Cap 16. Oh.. God.

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1 day to death. 3:29 pm.

— Atende, Justin... Por favor.  — Murmurei, logo ouvindo a ligação ir pra caixa postal.

— O Ryan também não atende. — Cassie informou, entrando no quarto.

Balancei a cabeça negativamente, rediscando o número do Bieber pela 10° vez.

— Já tentou o celular do Charles?

— Ele tá sem.. — Bufei, bloqueando o celular — O celular do Nolan está indisponível, Bieber não atende, Ryan não atende.. O que diabos está acontecendo?

Cassandra andou pelo quarto, parando em frente à janela.

— Temos que pensar positivo. — Ela disse.

— Ele disse que ligaria.. Tava tudo certo. "Na mão". — Repeti o que ele havia dito.

Cassie então ficou nervosa, batia os dedos rapidamente na janela enquanto balançava a cabeça negativamente. Levantei e caminhei até a mesma, tocando seu braço.

— Ei, me desculpa. — A encarei — Você não pode ficar assim, está grávida..

— Você também está. — lembrou — Acalme-se.

— Isso tudo.. — sussurrei, suspirando em seguida — É só mais um motivo pra Florence querer pular no meu pescoço. Eu tive a ideia de trocar o celular do Somers e agora ela tá lá.. quebrando tudo.

— Não é culpa sua. Se nenhum deles estão atendendo.. duvido que fosse diferente com o Charles. — argumentou — E sobre a Florence... Ah, foda-se, né.

É, talvez Cassandra esteja certa. Faria diferença? Talvez eu não deva me culpar. Essa situação já é bem ruim por si só. E droga, minha cabeça nunca doeu tanto. Todos esses pensamentos, todas as possibilidades, hipóteses, eu só quero acreditar que está tudo bem com eles. A ideia de um simples vácuo nunca foi tão bem vinda na minha vida!

— Allison.. — Cassie chamou minha atenção.

— Hm?

— É impressão minha ou.. aquela senhora está nos chamando? — Falou, olhando pela janela.

Voltei minha atenção para a janela, direcionando meu olhar pra casa da vizinha, logo à frente. E realmente, a senhora Clinton nos olhava enquanto incansavelmente  fazia um sinal com a mão, nos chamando.

— Eu não vou lá! — Cassie exclamou.

— Qual o problema?

— Ah não, Allie. De jeito nenhum. — Negou com a cabeça — Aquela história sobre o marido que morreu na casa e aquela senhora.. aquele olhar! — Ela chacoalhou os ombros como se estivesse tendo um arrepio.

— Tudo bem, tudo bem.. — Repeti, recebendo um olhar de alívio — Eu vou lá sozinha. Dê uma olhada nas crianças enquanto eu vejo o que ela quer.

Sai do quarto e desci, passando pela sala, onde a Adams se encontrava jogada no sofá. O cômodo estava repleto de cacos de vidro, por isso, pedi mais cedo que as crianças não circulassem por aqui. Pelo menos até que ela se acalmasse da crise e limpasse tudo. Assim que passei pela porta, a senhora me fitou. Andei até sua casa e entrei na varanda ficando a uma certa distância dela.

— Oi.. — Cumprimentei.

— Olá, Srta. Scott.

— A senhora queria me dizer algo?

— Oh, sim... Aquele doce rapaz, garoto de ouro me ligou à pouco.

— Desculpe, de quem está falando?

— Christian Beadles.

— O C-Christian? — gaguejei — Como assim? Por que ele te ligou e não ligou pra mim? O que ele disse?

— Calma, querida.. — Ela sorriu docemente. O que no momento me deixava irritada.

— Por favor, me responde!

— O Christian é um doce.. Quando soube da minha história, passou a me visitar. Vinha quase todos os dias. — Sorriu novamente — Conversávamos por horas..

— Pode... ir direto ao ponto?

Ela concordou, um pouco decepcionada.

— Ele disse: "Por favor, diga a Allison que a Jazzy.."

— Han? — Disse, confusa. — O que? O que tem a Jazmyn?

— Eu não sei.

— Como assim?

— Ouvi uns ruídos e depois ele desligou.

— Ah meu Deus.. — Coloquei as mãos na cabeça.

— Está acontecendo algo?

— Eu.. Eu não posso te contar. Sinto muito.

Virei-me e segui de volta para casa. O que ele queria dizer sobre a Jazmyn? O que eram os ruídos? Céus, mal posso imaginar. Logo que pus o pé dentro de casa, dei de cara com a Adams, que me olhava com os olhos vermelhos e uma expressão nada amigável. Ela tinha uma.. arma nas mãos. Uma arma?

— Florence? — Disse e ela levantou a arma, apontando para mim. E então, sem pestanejar, apertou o gatilho.

Nada.

Caminhei até ela e peguei a arma de suas mãos.

— Isso não tem graça. Não é hora pra essas brincadeiras.

Ela apenas continuou me encarando silenciosamente. Nenhum movimento a mais. Justin a mataria se soubesse que ela pegou essa arma, o xodó dele.
De acordo com ele, era do seu avô. Era tão antigo.. 1912? Eu não sei, mas era uma peça bonita. Seu longo cano prateado reluzia e como não? Bieber o polia sempre que podia. Mas agora se encontrava cheio de marcas de dedo.

— Eu vou limpar e por no lugar. — Fui até o aparador e abri a gaveta, pegando um paninho.

Me sentei e sofá e então comecei a limpar o revólver cuidadosamente, para que nenhuma manchinha sobrasse.

— Bom, acho que.. Ah não, ainda tem uma aqui.. — Abri o tambor a fim de limpa-lo melhor — Florence..

Levantei-me do sofá e a olhei a ruiva, que ainda estava na mesma posição.

— Florence, tem três balas. Você.. Você poderia ter me matado!

— Eles me obrigaram.

— Do que você tá falando?

— Eu deveria ter te matado. — Ela balançou a cabeça — Eles me avisaram, eles me avisaram..

— Florence! — Aumentei o tom — Me diz! Anda, me diz!

— Era você ou o Charles. Eu falhei.

— Quem são "eles"? — gritei — Fala agora!

E então quando o som da minha voz cessou, um barulho atras de mim surgiu. A porta foi rudemente aberta.

— Eles... — Ela disse, por fim.

IN CHIEF'S NAMEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora