INTRODUÇÃO - UMA VISÃO DO MERCADO

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Mais do que quaisquer outras, as últimas décadas foram um período bastante atribulado para o mundo. Como já colocado na Introdução, o nascimento e crescimento da chamada tecnologia digital modificou e tem modificado nossa vida de uma maneira como nunca antes.

Atualmente, fazemos coisas muito mais rapidamente e com uma intensidade muito maior do que nas décadas de 90 ou de 80. E se as facilidades criadas por ferramentas como o computador pessoal, a internet e as redes sociais, geraram mudanças extremas em diversos aspectos do nosso cotidiano.

Quem tem mais idade pode se lembrar de como, em meados dos anos 80, a diferença no lançamento de um filme lá fora e aqui podia variar de dois a quatro anos. Este era o período necessário para que, com a tecnologia da época, se fizesse a tradução e se colocasse as legendas no filme. Hoje, neste mundo globalizado, temos lançamentos cinematográficos que podem acontecer simultaneamente em todos os países.

No meio literário, essa mudança também aconteceu de maneira bastante drástica, em especial aqui no Brasil. Ao leigo, a ideia de tornar-se escritor raramente passava de um mero sonho, logo esquecido em meio aos afazeres do cotidiano. Eram necessárias, afinal de contas, coisas como uma máquina de escrever, curso de datilografia, assim como gastar tempo pesquisando em livros especializados ou lendo enciclopédias.

Imagine, por exemplo, um escritor profissional em meados da década de 80: Ele provavelmente gastaria horas sentado em frente a sua velha máquina de escrever manual, digitando (isso não mudou tanto, pois com máquina ou computador, o livro não se escreve sozinho). E se por acaso, ao final de uma página, já algo borrada devido a um ou outro erro de digitação, após uma tempestade cerebral, ele tivesse a ideia de apresentar a cena na qual está trabalhando, de uma maneira inteiramente nova, alguns parágrafos antes na história, teria de definitivamente arrancar a folha da máquina e colocando uma nova, começar a reescrever a página desde a linha inicial.

Isso para àqueles que utilizavam a máquina já para a primeira versão. Havia também os que enchiam cadernos e cadernos com sua história, os quais depois eram devidamente datilografados, por eles mesmos ou por datilógrafos profissionais. Tudo isso antes da entrega ao editor, ao revisor, ao leitor-beta, o qual poderia determinar modificações que demandariam novas versões.

Complicado, não? É exatamente por isso que naquele tempo só havia 'grandes autores', também as editoras eram grandes, de modo que apresentar-se como iniciante com um livro solo era, para a pessoa comum, algo próximo da fantasia.

Assim, estas duas ferramentas, o computador pessoal e a internet, de um tempo para cá não só mudaram o mundo sensivelmente, como fizeram do processo de criação, literária inclusive, algo muito mais simples. Afinal de contas, não só escrever ficou menos complicado, mas também pesquisar material ficou mais rápido, encontrar pessoas que compartilhem essa paixão por escrever, ler, ou por um tema em particular ficou mais simples, assim como achar e entrar em contato com as editoras e até publicar, caso você queira tentar a sorte com um e-book, que atualmente está crescendo muito.

E em se falando do processo editorial por sua vez, o desenvolvimento da tecnologia deu chance ao pequeno empresário, possibilitando que inúmeras pequenas editoras, POR DEMANDA inclusive, surgissem em busca de suas fatias do mercado (por mais incrível que pareça, mais aqui no Brasil do que no exterior). Afinal de contas, para aprontar um livro, desde a criação até a impressão, bastava um bom computador, os programas certos e alguém que soubesse mexer neles.

Será então que publicar ficou mais simples?

A resposta é sim! Embora nem tanto... Pois se algumas dificuldades, como as citadas acima, deixaram de existir, outras, que ainda não existiam, surgiram criando novos empecilhos.

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