New life

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O sol se escondia atrás de algumas nuvens, mas não demoraria muito a sair. Por onde eu estava? Miami? Atlanta? Canadá? Eu estava em um sonho, meu sonho. Escutava as risadas de Julie um pouco longe, mas não a enxergava, Justin e Jason me chamavam, mas não era possível vê-los. Meu campo de visão estava limitado á apenas um emaranhado de flores, rosas? Violetas? Não sei, não entendia o que era aquilo. Mais uma vez a voz de Julie despertou minha atenção.

- Mãe, como estou? – sua risada gostosa preenchia o ambiente, me fazendo sorrir.
- Julie, apareça.
- Mãe. – mais uma vez ela riu. – Mãe, olhe. – e então sua imagem foi projetada. Julie corria no campo de flores, vindo em minha direção. – Mãe. – ela sorria boba.
- Linda, não? – uma voz desconhecida, me fez pular de susto. Olhei para lado e me surpreendi, encontrando Alexia parada ao meu lado, observando Julie correr. Por um tempo fiquei sem voz, sentia que deveria dizer algo, mas não sabia o que. E porque raios ela estava em meu sonho?
- O que... Meu sonho? – ela revirou os olhos, dando dois passos à frente, na direção de Julie.
Não queria que ela se aproximasse.
- Julie, não. – alertei e os olhos de minha menina pairaram em mim por um tempo.
- Venha, Julie. – Alexia estendeu os braços para ela. Mas a garotinha me olhava com receio.
- Não. – Julie era minha.
- Vem, Julie. – ela mantinha um sorriso diabólico nos lábios e eu me esforçava para manter Julie longe dela.
- Julie, querida.
- Não a escute. – Alexia gritou. – Vem com a mamãe.
- Você não é mãe dela! – tentei avançar, mas fui surpreendida e voei no chão.
- Mamãe. – Julie gritou, tentando vir até mim, mas foi parar nos braços de Alexia.
- Solte minha filha. – mais uma vez tentei levantar, mas alguma coisa me impedia. – Julie... – gritei, rasgando a garganta a vendo desaparecer em meu campo de visão. – Julie... Julie...

- Julie... – senti meu corpo ser chacoalhado e me sentei com força, me sentindo totalmente desequilibrada.
- Cassidy?! – minha respiração estava descompensada, meu coração batia tão forte que parecia que saltaria pela boca.

Empurrei os cobertores para longe e pulei da cama vestindo meus chinelos, indo até o quarto de Julie para checar se estava tudo bem. Não conseguia me situar sobre o que fazia parte de meu sonho e o que era realidade, foi tudo tão real. Abrir a porta do quarto com certa brutalidade e no segundo seguinte, encontrei Julie enrolada em baixo das cobertas, dormindo de barriga para baixo como o pai costumava fazer. Me aproximei, tocando o rostinho dela para checar se aquilo era real e não mais uma fantasia de meus sonhos, sim. Era real.

- Cassidy o que... – Justin entrou no quarto, se calando a me ver agachada ao lado da cama de Julie, acariciando seu rosto.
- Eu tive um pesadelo horrível. – desviei meu olhar do rosto dela, encarando o rosto inchado dele.
- São pesadelos, meu amor. Nunca são bons. – ele tocou meus ombros, me erguendo do chão.
- Desculpe. – murmurei, enganchando meus braços no pescoço dele. Sabia o quanto estava cedo e Justin ainda iria trabalhar, mas eu dei um chilique e acabei com seu sono.
- Me recompense de outra forma. – ele disse arrastado, com a voz um pouco rouca, selando os lábios em minha clavícula, me deixando arrepiada.

E mesmo depois de anos, depois de muito tempo, eu ainda sentia meu coração disparar quando ele fazia coisas daquele tipo. Ele me dominava, meu desejo, meu prazer. Justin havia mapeado cada parte de meu corpo e como historiador a cada vez que seus lábios tocavam minha pele, era uma nova descoberta. Eu sabia que seria dele pelo resto da vida e ele seria meu até não existir mais vida.

- Shii. – disse colocando o dedo nos lábios dele. – Não faz barulho, o Jason já deve estar acordado. – ele riu.
- Esse moleque é estranho.
- Não fala assim do meu filho. – dei um tapa no braço dele o fazendo rir. Ele puxou minhas pernas, e eu as envolvi em volta de sua cintura, ficando completamente encaixada em seu corpo. – Tudo isso é para me fazer esquecer o pesadelo? – disse, esbarrando os lábios nos dele.
- Tudo isso é pra você lembrar o quanto eu sou bom. – ele me jogou na cama, sem escrúpulos e ignorando a parte de que não deveríamos fazer barulhos.
- Justin. – disse, reprimindo as risadas. – Se ele pergunta de novo o porquê dos barulhos você que vai responder.
- Ele não é idiota, Cassidy. Ele sabe que papai e mamãe fodem. – ele puxou minhas pernas, me encaixando em sua cintura, me fazendo arfar ao sentir nossas intimidades se chocarem. – E como fodem.

SOUL REBEL - QUARTA TEMPORADAWhere stories live. Discover now