— Pode me arrumar?
Novamente levando dois dedos à boca ele soltou um assobio e o mesmo garoto veio agora trotando em um cavalo castanho. Enquanto esperava perguntei só para confirmar.
— A menina que me trouxe aqui, disse que as moedas vão para você.
Ele assentiu sem se abalar. — Todo o recurso que entra é revertido em comida.
— Os adultos também ajudam?
Ele assentiu novamente. — Para as crianças é mais fácil por conta dos trabalhos nas ruas, geralmente recados entregues, mas aqui todos caçam pela floresta e tentam arrumar o que fazer para conseguir alguma coisa. Mas são bocas demais então...
— E é verdade que vocês comem os cavalos?
Ele riu. — Sim. Mas não os matamos, as crianças gostam deles, já comemos um que encontramos já muito velho e morreu pouco depois que trouxemos para cá.
Não soube o que responder sobre isso. Nem deu tempo de formular algo, o garoto apareceu.
— Seus cavalariços são melhores que os meus.
Marcos olhou orgulhoso para o menino. — As crianças gostam de brincar com eles, vivem em cima deles, mas respeitam quando precisamos usá-los.
Olhei o menino sorrindo e batendo no pescoço do animal com carinho.
— Mandarei trazê-lo de volta para vocês.
Marcos me olhou sério. — Majestade, irei com o senhor se me permitir.
Não respondi apenas concordei com a cabeça, porém logo me decidi e me virei para ele. — Preciso alcançar Amélia, mas estarei esperando no castelo mais tarde.
Ele me olhou um pouco desconfiado, puxei o ar e soltei com força.
— Não irei torturá-lo ou arrancar a sua pele pelo amor de Deus! É só uma maldita conversa franca. Quero saber sobre isso da Amélia vir morar aqui e o que podemos fazer para que ela não viva nesse buraco aí. — Apontei a caverna malcheirosa — Não a quero vivendo sem o mínimo de conforto, disso não abro mão.
Ele meneou a cabeça. — Chegarei logo então.
Montei e antes de sair remexi no bolso, não podia sair sem fazer isso. Peguei o saquinho com as moedas que me sobraram, já que aquela espertinha levou uma boa quantia e joguei na direção de Marcos.
— Compre comida para essas crianças e deixem os cavalos delas em paz.
Ele assentiu sério. — Obrigado majestade.
Incitei o cavalo, era velho, todavia era um animal melhor do que aquele que Amélia havia montado, a alcançaria logo... Ele começou a trotar com dificuldade, mancando um pouco. Suspirei desanimado... Ou não a alcançaria tão fácil assim, ele estava quase morto. Forcei o trote, não ia desistir de alcançá-la, mas também não queria matar o pobre cavalo daquelas crianças, isso seria cruel. E ainda por minha culpa ele seria devorado.
Logo à frente, a escolta que eu havia pedido me esperava. Desci do cavalo e perguntei para todos e nenhum ao mesmo tempo.
— Passou uma mulher montada por aqui?
Eles negaram e um soldado falou. — Apenas um senhor franzino e sujo que passou por aqui há pouco, estava montado em uma pangaré quase morto.
Era Amélia, que idiotas! Apontei para o soldado.
— Me dê esse cavalo.
Sem discutir ele desceu me entregando as rédeas, entreguei a ele a corda do outro e não deixei de recomendar enquanto montava.
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Tratado dos Párias- O rei rebelde. ( Degustação)
FantasíaTiago sempre abominou o tratamento as mulheres no reinado de seu pai. Viu sua mãe virar escrava e suas irmãs serem usadas como objeto sexual. Uma se quebrou por conta dos maus tratos e outra ficou com marcas profundas dos anos de chicote. Tudo isso...
Atitude Ousada
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