainda, então fui buscá-lo. Ele estava olhando o movimento da rua pelo vidro da lanchonete, quando Marcos foi embora eu fechei tudo, apaguei as luzes e peguei Spike para subirmos. Chegando no andar de cima o soltei, que já foi cheirando tudo. Marcos deixou uma toalha e um pijama em cima da cama, então eu tomei um banho, vesti a roupa e deitei-me , acompanhado por Spike. 

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