Meu patrão era um homofóbico isso ninguém podia negar. O verdadeiro motivo pelo qual eu comecei a me relacionar com seu filho foi por uma vingança boba depois que ele tinha dito aquelas coisas idiotas pra mim. Se arrependimento matasse.... Bom, provavelmente não estaria morto porque como eu sou um filho da puta, não tenho nenhum arrependimento de ter me envolvido com o filho do meu patrão. Ódio, rancor, ressentimento sim, mas arrependimento de fato não tenho, não agora.

O Sr. Louis era um homem muito influente e um famoso advogado, vencendo inúmeros casos famosos quase todos envolvendo escândalos de políticos e líderes religiosos. Apoio político não vai faltar, isso é óbvio.

No fundo eu sei que Júnior tem razão, seu pai é um homem rigoroso e preconceituoso que ao chegar em um cargo tão importante como é o de Governador, vai tornar a vida de muita gente um inferno inclusive a minha. Mas será que ele tem razão também quando diz que eu sou o único que pode detê-lo?

Nos dias que se seguiram eu vi Júnior apenas uma vez. Não sei o que estava acontecendo mas eu acho que meu patrão estava designando o filho dele para outros setores ou alguma coisa assim. Isso foi bom por vários motivos. Vê-lo ainda me causava dor e também, de certa forma eu devia uma resposta pra ele. Uma resposta no qual não tinha.

Meu patrão foi mais algumas vezes naquela cede onde os políticos se reuniam para decidirem suas estratégias. Em algumas dessas reuniões eu não podia entrar e em outras eu tinha o acesso livre. Notei que nas vezes em que eu podia entrar de uma forma estranha e peculiar todos já possuíam suas verbas muito bem distribuídas. Era óbvio que ali a corrupção corria solta e descaradamente eminente.

Se eu não fizesse nada de certa forma eu seria o cumplice de todos aqueles nojentos. Eu me senti um lixo ao pensar naquilo. No fim do dia eu já tinha uma resposta, ou quase tinha. Uma mensagem de um numero estranho chegou no meu celular.

Me encontre nesse local daqui uma hora JL

Havia um link no final da mensagem indicando o local, era bem longe. Respirei fundo, peguei um taxi e fui me encontrar com Júnior.

O bairro eu conhecia, mas tenho certeza que Júnior não. Era um dos mais perigosos de Fortaleza e a noite ficava ainda mais aterrorizante. O filho do meu patrão marcou em uma lanchonete incrivelmente feia e nojenta. O lugar fedia a mofo e gordura.

Ao entrar o vi sentado de costas com um cassaco sobre a cabeça. Percebi que era aquele porque o cassaco eu tinha dado pra ele logo depois que saí do hospital como forma de agradecimento. Caminhei lentamente voltando minha atenção em minha volta: as mesas estavam sujas e juro por Deus que eu vi larvas andando em uma delas. Me sentei e o encarei. Ele estava todo misterioso. Parecia estar com medo de estar sendo seguido ou algo do tipo porque toda hora olhava pela vidraça procurando alguém. Júnior parecia estar ficando louco.

— Ótimo lugar — disse ironicamente.

— Procurei no Google locais para se fazer negócios em Fortaleza e o primeiro lugar foi este.

Fazer negócios?

— Desde quando arruinar a carreira política do seu pai virou um negócio?

Júnior não conseguia fazer contato visual comigo. Culpa? Vergonha?

— Eu preciso de sua resposta — exigiu ele.

— Vou dar a minha resposta, desde que você dê as suas — eu parecia forte, mas por dentro eu estava em pânico.

— O que você quer saber? — perguntou ele como se realmente fosse necessário. Seu rosto focado na vidraça.

O Filho Do Meu Patrão (Romance Gay)Where stories live. Discover now