Capítulo 31

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Angie ficou meio sem reação com o que ouvia do médico mas aquilo não era tudo

Dr Juliano:

- Mas também não é só isso...

Angie:

- E ainda tem mais???

Dr Juliano:

- Calma...Nos teus exames também pude perceber que essa gravidez não está sendo cuidado como deveria

Angélica Maria a olhava como se dissesse "eu avisei"

Dr Juliano:

- Angie essa gravidez tá de risco, necessita cuidados, tranquilidade e repouso. Creio que deve estar fazendo todo o contrário

Ela respirava fundo, começava a andar de um lado para o outro

Angie:

- O que o senhor e minha mãe não entendem é que eu não quero ter outro filho! Nossa, e como senão bastasse agora descubro que até de risco é...

Dr Juliano:

- Isso não significa que vá perder. Angie, eu entendo o susto, você passou por algo que algumas mulheres não superam nunca mas você é forte, tem a chance de recomeçar tudo de uma outra forma.

Angie:

- Por favor...Não quero mais ouvir, quero ir embora...e sozinha

Sua mãe assentiu a sua decisão, sabia que sua filha precisava​ desse tempo e quis dar. Conversou com o médico coisas que não haviam sido ditas ainda e enquanto isso Angie já estava no carro a caminho de algum lugar que nem ela sabia.

- Grávida...Grávida outra vez e outra vez vai passar o mesmo, de novo vou chorar a perca de um filho que se quer verei o rosto

Ela começava a conversar consigo mesmo, chorava enquanto seguia dirigindo sem dar tanta atenção. Atrás dela, um guarda fazia sinal pra que parasse.

Guarda: Porque correndo dessa forma?

Angie: Perdão, estou com problemas pessoais

Guarda: O trânsito não tem culpa dos seus problemas pessoais, senhora. Me mostra os documentos do carro por favor

Ela começava a procurar por todos os lados e não encontrava

- Mas era só o que me faltava, além de ser parada por correr, perdi minha carteira

Angie: Adivinha? Não encontrei, devo ter deixado em algumas das lojas que andei por aí...Não acredito que vá querer agora me prender por isso

Guarda: Não é prisão mas terá que me acompanhar sim

Angie: AAH, ok...O que mais me falta acontecer hoje?

Era como se falasse aos céus, começava a chover e foi inevitável que não se molhasse. O guarda quase sorriu, ela realmente parecia estar com mais problemas do que parecia. O acompanhou até a delegacia próxima e explicava ao delegado o que tinha acontecido.

AM:

- Você saiu do hospital pra ser presa?!

Angie:

- Mamãe por favor, vem logo sim?

AM:

- Chego já

Minutos depois Angélica Maria chegava com Otto na delegacia pra busca-la, uma vendedora da loja havia ligado avisando dos documentos da Angie e sua mãe já tinha passado pra buscar. Estavam os três agora dentro do carro dele voltando pra casa.

Otto:

- Você vai congelar, meu amor. Usa isso

Ele entregava seu paletó a ela, decidiu não perguntar nada, a viu calada e no caminho nem mesmo sua mãe abria a boca.

Angie:

- Quero que suba, preciso falar com você

Sua voz soava séria e nem ele gostou do tom que a ouviu. Estavam no quarto, ela acabava de sair do banho, estava ainda de roupão.

Otto:

- Quer me contar o que houve? Sua mãe não me disse nada, porque corria ao ponto de ser parada por um guarda?

Angie:

- Nunca correu no trânsito?

Otto:

- Claro que já mas você não tem costume disso. Está com algum problema?

Angie:

- Cansada, Otto...Cansada

Eles conversavam em pé, até que ela se aproxima o beijando, beijo lento, calmo e demorado. Aos poucos se separava dos seus lábios...

Angie:

- Quero que isso acabe aqui

Otto:

- O que está dizendo??

Ela tomava ainda mais distância do seu corpo ficando de costas pra ele

Angie:

- Isso é sério...O nosso não pode ser! Temos objetivos diferentes, á coisas que você não entenderia...

Otto:

- Como pode dizer isso faltando praticamente uma semana pra que a gente se case? Um casamento que VOCÊ pediu pra adiantar!

Angie:

- Não quero que grite por favor

Otto:

- Como quer que eu fique calmo? Outra vez você quer ir embora da minha vida e dessa vez nem eu entendo o motivo, me explica, Angélica. Me explica!

Ela andava de um lado pro outro, sua voz saía trêmula, sentia um nó na garganta pela vontade de chorar

- Eu só quero que acabe! Não tem o que explicar

Otto se aproximava dela segurando no seu rosto próximo aos lábios dela

- Já não me ama? De verdade não me ama?

Angie:

- Não! Não diz isso

Otto:

- E então me diz, por favor me diz, só quero um motivo, UM ÚNICO MALDITO MOTIVO

Angie:

- As vezes o amor sozinho não basta

Ela lentamente tirava as mãos dele do seu rosto e agora ele se afastava

Otto:

- Você não pode fazer isso com a gente...

Angie:

- Vá embora por favor, Otto

Em seus rostos escorriam lágrimas, cada um sofria por um motivo particular. Ele se foi e nessa noite ela sentia que morreria, sua mãe que ainda estava em sua casa sentiu o que ela havia feito mas só a consolou como filha que precisava de carinho. A noite passou, ninguém dormiu. As meninas acompanharam Otto, ouviam tudo e nem ela se quer entendiam. Angie foi vencida pelo cansaço do choro e no dia seguinte acordou com uma única decisão.

AM:

- Angie, minha filha. Para com isso um pouco, pensa... conversa com ele

Angie:

- Não mamãe, não vou fazer isso com ele. Otto não merece passar por isso outra vez, ele vai conseguir superar a minha distância mas não perder um filho outra vez. Não, isso não.

Por toda una vidaWhere stories live. Discover now