— Seus pais se orgulham muito de vocês. E vão sentir ainda mais orgulho no dia da apresentação.

— Ah, profe, isso é verdade! — Aline sorriu e seus olhinhos brilharam.

Giovana e Agatha também sorriram, timidamente. E eu fiquei um pouco mais aliviada por ver que o balé as entusiasmava. Elas eram apaixonadas por ele.

***

Cheguei em casa já era quase seis horas. Chequei meu celular e vi uma mensagem da Andressa.

"Isa, não esquece que o curso de culinária começa hoje!!! Você não pode faltar. Só sabe fazer ovo frito e bife... kkkkk =P"

— Engraçadinha! — falei alto, olhando para a tela do telefone.

Fiz uma careta e corri para o banheiro. Andressa tinha razão. Eu precisa muito fazer esse curso de culinária, pois sabia fazer pouca coisa na cozinha. Nunca fui uma chef e estava longe disso, mas toda mulher precisa aprender a fazer o básico do básico, certo?

Após o banho eu vesti uma roupa quente, casaco de lã e cachecol, sem esquecer das luvas e do gorro de tricô. Fiz uma maquiagem leve, passando somente o necessário como creme hidratante, pó, rímel e um gloss labial. Eu nunca saía de casa sem isso. Dei ração para o Poppy, peguei as chaves do carro e saí.

O curso aconteceria no salão de eventos de uma empresa privada que ofertava as aulas. Quando cheguei, o pessoal estava ao redor das mesas, que estavam postas estrategicamente de frente para a mesa do chef, o professor.

Andressa tinha me falado que o curso seria em par e como eu não tinha nenhum, eu olhei para ver quem estava sozinho. Vi de costas um homem alto, vestindo suéter e calça jeans. Ele era a única pessoa que não tinha acompanhante. Deixei meu casaco no cabideiro e me movi com cautela para não chamar muita atenção.

Quando eu me aproximei da mesa, levei um choque. O homem que estava sozinho era o Bruno. Ele girou o rosto de lado e esboçou um sorriso charmoso. Seus olhos verdes brilharam na hora e meu coração deu um salto. Sorri também, um sorriso nervoso, e me coloquei de trás da mesinha.

A proximidade entre mim e ele era tanta, que eu podia sentir o calor que emana do seu corpo. Ergui a cabeça e seus olhos verdes estavam sobre mim, me observando astutamente. Não pude evitar e olhei para seus lábios carnudos, na hora me lembrei do beijo que nós trocamos na estufa de flores. Meu corpo inteiro pegou fogo.

— Eu não sabia que você faria esse curso, Maísa. Não vi seu nome na lista. — Ele inclinou a cabeça para baixo e cochichou no meu ouvido.

— O meu nome não está lá. O da minha irmã sim. Ela não pôde vir e então... Bem, aqui estou! — sussurrei explicando o motivo da minha vinda inesperada.

— Veio aprender a fazer pratos novos?

— Também não! — Ele franziu o cenho sem entender. — Eu vim aprender a cozinhar. — Bruno reprimiu um riso e balançou a cabeça.

— Sério?! — Seus olhos se arregalaram de espanto.

— Sério mesmo! Eu sou um desastre na cozinha.

O professor começou a dar os comandos como pegar uma tigela e colocar isso ou aquilo para fazer uma receita. Bruno se agilizou e eu o ajudei.

— E o que você sabe fazer? — indagou enquanto colocava farinha, manteiga e água em um recipiente.

— Ovo frito e bife — respondi sem jeito e ele riu baixinho.

— Não acredito! — Concordei com a cabeça passando o açúcar a ele. — Nem arroz?

Lágrimas do coraçãoNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ