Que saudade...

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Da saudade hoje fui atrás.
Em cada esquina, a cada bar.
Quando já não aguentava mais
Ela — eu consegui encontrar.

Chegou ligeira,
Com pressa foi embora.
Não teve tempo para brincadeiras,
Disse que estava atrasada, em cima da hora.

N'outro dia, voltou.
Puxou uma cadeira e sentou.
Sabia que iria ficar,
Então não tive pressa ao conversar.

Risadas? Foram muitas.
Um vai e vem de lembranças.
Mas, como tudo que é bom não dura,
Logo lembramos das mudanças.

Mais uma noite ela veio,
Sem falar quase nada.
E, entre seus devaneios
Permaneceu calada.

Tentei compreender
O que estava a acontecer.
Saiu como entrou,
Nem um adeus me deixou.

A esperei no dia seguinte,
Infelizmente ela não chegou.
Não nego, fiquei muito triste.
(Por dentro meu coração chorou).

Resolvi não ir mais,
Fiquei em casa com meus livros.
“Se ela quiser, que venha atrás”.
Sou orgulhosa, ela sabe disso.

Para minha surpresa ela apareceu
Na minha porta com um buquê nas mãos,
Mas logo o orgulho me encheu
E mandei-a embora, sem perdão.

Hoje à saudade não apareceu,
Não me visitou,
Não me respondeu
De mim não lembrou.

Para ela sou passado.
Um “pobre coitado”.
Sinto muito ao concordar,
Viver sem ela não dá.

Cansei de sofrer por sua ausência,
Essa dor que acalenta.
Mas, sinto falta do seu abraço
Tão apertado quanto um laço.

Sei que não a verei tão cedo,
Mas aguardo ansiosamente.
E, mesmo que eu esteja com medo
É a saudade que eu quero para sempre.

Débora Santos.

Feita De Versos - Volume Dois.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora