Prefácio

25 3 0
                                    

Era noite, a neve caía pesadamente aos pés da montanha de Nimjord. Na estrada traçada no chão por dentro da densa floresta uma mulher de cabelos negros e lisos, com ornamentos somente vistos nas famílias mais abastadas do Reino de Skaat, sua pele era tão branca quanto a neve que caía em seu rosto, seus olhos verdes como as mais belas esmeraldas tiradas das profundezas da terra, suas vestes, dignas de uma rainha estavam empapadas de sangue e em seus braços carregava um bebê com poucas semanas e ela estava correndo o mais rápido que podia, claramente e uma explosão de desespero e instinto. Em seus calcanhares estavam os soldados de Jarl Bolthorn esbravejando palavras de ordem, tentando fazer a mulher se render.

Enquanto corria a mulher fazia suas preces para todas a entidades que lembrava no momento, mas foi quando bradou o nome de Tyr que ela percebeu que não se ouviam mais os passos dos soldado atrás dela. Parou e olhou para trás, tentando decifrar o que tinha acontecido, semicerrou os olhos tentando enxergar algo na densa noite, mas a única coisa que conseguiu discernir foi uma forma selvagem, porém humanoide se embrenhando para dentro da mata, pensou que estava louca e que os gases intoxicantes do incêndio de seu vilarejo estavam causando alucinações, mas mal sabia ela as coisas que o mundo escondia.

Como uma lembrança ruim sentiu uma dor lancinante em seu abdome, e percebeu que os efeitos da adrenalina em seu corpo haviam passado. Passou a mão em sua barriga analisando a gravidade do ferimento e constatou o inevitável, o seu fim estava próximo. Continuou a caminhar pelo caminho determinado quando de sobressalto lembrou-se da pequena vila de Skarrif que ficava alguns quilômetros ao sul. Programou em sua mente o caminho e seguiu em frente. Quase que de forma robotizada continuou caminhando até não conseguir mais.

Ali perto um grupo de camponeses caçava, Erick olhou para os céus e falou para si mesmo: "Esse será um longo inverno...", quando abaixou a cabeça percebeu uma movimentação nos arbustos a frente ergueu seu arco e foi caminhando lentamente na direção. Quando chegou perto o suficiente abriu os arbustos e viu o corpo de uma mulher, reconheceu imediatamente quem era, tentou ainda fazer algo quanto a primeiros socorros mas já era tarde, enrolado em seus braços e envolto em peles de algum animal felpudo, um bebê, tão branco como a neve e com cabelos negros como a noite exibia uma beleza exuberante, e quando Erick o confortou em seus braços ele sentiu novamente segurança e parou de chorar.

Ao chegar em casa com a criança, a mulher de Erik, Bromhilda, primeiramente se assustou, mas após o baque inicial percebeu que essa criança tinha algo de especial. Quando ela tirou as peles em que a criança estava coberta, percebeu que em seu pescoço havia um colar e tinha uma lança como pingente, imediatamente associou ao deus Tyr, e resolveu mante-lo em seu lugar, pois viu aquilo como um amuleto de proteção.

Inicialmente, a ideia de Erik era levar a criança ao líder da aldeia para se avaliar quais medidas deviam tomar, mas Bromihilda o impediu e com toda sua caridade e amor, decidiu criar o pequeno como um filho seu. Pelas circunstâncias e pela real necessidade que ele precisava, ela decidiu dar-lhe o nome de Leif, que em seu idioma significava o querido, o amado.

Os anos foram passando e Leif crescia forte e saudável, sua beleza se destacava de todas os outros moradores do vilarejo, claramente era um estranho no ninho, mas isso nunca o impediu de realizar ações no cotidiano, sempre fora tratado de igual para com as pessoas, mas Leif sabia que em seu interior ele tinha algo diferente algo pulsava diferente dentro dele.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Nov 30, 2018 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Filhos do InvernoWhere stories live. Discover now