Losing My Religion

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– Você já está decidida – disse com um fio de voz.

– Eu sinto muito – Natasha se afastou, sabia que se mantivesse a proximidade acabaria o abraçando de novo e não sairia dali nunca. – Mas eu gostaria de esclarecer as coisas em outro momento, tenho certeza de que você sabe o que anda acontecendo e assim como eu não tinha coragem de falar.

– É por isso que não vou discutir com você agora – Gabe respondeu, observando enquanto ela balançava a cabeça e pegava as malas, saindo do quarto em seguida.

Ele permaneceu parado no mesmo lugar, ainda sem saber como pensar ou como agir, muito menos como se sentir. Tinha sido pego totalmente de surpresa e, como conhecia Natasha, era essa a sua intenção: deixar​ ele sem reação para que não a fizesse voltar atrás.

Ouviu o barulho da porta batendo sem nem mais uma palavra e fechou os olhos com força. O vazio que sentia no peito nunca esteve tão evidente quanto naquele momento.

Quando lembrou de seu olho inchado, aquilo passou a incomodá-lo de forma que foi obrigado a ir para cozinha em busca de uma compressa de gelo na geladeira. Assim que achou, se jogou no sofá da sala e colocou em seu rosto. Queria dizer que minutos depois era a água descongelada que descia pelas suas bochechas, mas não era só isso, um pouco de água salgada também escorria junto e talvez nunca admitisse que aquele fluído eram lágrimas.

...

Anna fora uma das melhores amigas que Natasha conseguira na University of Denver, onde se formou com honras em administração de negócios. A ideia era se aventurar em um estado que ainda não conhecia – Colorado – e então voltar para Miami, onde obteria um cargo importante na empresa do pai que já era seu por direito.

Estava tudo encaminhado até conhecer Gabriel Landeskog, e droga, ele só precisou para-la na rua e pedir para que ela tirasse uma foto. Era outra função que lhe fora dado e era simples. Uma brincadeira para um programa de TV, onde ela se sairia apenas como uma mera participante que no final só saberia do trote quando se visse na internet. Mas foi totalmente diferente.

Ele pediu o seu número, ele manteve contato, ele a chamou para sair e, no fim, ela o beijou.

Era quase cientificamente provado que Gabriel era adorável e irresistível. E também estava comprovado que era impossível se apaixonar quando ele se esforçava para lhe conquistar.

Gabe se esforçava com Natasha, ele se esforçava muito, e não se arrependia de nada. Ela era o tipo de mulher que valia a pena cada investimento.

Natasha sabia que ter pedido um tempo não daria muito certo no momento que Anna apareceu ao seu lado enquanto assistia televisão com uma carta em uma mão e uma caixa de chocolate na outra.

– Ele pediu pra te entregar isso – Anna falou e lhe entregou os presentes.

A mulher os pegou e ficou alguns minutos pensando se abria ou não a carta, ao passo que devorava todos os bombons que estavam ali.

Por fim Anna foi para o seu quarto e deixou-a sozinha, foi quando tomou coragem para abrir o envelope e reconhecer a letra cursiva do namorado.

"Oi amor, lembra de quando nos conhecemos? Eu estava gravando aquele programa e pedi pra uma completa estranha - você - tirar uma foto minha. Lembro que você teve uma crise de riso logo na minha primeira pose e a cena teve que ser cortada porque eu acabei pedindo o seu número.

Você achava que tudo aquilo só podia ser uma pegadinha, mas acabou me dando o seu número e eu sabia... Natasha, eu tinha certeza, eu tinha me apaixonado no momento em que você sorriu.

Clássicos do HockeyWhere stories live. Discover now