Capítulo 22

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Ninguém dormiu direito aquela noite. Isabel então estava com fortes dores de cabeça, com tantos pensamentos lhe importunando. Juntou aos problemas Yuri, Juliana e morte de vovó, o problema "papai procurando casas em São Paulo". Logo que amanheceu, a garota foi se juntar a família na sala. Minutos depois, entram João e Elisa, que tinham ido tratar de assuntos fúnebres.

— O velório será as três horas — anunciou Elisa, sem expressão no rosto.

Logo, vários parentes e amigos começaram a chegar à casa, para participarem da despedida da vovó. Às três horas da tarde, cerca de trinta pessoas estavam no cemitério municipal e às 6:00 foi sepultada a tão amada senhora. Akira e Juliana permaneceram ao lado de Isabel todo o tempo, consolando-a e tratando de animá-la.

— Você não precisa se preocupar em trabalhar, viu? — anunciou Akira, antes de sair da casa da garota, onde todos se reuniram após o enterro.

— Mas...

— Pode ficar tranquila. Eu entendo como você deve estar se sentindo.

— Obrigada, Akira.

— Bom, eu preciso ir.

A patroa se despediu da garota e saiu.

— Eu também preciso ir, Isabel — murmurou Juliana. — Mas prometo te ligar, viu? Aliás, eu não tenho o seu número de telefone.

— É verdade... paramos de nos falar antes de eu me mudar pra cá...

Isabel pegou um bloquinho de papel, na mesinha do telefone e anotou o número. Juliana se despediu da amiga e de seus parentes, e então, saiu. Os familiares de Isabel foram deixando a casa aos poucos, sendo a família de Branca a última a sair.

Aquela noite foi turbulenta para a garota, mas conseguiu dormir bem melhor que a noite anterior. Estava tão cansada que acordou no outro dia no horário de almoço.

— Bom dia! — exclamou Isabel entrando na cozinha, espreguiçando-se.

— Boa tarde! — exclamou Elisa com um leve sorriso.

— Nossa! Uma hora! — surpreendeu-se João. — Preciso ir! Tenho uma reunião às duas.

João estava se levantando da mesa, quando Isabel o puxou pelo braço.

— Espere!

— O que foi? — estranhou ele.

— Eu preciso te perguntar uma coisa!

O pai da garota sentou-se novamente à mesa.

— A Natália me disse que você esteve lá em São Paulo, olhando algumas casas.

Elisa e João se entreolharam, parecendo estar preocupados.

— O que foi? Por que vocês fizeram essa cara?

— É que a gente ia esperar tudo se acertar... — disse Elisa sentando-se numa das cadeiras.

— Acertar o que?

— Isa... Eu fui transferido pra São Paulo — anunciou João.

— Então... a gente vai se mudar?!

— É... é bem provável.

— Mas por quê? Estamos bem aqui!

— É desgastante pro seu pai, Isa. Imagine, ir a São Paulo todos os dias!

— E por que você não pode ficar aqui? O que tem de errado com esta cidade?

— Isa... Eu vou ganhar mais lá. E é até melhor pra você cursar uma faculdade, já que há tantas por lá...

A história de Isabel [COMPLETA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora