Retirei caderno, livro e estojo da mochila e os coloquei sobre a mesa. Para que a mochila não ficassem no chão, me virei para pendura-la sobre as costas da cadeira.

- Hoje a aula será bem mais didática que as aulas anteriores. - A professora se pronunciou ganhando para sí a atenção de quase todos da turma. A mesma se sentou sobre sua mesa e apoiou sua mão sobre sua perna. - Não quero infadar ninguém, e muito menos arrancar bocejos. Por isso, esta aula de hoje será em dupla, para que conversem entre sí. E o melhor, será em inglês. Darei para cada um, um tema. - levantando-sê da mesa, andou até o centro da sala. - Terão dois tempos de aula para ensaiarem uma conversa composta por no mínimo dez falas. A apresentação será após o recreio.

Dois toques na porta, e todos os olhares em cima do remetente.

- bom dia professora. - disse a Diretora da porta. - bom dia alunos. - respondemos em uníssono. - Posso entrar para dar um aviso rápido? - seu olhar se dorecionou a professora, que fez um manear de cabeça como resposta. A diretora adentrou a sala, parando um pouco a frente da professora. Seu olhar passeou por entre a turma como se procura-se algo. - Quem é  o ou a representante de turma?

A sala em peso se calou. Nem um burburinho, conversa ou risada se ouvia. Apenas um silêncio ensurdecedor e totalmente desconfortável.

Ergui minha mão ao alto para que ela pudesse enxergar. A mesma olhou para mim e alguns começaram a me fitar também. Meu rosto com toda certeza ficou avermelhado.

- no final de suas aulas quero você na minha sala. - pediu, e seu tom era indiferente. Assenti com a cabeça. O que para ela pareceu suficiente, pois se despediu e retirou-se fechando a porta atrás de sí. Olhei para Alana que me olhava também. Soltei um ar que eu nem sabia que estava prendendo.

[...]

Minha mente estava exausta por ler e reler as mesmas frases para o trabalho da professora de inglês, que acabou de sair de sala, para que o próximo professor possa entrar.

- Ainda bem que ela gostou do nosso trabalho. - Comentou Alana.

- um peso saiu das minhas costas. - deitei minha cabeça sobre a carteira  - Precisamos marcar para estudar a matéria dela pra semana que vem. - coloquei os braços sobre a carteira para que pudesse ficar confortável ao deitar a cabeça sobre eles.

- tem prova. - concluiu por mim.

Notei Alana com seu olhar perdido em algo, seu pensamento longe.

- Tudo bem? - perguntei levantando minha cabeça para olha-lá melhor.

- sim. - assentiu.

- Não me parece. - puxei a cadeira para mais perto de sua cadeira - está pensando sobre seu irmão? - seu olhar se acendeu no momento em que falei. Me pareceu que acertei em cheio.

- É.. - disse sem nenhuma animação. - E se ele..

- Pode parar de martelar sua mente com essas coisas. Nada de sofrer por antecedência. - segurei sua mão inquieta sobre a mesa. - Ele é teu irmão. Seu sangue. Não imagino o que de ruim ele possa fazer. - ela pareceu pensar um pouco, e logo seu semblante amoado deu lugar à um sorriso meia boca. O que pra mim já era um bom começo.

O sinal para irmos ao recreio tocou, e Anne se levantou antes de mim.

- Você não vai, não amiga?

PRECISO SER CRISTÃO?Where stories live. Discover now