0.2 - you learn to lie in the same way you learn to read, you try make it fluid

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Assim que Patrick abriu os olhos, sentiu como seu rosto estava congestionado de tanto chorar. Estava com dor de cabeça, mas era bem de leve. Ele se sentia tão alheio com relação a vida real, que mal conseguia explicar. Decidiu que não iria para a escola hoje, mas não queria passar nem mais um segundo em casa. O garoto se surpreendeu quando seu celular vibrou e ouviu um toque de mensagem. Quem lhe mandaria uma mensagem as cinco e vinte da manhã? Desbloqueou o celular e olhou pela barra de notificações.

Chato:
Ei, bom dia. Você me fez ficar mal pelo que eu disse.

Patrick não queria responder, não naquele momento, mas estava tão cansado que seu corpo agiu no automático e não deu atenção a sua consciência.

Patrick:
Oi, está me pewdindo desculpas?
Patrick: *pedindo

Chato:
Cristo, você precisa ir dormir. Sabe que horas são?

Patrick:
Você não é o único que tem um relógio.

Chato:
Enfim, é sim um pedido de desculpas.
Chato:
Agora eu entendi porque está sempre com sono.

Patrick:
E você está acordado porquê?

Chato:
Eu não dormi também.

Patrick ficou esperando a outra mensagem. Sua intuição dizia que ele passou um tempo digitando pois estava reescrevendo o que já havia escrito antes.

Chato:
Não que isso seja da sua conta, mas, meus pesadelos são bem irritantes.

Se sentiu mal pelo nome dado ao conhecido, então, resolveu editar novamente.

Pete(r):
Você também tem pesadelos?

Hesitou. Não queria dizer que seus pesadelos eram discussões diárias vindas de pessoas reais.

Patrick:
Sim.
Patrick:
Claro.

Pete(r):
Com o que sonhou hoje?

Agora ele precisava de uma mentira para cobrir outra mentira. Precisou pensar rápido, e conseguiu. Já estava acostumado com pequenas mentiras assim.

Patrick:
Eu não dormi, pra não ter pesadelos de novo.

Pete(r):
:O
Pete(r):
Vou começar a fazer isso.

Patrick:
Não dá pra fugir dos pesadelos pra sempre, eu acho.

Dessa vez, Pete demorou para responder.

Pete(r):
Vai pra escola hoje?

Queria negar, mas não tinha escolha.

Patrick:
Sim, vou.

Pete(r):
Podemos conversar? Tipo, ao vivo?

Patrick:
Sobre o que?

Pete(r):
Acho que nós dois temos problemas.

Patrick arregalou os olhos.

Pete(r):
Pra dormir.

Patrick:
Ah, claro.

Pete(r):
Que bom que podemos conversar, então.

Mas não era isso que ele queria. Começou a ficar ansioso para ir para a escola, como nunca antes. Não precisava saber o que o outro queria falar, exatamente, mas suas mãos já suavam.

Sete em ponto Patrick já estava em frente ao portão da escola. Não sabia o que aconteceria, só torceu pra ser algo bom.

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Vocês estão gostando? Eu estou. É a vibe mais misteriosa que já escrevi haha

Melody Of Tears {peterick}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora