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Acordei com o som irritante do meu despertador. Não sei se algum dia eu mudaria o toque dele, mas isso definitivamente entraria na lista de coisas que eu tenho que fazer. Talvez eu coloque uma música do Fall Out Boy, minha banda favorita, ou uma outra música aleatória que não me irrite tanto, já que eu corro o risco de passar a odiar a música que me acordaria todos os dias.

Bom, meu nome é Luke Hemmings, eu tenho 19 anos e curso faculdade de fotografia. Escolher esse curso foi complicado, pois minha família vivia falando que não daria em nada e que eu não conseguiria arrumar um bom emprego com isso, consequentemente, eu não ganharia dinheiro, não compraria uma casa e não teria família. Eu sempre achei um exagero tudo isso, então decidi seguir com a minha paixão. Hoje a minha mãe já está bem com a minha escolha e me ajuda sempre que eu preciso de alguma coisa para a faculdade.

Enquanto eu escovava meus dentes no banheiro, eu ouvi o som de notificação no meu celular. Fui até a minha mesa de cabeceira e peguei o aparelho.

"Olha só quem está na cidade, Luke. Seu cantor favorito. Quer ir no show dele?" - Calum.

"Ha ha ha. Muito engraçado, Cal. Você sabe que eu odeio esse idiota." - Luke.

"Mas todo mundo adora ele. E ele não é um idiota." - Calum.

"Ele é um babaca. E nem se me pagassem um milhão eu iria nesse show, então desista." - Luke.

"Você é um chato, Luke." - Calum.

"Que seja. Te vejo na faculdade." - Luke.

"Tchau" - Calum.

Desliguei o meu celular e joguei ele na cama. Terminei de me "arrumar"no banheiro e fui em direção ao meu armário. Quando eu o abri encontrei nada mais que camisetas, camisas e calças jeans. Peguei uma das minhas camisetas de bandas, uma calça preta rasgada em alguns lugares e uma camisa xadrez. Depois fui até a minha cama e me abaixei, pegando o meu par de tênis que estava jogado debaixo dela.

Me olhei no espelho. Sempre fui satisfeito comigo mesmo, porque nunca achei que a minha aparência fosse mudar alguma coisa. Se eu sou feio ou bonito, não vai atrapalhar a vida de ninguém.

Enfiei algumas coisas na minha mochila e fiz o meu caminho para fora de casa. Minha mãe provavelmente já tinha ido trabalhar, então eu nem me importei em passar na cozinha ou na sala para dar tchau.

[...]

Entrei na cafeteria que estava um pouco cheia por causa do horário. Passar neste lugar antes de ir para a faculdade já havia virado rotina. Eu gosto do café daqui, e para mim, é bem mais fácil vir aqui do que preparar algo para comer em casa.

Tirei os fones do meu ouvido para poder fazer meu pedido. O som baixo estava tocando uma música do Michael Clifford, o cara mais chato do momento. É só olhar para ele que você já percebe que ele é só mais um cantorzinho arrogante. E além do mais, essa música toca em todos os lugares possíveis, é muito irritante.

"Eu vou querer um Frapuccino e um muffin de chocolate, por favor" Falei já tirando o dinheiro da minha carteira e entregando ao atendente.

"Mais alguma coisa?" Ele olhou pra mim e eu apenas balancei a cabeça. "Nome?"

"Luke" Observei ele escrever meu nome no copo.

"Obrigado, Luke. Volte sempre." Sorri com os lábios e saí de lá, indo esperar me pedido.

Eu estava chegando na ponta do balcão, onde me entregariam o meu pedido, quando esbarrei em alguém.

"Desculpa." O garoto disse baixo, abaixando o seu rosto e se cobrindo mais com o capuz.

Franzi as sobrancelhas. Que pessoa estranha, será que ele está planejando roubar o pedido de alguém e sair correndo? Oh meu deus, eu espero que não seja o meu.

Continuei fazendo o meu caminho e percebi que o estranho estava andando atrás de mim. Parei na ponta do balcão e ele parou do meu lado.

"Você está me deixando um pouco assustado." Eu disse dando um passo para longe dele.

"Por quê?" Ele perguntou sem olhar para mim.

"Porque você está de capuz preto e tentando se esconder. Em que tipo de lugar eu não ficaria assustado com isso?"

"Eu não vou te assaltar ou algo do tipo, eu só quero comprar meu café em paz." Ele falou rudemente.

"Desculpa, senhor não quero ser notado, mas quanto mais você tenta se esconder, mais as pessoas estão te vendo." Eu sabia que eu estava sendo irritante, mas eu tinha a sensação de que se eu continuasse falando com ele, as chances dele conseguir fazer alguma coisa contra mim eram menores.

"Você gosta dessa música?" Ele mudou de assunto, ignorando totalmente o que eu disse.

"Não." Eu disse seco.

"Por que não?" Ele aumentou o tom de voz, mas continuou olhando pra frente e não para mim.

"Vejamos... a música é repetitiva, longa e toca em todo lugar. Além disso, eu odeio esse cantor."

"Você não pode odiar o Michael, ele é incrível!" O garoto de capuz pareceu um pouco irritado com o que eu disse.

"Me desculpe, eu magoei os sentimentos do fanboyzinho?" Eu disse fingindo uma voz triste.

"Magoou!" Ele finalmente olhou para mim.

Cabelo vermelho, olhos claros... Ah não. Era só o que me faltava, o estranho era Michael Clifford, o "cantor do momento".

Revirei meus olhos e o ignorei.

"O que? Você vai me ignorar?" Ele me perguntou indignado.

Por que é que o meu pedido está demorando tanto?

Coloquei minha mão no bolso para pegar meu celular, mas acabei derrubando a minha carteira, fazendo algumas coisas se espalharem pelo chão.

Me abaixei para pegar, sendo acompanhado de Michael, que me ajudou.

"Você não precisa fingir ser legal. Eu não vou mudar a minha opnião."

"Mas eu sou legal." Ele me estendeu a minha identidade.

"E eu sou o Batman." Falei revirando os olhos.

"Luke." Ouvi alguém me chamando. Me virei e vi uma mulher com o meu pedido. Finalmente.

Peguei o meu muffin e o meu frapuccino e saí da cafeteria.

"Legal." Eu soltei uma risadinha. "Até parece."

punk lover » mukeUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum