13. Reviravoltas

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(Dois meses depois)

(Pedro narrando)
Depois de dois meses, eu tenho certeza do que sinto pela Ana, com certeza é amor, eu venho demonstrando meu amor por ela mas ela parece não perceber. Saio para baladas muito pouco com os meus amigos, passo o fim de semana todo em casa assistindo filmes com ela e tudo que se faz quando está apaixonado, eu estou decidido, assim que chegar em casa hoje vou falar com ela, só tem um problema, o Léo e a Bea não saem lá de casa, não que eu ache ruim mas isso irá atrapalhar um pouco a nossa conversa de hoje.

...

Chego em casa e entro, não vejo ninguém na sala, como de costume, vou para a cozinha e vejo a Lu preparando o jantar, cumprimento ela e pego um copo d'água, acabo de tomar a minha água e vou para o quarto, tomo um banho e coloco apenas um shorts.

OK, é agora!- penso.

Vou para o quarto da Ana e escuto o chuveiro ligado, da última vez que vim falar com ela sobre esse assunto eu levei um fora, mas dessa vez isso não vai acontecer.
- Que susto, Pedro! O que quer comigo?- ela diz saindo do banheiro só de toalha.
- Oi, tudo bem com você? Eu estou ótimo, obrigada por perguntar.- digo irônico.
- Engraçado, agora fala o que você quer.- ela me encara.
- Quero conversar com você.- digo.
- Posso me trocar?- ela pergunta.
- Sim.- eu falo e saio do quarto dela, alguns minutos depois ela abre a porta.
- Pode entrar...
Eu entro e me sento na cama dela com ela na minha frente.
- Pode falar.
- Não sei por onde começar.- falo.
- Pelo começo.
- O que eu tenho para te falar é muito sério.
- Vai dizer que me traiu? Eu não ligo. Nem um pouco.- ela me encara.

- Eu não te traí.- reviro os olhos.- Vou direto ao ponto: eu estou apaixonado por você.
- Como assim apaixonado?
- Assim, apaixonado!- falo.
- Como você tem certeza disso?
- Desde que eu te conheci eu senti algo por você, mas não sabia o que era, no dia do casamento nós conversamos, eu ainda não tinha total certeza mas antes de falar sobre o que eu sentia, você já falou tudo aquilo e eu não tive coragem de falar. Agora, depois de dois meses de casamento, eu tenho certeza que eu te amo, eu tentei demonstrar isso de várias maneiras mas você parecia não perceber por isso eu tomei coragem de falar com você hoje.
- Eu estou chocada com isso tudo. Eu sinceramente não esperava isso, eu percebi que você parou de sair com os seus amigos e tal, mas nunca desconfiei que você estava apaixonado por mim.- ela fala.
- Agora você acredita?- pergunto.
- Olha Pedro, eu preciso de um tempo para mim. Você não sabe, mas o amor já me machucou muito e eu tenho medo de que isso aconteça novamente. Eu te peço um tempo para mim digerir isso tudo.- ela fala com uma ruga de preocupação na testa, assim que ela acaba de falar, o telefone dela toca.
- Pedro eu preciso atender, é o meu pai.- ela fala e atende o telefone.

(Ana narrando)
Não sei como ficar depois de tudo que ele me disse, eu já era apaixonada pelo Pedro mas nunca imaginei que ele também poderia se apaixonar por mim, tudo bem que de um tempo para cá ele veio mudando bastante, mas nunca passou pela minha cabeça ser algo assim.

Atendo o telefone.
(Ligação ON)
- Oi pai?
- Oi Ana. É o Otávio, advogado do seu pai. O seu pai foi vítima de um assalto e foi baleado, ele está no hospital e quer falar com você agora.
- Como assim?- pergunto.
- Olha, se eu fosse você eu correria ver seu pai e depois faria perguntas, o estado dele é grave.
- Estou indo para aí.
(Ligação OFF)
- Preciso correr para o hospital.- digo ao Pedro.
- Eu te levo.
Eu já estava com os olhos cheios de lágrimas, o Pedro coloca uma camiseta e vamos para o hospital, assim que chegamos eu corro até Otávio e ele me leva até a recepção, eu vou direto para o quarto em que meu pai está.
- Filha eu preciso falar com você a sós..- meu pai diz, a Bruna e o Otávio saem.
- Pai, o que aconteceu?- pergunto preocupada vendo ele naquele estado com pontos na barriga e cheio de fios e aparelhos.
- Isso o Otávio pode te falar depois. Eu te chamei aqui pois tenho algo mais importante para te pedir.
- O que?- seguro a mão dele.
- Ana, eu sei que nunca te dei muita atenção, confesso que por muito tempo te culpei pela morte da sua mãe, sei que errei muito com você, por isso quero te pedir desculpas, para poder ir em paz.- ele diz. Nesse momento eu começo a chorar.
- Pai eu te perdoo, mas você não vai partir, você não pode. Você é a minha única família, você não pode me abandonar.- eu falo entre o choro.
- A última coisa, Carol: tudo que você disse sobre a Bruna era verdade, filha. Ela é a responsável por isso, ela está por trás de tudo.- ele fala, ouvir meu pai me chamar de Carol me fez chorar mais ainda, eu me lembro que era assim que ele me chamava quando eu era mais nova.
- Por trás do que pai?
Meu pai começa a fechar os olhos e eu vejo uma lágrima escorrer pelo rosto dele, um dos aparelhos começa a fazer barulho e meu pai fecha os olhos totalmente.
- Pai!- eu grito.- Pai fala comigo!
Nada
Vários médicos entram no quarto e pedem para mim sair, eu saio e vejo o Pedro parado do lado de fora, eu corro até ele que me abraça e eu retribuo​, eu não consigo para de pensar no que ele quis dizer com "ela está por trás de tudo.".
Eu estava sentada ao lado do Pedro com a cabeça no ombro dele quando o médico chega.
- Família de Sérgio Germain?
- Aqui!- eu falo e me levanto, só agora notei a presença da Bruna do outro lado da sala de espera.
- Infelizmente eu não tenho boas notícias,- ele fala.- ele sofreu uma parada cardíaca e acabou não resistindo, sinto muito...
- Eu quero ver o meu marido.- a Bruna diz.
Eu estou chorando muito, meu pai era a minha única família e agora eu estou sozinha no mundo, mas eu não esqueci o que ele me disse antes de morrer.
- Não, você não vai entrar lá para ver ele. Você vai sumir daqui e aproveitar enquanto eu estou sofrendo e vai sumir do mapa. O que o meu pai me disse antes de morrer eu não vou esquecer.- eu falo irritada.
- Ele era meu marido.- ela grita.
- Ele era meu pai, minha única família e você tirou ele de mim. Ele morreu e você não derramou uma gota de lágrimas por isso. Ou você some por bem ou eu vou fazer você sumir por mal.- eu digo séria.
- Eu vou, mas fique sabendo que eu tenho direito a metade de tudo que esse homem nojento aí tinha.- assim que ela fala isso eu dou um tapa na cara dela e ela sai.

Capítulo dedicado a:
LuhPereira3

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