— Toma

— Não quero - recusou.

— Você tem que tomar, tá muito nervosa

— Eu não quero - bateu a mão no copo e o fez cair pro lado e se quebrar - Eu quero a minha filha.

Otávio a puxou pelos braços

— E você quer o que? - Perguntou a mirando.

Christine abaixou o olhar, Otávio estava tão perto dela, a segurando rente a seu corpo e sempre foi cheio de malicias com ela

— Você tem que se acalmar. Dinheiro agora não vai trazer a Laurinha. Você deveria ter aceitado o dinheiro que te ofereci no carro. Lembra? Mas você é orgulhosa - cheirou o pescoço dela do lado direito, ela ficou imóvel, quase não respirou - Muito bonita e desejável - mas teimosa - depositou um beijo - Orgulhosa - deu outro beijo no pescoço dela - Eu poderia cobrir seu corpo de beijos só com seus defeitos.

Chris só pensava em sua filha, e em quanto ia ser difícil pra ela 'pagar o preço'.

— Está disposta a pagar o preço que eu quero? - Perguntou segurando queixo dela, que tinha os olhos fechados - está disposta a ser minha essa noite? Uhm?

Chris abriu os olhos e o olhou

— Sim... Estou... Eu só quero a minha filha... - Disse ela - Você não é pai, não pode compreender a minha dor... Só me devolve a minha filha.

Otávio a mirava e as palavras dela e o olhar mostravam o tamanho desespero que ela se encontrava.

— Me espera aqui. Vou trocar de roupa... - se afastou. - Cuidado os cacos de vidro.

Otávio pegou uma roupa e foi ao banheiro, Cristine sentou na ponta da cama, estava confusa e triste.

Quando Otávio voltou, ela levantou e sentiu fraqueza, ele a segurou e sentou na cama

— Calma... Fica calma - lhe deu suco - Toma. É uma ordem.

Ela tomou um pouco e ele pôs o copo na mesa

— Crhis - agachou a mirando - Eu não sei como te ajudar no momento. Eu... Eu preciso consultar um advogado, preciso me inteirar do caso. São quase oito da noite, hoje não da pra ser resolvido nada

— Não por favor - tocou seus braços - me dá minha filha - chorou

— Me ouça : Infelizmente hoje sua filha vai ficar com a avó. Sinto muito... É só uma noite ela não vai fazer mal, ela não seria burra

— Eu já disse que faço o que você quiser, eu preciso da minha filha agora. O que mais você quer de mim?!

— Você acha que se deitando comigo agora vai trazer a Laurinha? Acha que o dinheiro agora adianta? Não é assim. Não é um bicho de sete cabeças mas você tem que esperar eu pensar em como te ajudar. Eu vou te ajudar. Vou trazer Laurinha. Mas não agora. Não hoje

Ela abaixou a cabeça e Otávio tocou as costas dela e a abraçou

— Você tem que se acalmar - a olhou nos olhos - Vai passar a noite aqui, Teresa vai te acomodar no outro quarto e você vai comer alguma coisa, tomar um banho e descansar. Eu vou pensar em como te ajudar. Certo?

— Foi você quem contou pra Julieta sobre o Pepe?

— Eu não sou homem de fofoquinha. Tampouco de armações. Você sempre soube que eu te queria, desde o primeiro encontro eu deixei claro que te desejo. Eu nunca fui omisso à nada na minha vida... Tampouco ao que quero. Foi você quem deixou as coisas chegarem a esse ponto. Você praticamente jogou aquela menina nos braços da jararaca. Não jogue em mim sua incapacidade, Cristine.

AMORIALWhere stories live. Discover now