Spoil everything?

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Johnson me ajudou a andar até uma cadeira e me sentei. Em seguida ele me trouxe um copo d'Água e um saco de gelo pro rosto.
- Me explica o que aconteceu de fato. - ele disse se sentando na minha frente.
Respirei fundo.
- Você não viu nas câmeras? ele me socou e fugiu.
- Como vc deixou uma coisa dessas acontecer?Maya, vc sabe muito bem que não pode aproximar o rosto tão perto da grade, ainda mais vc, mulher.
- Qual o problema em eu ser mulher? - tirei o gelo da cara e o encarei.
- Eles aproveitam porque acham que vc é indefesa, e foi o que vc se mostrou ser. - ele falou sem me olhar nos olhos.
- Já chega por hoje. Meu turno já acabou. - levantei.
- O seu turno pode ter acabado mas essa conversa não. Aceita ir tomar um café?
Encarei ele com os olhos semicerrados por uns 4 segundos. -tá.
Ele deu um leve sorriso. Fomos para a cafeteria e nos sentamos. Pedi um cappuccino médio e ele pediu um café expresso.
- Então... o que vocês estavam falando antes de ele te socar? - olhou dentro dos meus olhos.
- E-ele estava... estava... dizendo que não queria comer! E eu disse que não me importava e mandei ele morrer de fome. -falei gaguejando.
O meu cappuccino chega e eu dou vários goles sem me importar com a temperatura. Johnson me olha com uma cara estranha.
- Acho que está um pouco quente. - ele ri.
Minha língua estava queimando mas eu não ligava. Pelo o menos ele riu e mudou aquela cara de desconfiado.
- Então... eu estava checando as filmagens de ontem à noite... -ele olha pra mim
O interrompo quase me engasgando.
- Olha, aquilo foi só um momento de estresse, demoramos muito para capturar esse cara e ele me desrespeitou. -falo me embolando.
- Tudo bem... agora eu entendo o motivo do soco. -ele da um gole no café.
Me sentia mal em mentir para o Johnson, ele era meu parceiro de anos e sempre confiou em mim, até seus problemas familiares. Ele era como um irmão pra mim pois minha família morava em outro estado, e só me ligava às vezes. Pensei em contar a verdade mas não queria correr o risco de perder tudo.
Nos despedimos e fui para casa, pensei em tentar fazer contato com Frank, mas pra que? Me livrei dele, estava tudo bem... E no dia seguinte eu estava escalada. Resolvi descansar.
Recebo uma mensagem as 10 da noite.
Johnson- você está bem?
Eu- sim, com um pouco de dor mas estou melhor.
Johnson- Melhoras. Vou achar esse canalha e você vai poder se vingar desse soco.
Fiquei nervosa e não sabia o que responder.
Eu- Nós vamos achar.
Ele me respondeu com um emoji sorrindo.
Fiquei me questionando a noite inteira porquê eu não contei logo tudo pra ele. Não consegui dormir direito.
Na manhã seguinte eu acordei e fui para delegacia. Johnson estava me esperando com a notícia que Frank havia cometido outro crime, ele espancou um idoso e o deixou em coma.
Fui pro banheiro, respirei fundo e olhei no espelho.
- Isso é sua culpa. Sua covarde. SUA CULPA -grito alto e apoio a cabeça contra a parede.
Faxineira entra no banheiro.
- Está tudo bem? - ela me olha preocupada.
- Está sim, eu estava falando no telefone. Acho que gritei um pouco alto. -sorrio sem graça e forçada.
Ela afirma com a cabeça. Saio do banheiro.

New bloody homeWhere stories live. Discover now