- Até depois.

- Até.

Ao encerrar a ligação, Erica se levantou e se concentrou em se vestir. Continuava travando uma luta interna para apagar dos pensamentos o que havia acontecido entre ela e Brian há pouco mais de duas horas atrás. Como ela conseguiria se desvencilhar das garras dele?

- Espero que esses olhos inchados sejam consequência de uma noite tórrida com um gostosão, Erica. Caso contrário ficarei extremamente chateada. – disse Eliza, assim que adentrou no apartamento de Erica.

- Mathews perguntou alguma coisa?

- Perguntar ele sempre pergunta, você sabe. – revirou os olhos. – Mas não sou obrigada a responder, não é?

Erica a encarou chocada.

- Você não existe, garota. – comentou sorrindo. – Está com fome? Fiz macarrão ao molho branco.

- Estou faminta.

- Vamos para a cozinha, então. Podemos ir conversando enquanto almoçamos.

- Você parece tão abatida, Erica. – comentou ela, enquanto a seguia. – O que aconteceu? Alguém te magoou?

Erica respirou ofega.

- Estou sendo chantageada. – respondeu sem delongas.

- O que? Como assim? – agitou-se Eliza, elevando o tom de voz.

Depois de preparar a pequena mesa, fez sinal para que uma Eliza preocupada se sentasse.

- É algo complicado.

- Erica? Espero que me considere sua amiga. – comentou Eliza, com ar sério. – Porque, apesar das besteiras que faço, sou extremamente consciente dos momentos de seriedade e do valor de amizade verdadeira. Te conheço por vários anos e sei que não está nada bem.

Depois de se servir com uma porção de macarrão, Erica mordeu os lábios e deixou um suspiro cansado escapar por sua garganta.

- Brian me quer na cama dele.

- Isso não é novidade para mim e você sabe. – disse Eliza.

- Mas agora é diferente. – Erica argumentou. – Ele tem algo que pode me submeter as vontades dele.

Eliza repousou os talheres no prato.

- Como assim? Não entendi.

Erica esfregou o rosto tenso com as mãos.

- O projeto, Eliza. Ele foi o investidor.

- O que? – gritou completamente atônita.

- Ele fez tudo de caso pensado, queria me ter nas mãos dele e conseguiu. – falou de modo sofrido. – Sinto-me uma derrotada.

- Vamos procurar um advogado.

- Não adiantaria. – Erica rebateu. – Ele fez tudo corretamente, eu que deveria ter seguido minha intuição e ter lido o contrato. – queixou-se. – Estava tão desesperada para conseguir patrocínio ao nosso projeto e... Droga!

- Meu Deus! Que situação!

- Ele me trouxe aqui esta manhã, por isso que meu carro estava na empresa. – continuou Erica. – Eu fiquei irritada, fora de controle. Brigamos e ele foi embora.

- O que ele quer exatamente? O que ele propôs a você?

- O que você acha, Eliza?

Ela revirou os olhos em entendimento.

Um Cafajeste no meu pé (Livro 2 da série Cafajestes_ APENAS DEGUSTAÇÃO )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora