10-Uma música, um sinal?

2.8K 159 2
                                    

Naquela semana, tínhamos  um trabalho pra apresentar em filosofia, tratava-se de uma peça de teatro. A Vanessa amava mandar, naturalmente tomou a liderança sobre o trabalho. Então depois que cheguei em casa liguei pra ela para tirar algumas duvidas sobre minha participação no trabalho. Acabou que pela primeira vez percebi que tive uma conversa com ela. O assunto fluiu, e acabamos falando sobre muitas outras coisas. Ela me contou sobre o convívio na casa dela, sobre como era a família dela... Na verdade, acabou desabafando sobre a sua mãe que tinha falecido ainda quando pequena, que conheceu o pai dela um pouco antes de sua mãe falecer, sobre a perda de seu irmãozinho pequeno especial. E como seu pai era duro com ela. Na verdade acho que foi ali a brecha para nos aproximarmos de verdade, por alguma razão ela me disse coisas que nunca disse a ninguém.

Durante toda a conversa percebemos que a nossa convivência com nossos pais era um tanto quanto conturbada. Por alguma razão, a Vanessa tornou-se a desabafar em o quanto sua vida estava conturbada de coisas e sentimentos acumulados e que o seu namorado era o único porto seguro que ela tinha no meio de tudo isso. E ela estava muito mal porque tinha acabado de descobrir que ele tinha terminado com ela pra ficar com uma amiga dela. O que explica o porque ela andava tão triste e quieta nos últimos dias. Ela inclusive me contou a razão de ela ter aparecido com uma pulseira larga no pulso... ela tinha se cortado. Ao longo dessa demorada ligação ela chorou, e me disse várias vezes que estava de saco cheio de tudo, cansada da sua casa, da sua família e de seus amigos que sabiam dessa história do ex dela com a amiga; realmente com vontade de desistir de tudo e sumir. Tentei conforta-la e acalma-la, nos despedimos e fomos dormir.

No dia seguinte, começou tranquilo como qualquer outro dia, tivemos a primeira aula, mas logo na segunda e terceira aula eram vagas de matemática. Fizemos uma roda sentadas na parte do pátio onde batia um sol quentinho no chão. A Julia e a Ana estavam escutando musica e lendo juntas, a Marcela e a Larissa estavam vendo fotos no instaram; eu e a Vanessa estávamos dividindo o fone e continuando a conversa do telefone. Até que ela colocou uma musica muito triste, um rap que dizia algo sobre se matar e me assustou dizendo num tom de brincadeira que ia fazer isso... mas depois que eu dei um sermão ela parou, porque eu estava alterando minha voz e ela não queria que as meninas soubessem do que estava acontecendo com ela.

Quando tocou o sinal do intervalo fomos todas comprar lanche, a Vanessa não comeu tudo, disse estar sem apetite e acabou se desfazendo dele. Nossa próxima aula era educação física, mas poucos minutos antes de tocar o sinal da aula, A Vanessa estava com falta de ar, e pediu que nós acompanhássemos até o banheiro para ela lavar o rosto.  Ela lavou a nuca e os pulsos e parecia cada vez mais pálida. Até que segurou meus braços firmemente e disse ter sentido que precisava se sentar; e quando me virei pra ajuda-la a chegar próximo a cadeira do corredor ela desmaiou. Eu apenas conseguia olhar preocupada, não sabia como reagir. E muito menos esperava pelo que viria a seguir...

A Minha Garota Intocável (ROMANCE LÉSBICO BASEADO EM FATOS MUITO REAIS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora