-Não. Apesar das circunstâncias esse bebê não tem culpa de nada e não merece passar por isso -encaro o pedaço de pizza, Sophia me abraça, largo a pizza e retribuo o abraço.

-Não está sozinha irmã, vamos passar por isso juntas -sorrio e a perto mais.

-Será como papai e a mãe vão reagir? -Pergunto ao me sentar na bancada.

-Eles vão adorar, irão mimar muito ele ou ela -respiro mais aliviada, não adianta fugir, passarei por isso de cabeça alta e com um sorriso no rosto.

Nunca fui chorona e não será agora que vou começar a ser.
Comemos quase tudo que tinha na geladeira e passamos o resto da noite assistindo Orphan black na Netflix.

Acordo com um mal-estar horroroso, corro para o banheiro e vomito.

-Alice? -Sophia me chama depois de quase vinte minutos vomitando.

-Hum -solto um gemido e volto a ficar cara a cara com a privada. De onde sai tanto líquido?! Vomitei mais do que comi em uma semana.

-Vem, vamos para o hospital -ela me ajuda a levantar quando me vê sem forças para me manter em minhas pernas.


Tyler

Ando de um lado para o outro do meu escritório e esmurro com força a parede.
Vou até meu bar particular no canto da minha sala e me sirvo com um copo de whisky. o telefone toca.

-O que é Dilaurentis? -Atendo ríspido.

-O senhor Muller está aqui -Dora minha secretária diz baixo. Outra incompetente.

-Fui bem claro quando disse para cancelar todos meus compromissos -me exalto. Qual o problema das pessoas?!

-Ele...Ele insiste e diz que é de seu interesse -ela gagueja nervosa.

-Pode deixa-lo entrar -O que é agora?! Hoje o dia já começou uma merda. Me ligaram cedo para me avisar que a nova carga que era para estar em Chicago foi parar no Texas.

-Senhor Connor aconteceu um desastre – Dexter Muller é meu agente pessoal, é de confiança, mas ultimamente só me traz notícias ruins.

-O que aconteceu agora? -Altero minha voz furiosa.

-É...É que trocarem seu sêmen -a cor some do meu rosto -O que está congelado em seu banco sigiloso é de outra pessoa.

-Isso não é possível -murmuro totalmente fora de mim. 

-Me avisaram agora pela manhã do ocorrido -Dexter afrouxa sua gravata preta, deve ter visto pela minha expressão que estou para enforca-lo.

-Então resolva isso, destroque o sêmen -me viro para olhar a chuva que cai descontrolada fora da janela. Connor medical solutions é um dos prédios mais altos de Nova Iorque o que dá uma excelente vista.

-Não há como resolver, já usaram seu sêmen -sua voz é fraca. Me viro e fico sem fala por alguns instantes. O que é novo para mim, nunca me calo, sempre tenho algo na ponta da língua.

-Você está me dizendo que tem uma mulher totalmente estranha em algum lugar do planeta que está carregando um filho meu? -Falo com tanta calma que não me reconheço, mas por dentro estou à beira de explodir ou matar alguém.
Respiro mais fundo que posso. Eu estou no controle, sempre estive e sempre vou estar.

-Ache tudo sobre ela, onde mora, onde trabalha, qual tipo sanguíneo, quero saber até a marca de sua lingerie -encosto em minha mesa e cruzo os braços. Ele acena.

-Amanhã tudo estará em suas mãos Senhor Connor -nego avidamente.

-Ainda hoje quero tudo em minha casa -espero que ele se impõe, ele não faz. Uma decisão sabia dele.

-Providenciarei tudo! -Ele se retira, saio em seguida.

-Não volto mais hoje -me dirijo a minha secretária que me come com os olhos, ela tem pernas bem torneadas e seios deliciosos, mas não me envolvo com minhas funcionárias mesmo sendo apenas sexo.

O que tem de gostosa tem de burra, só a mantenho porque faz bem seu trabalho em atender e transferir ligações.

Saio antes de ouvir sua resposta, chego em meu apartamento e vou direto para meu quarto especial, tiro toda minha roupa, vou até o armário no final do quarto e visto um calção vermelho deixando meu tórax a mostra, enfaixo minhas mãos.
Ando até o saco pendurado no meio do quarto e disparo socos até não sentir minhas mãos. Aprendi que erros e deslizes são inaceitáveis no meu mundo.

Meu celular toca me tirando de meus pensamentos.
-Consegui tudo que pediu -Dexter parecia aliviado ao telefone.

-Traga para mim -Dou uma pequena pausa autoritário -E Dexter?

-Sim? -Encaro o saco que a poucos minutos esmurrava com toda fúria.

-Quero todos os responsáveis desse erro impertinente na cadeia -digo com os dentes cerrados.

-Pode deixar senhor Connor -desligo o telefone.


Alice

A campainha toca quando termino de passar o batom, não estou esperando ninguém.

Caminho apressada até a porta e abro.

Minha boca escancara, e tenho certeza que escapou uma babinha pelo canto da minha boca.

O homem a minha frente me fita calado, seu terno azul Royal cobre perfeitamente seu corpo viril destacando com louvor seus músculos. O cabelo louro sujo faz um maravilhoso contraste com seus olhos dourados hipnotizante, e uma barba rala em volta de lábios perfeitamente desenhados. Estaria mentindo se dissesse que já vi mais lindo e gostoso.

-Posso ajuda em algo? -Pergunto desconcertada. Ele ainda me olha sério.

-Espero que sim! Você é Alice Albuquerque? -Seu sotaque é extremamente sexy, ele não é daqui.

-Ela mesma e você quem é? -Seus olhos examinam meu corpo sem a menor pressa ou pudor, me sinto nua apenas com seu olhar.

-Alguém que vai desejar nunca ter conhecido -Um pequeno sorriso arrogante brota em seu lábios.

 

 

Nada é por acaso(Concluído)Where stories live. Discover now